Start-up Brasil atrai 908 empresas iniciantes, 236 delas estrangeiras

Jornal GGN – O Start-up Brasil, programa do governo federal que prevê investimento de R$ 200 mil e apoio de gestão a empresas iniciantes, atraiu 908 start-ups, 236 delas de empresas internacionais de 37 países. A maioria das empresas vem dos Estados Unidos (31%), que contam com empreendedores de diferentes nacionalidades que residem no país. Na sequência vêm Argentina (11%), Chile (8%), Índia (6,5%), França (5,4%), Portugal, (3,8%) e Espanha (3,8%). Os escolhidos poderão obter visto de pesquisador por um ano para trabalhar no país. Segundo o MCTI, a participação dos países mostra a influência da crise financeira internacional, com empresas de mercados mais afetados buscando consumidores brasileiros.

No total, 908 empresas inscritas participarão da seleção. O prazo para envio dos formulários terminou no dia 31 de maio, e a previsão para início da primeira fase do projeto é julho. Brasileiros de 21 estados enviaram propostas. Os três com mais start-ups inscritas foram São Paulo (31,5%), Minas Gerais (14%) e Rio de Janeiro (13,2%). Apenas 50 delas serão escolhidas nesta etapa do programa, que investirá até R$ 200 mil em cada uma, abrindo-lhes portas às principais aceleradoras do país. Outras 50 serão selecionadas em novembro.

Os setores contemplados pelas start-ups brasileiras inscritas são diversos, vão de recursos humanos à engenharia de automação. Cerca de 15 empresas da área de saúde estão participando. Segundo Rafael Moreira, coordenador de software e serviços do MCTI, enquanto a maioria das brasileiras apresentou projetos ligados à internet, grande parte das 236 estrangeiras busca o mercado corporativo com produtos de alta tecnologia. Muitas são especializadas em sistemas robóticos para exploração de petróleo, redes de energia inteligente e computação na nuvem.

Programa exclusivo para região amazônica

O secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, afirmou que a origem das inscrições reflete a localização dos melhores cursos universitários de computação e engenharia do país. Quase dois terços (61%) das 672 start-ups brasileiras inscritas concentram-se no Sudeste, sendo que São Paulo sedia metade dessa fatia (210, ou 31,3%). Foram 93 start-ups mineiras (13,8%) e 88 cariocas (13,1%). A região Norte, por sua vez, teve apenas nove inscrições, e o Centro-Oeste, 47 (7%). Nenhuma empresa de Maranhão, Roraima, Rondônia, Acre e Amapá está participando. Do Nordeste vieram 87 projetos (13%); do Sul, 117 (17%). Por causa das disparidades, o governo quer lançar um programa de start-ups, exclusivo para estados da região amazônica, com previsão de investir R$ 2,3 milhões em até três anos. O anúncio deve ser feito daqui a três meses.

O Start Up Brasil faz parte de um programa governamental de estímulo ao setor de tecnologia da informação. A iniciativa escolherá 150 empresas, nacionais e estrangeiras. Cada start-up receberá um investimento de até R$ 200 mil em recursos federais para o desenvolvimento do negócio em até 12 meses, além de um montante variável de investimento privado das aceleradoras. Inspirado na experiência chilena, o programa brasileiro foi anunciado no fim do ano passado como parte do programa TI Maior. Com orçamento de R$ 40 milhões, seu objetivo é acelerar, com a ajuda de nove aceleradoras, até 2014, 150 firmas das áreas de software e serviços digitais criadas há menos de três anos. Um quarto das startups pode ser de estrangeiras. 

Redação

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