Linguagem e habilidades manuais evoluíram juntas no homem

Jornal GGN

– A capacidade humana de se comunicar com outros indivíduos por meio de um código – a língua – é realizada na mesma área do cérebro usada na concepção e na fabricação de armas e ferramentas complexas, segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra. A descoberta, publicada na revista PLoS ONE, corrobora a teoria que afirma que ambas as capacidades humanas evoluíram juntas ao longo do tempo.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas testaram a atividade cerebral de dez pessoas especialistas na fabricação de ferramentas feitas de pedra, e monitoraram o comportamento do cérebro durante a atividade, que exige um elevado grau de precisão. O mesmo monitoramento foi feito quando as mesmas pessoas eram submetidas a testes-padrão de língua. Os cientistas usaram um equipamento geralmente usado para testar as funções da linguagem de pacientes após dano cerebral ou antes de cirurgias.

Os pesquisadores descobriram que os padrões cerebrais para ambas as tarefas são correlacionados entre si, sugerindo que as duas funções usam a mesma área do cérebro. Essas duas atividades são consideradas as características originais da humanidade que evoluíram ao longo de milhões de anos. Responsável pela Teoria da Evolução das Espécies, Charles Darwin foi o primeiro a sugerir que o uso de ferramentas e a linguagem podem ter evoluído em paralelo, já que ambos dependem de planejamento complexo e da coordenação das ações. Mas, até então, havia pouca evidência para apoiar a ideia.

“Este é o primeiro estudo do cérebro para comparar trabalhos complexos de criação de ferramentas de pedra com a linguagem. Descobrimos padrões de fluxo sanguíneo correlacionados nos primeiros dez segundos de realização de ambas as tarefas. Isso sugere que ambas as tarefas dependem de áreas cerebrais comuns, o que é consistente com as teorias que dizem que o uso de ferramentas e linguagem coevoluída são processadas em partes comuns no cérebro”, afirma Georg Meyer, do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade.

Com informações do Phys.org

Redação

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