Coluna Econômica
Para entender os problemas cambiais.
A área econômica não tem dúvida de que até final de 2011, no máximo haverá ajuste no câmbio. Basta comparar a progressão das exportações e importações.
Antes de ontem, o Fundo Soberano foi ativado para poder atuar no mercado cambial. O Tesouro Nacional foi autorizado a comprar dólares emitindo títulos, da mesma maneira que nos Estados Unidos e Japão. Será um comprador a mais, além do Banco Central. Aumenta a quantidade de intervenções no mercado cambial, mas de forma menos visível e previsível do que o Banco Central.
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DesdDesde Gustavo Franco o BC atua de forma previsível, de maneira a não machucar o mercado. Com o Tesouro entrando, haverá mais instrumentos para atravessar as próximas semanas, nas quais o câmbio estará submetido a boatos sobre a capitalização da Petrobras e outras que virão por aí – expectativa de entrada maciça de dólares, para a aquisição de ações, pressiona o dólar para baixo.
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Estruturalmente o quadro é muito mais complexo. A guerra cambial começou em nível mundial. É o mesmo processo que se seguiu à crise de 1929, na qual países passaram a recorrer a desvalorizações competitivas do câmbio, levando ao agravamento da crise internacional.
A saída futura será um novo acordo de Bretton Woods. Mas até hoje a história mostra que ocorrem reorganizações do sistema financeiro mundial apenas após grandes guerras, quando emerge um país dominante, como foi após as guerras napoleônicas e depois da Segunda Guerra.
Nem a Europa consegue se coordenar.
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Dentro desse quadro, o melhor a se fazer é aguardar a próxima desvalorização do real e torcer para que não se repita ciclos anteriores em que, após a desvalorização, o Banco Central mantinha os juros elevados até provocar uma nova reapreciação do real.
A grande questão é que, estruturalmente falando, o Brasil tem a jabuticaba que impede qualquer política cambial eficaz: as altas taxas de juros, as maiores do mundo.
Tem-se um quadro global de baixa na taxa de juros, liquidez internacional abundante e o país sobre com altas taxas de juros (atraindo capital especulativo) exportação de commodities e captação de dólares para os IPOs internos. Não há câmbio que resista. Todas as grandes empresas estão tomando crédito no exterior a taxas muito mais favoráveis – e pressionando ainda mais o dólar para baixo.
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O Banco Central começa a mudar, mas muito lentamente. Finalmente acordou para o fato de que existe um mundo diferente. Mas é uma mudança extremamente lenta para o ritmo das mudanças globais.
Na verdade, se saberá o que poderá ocorrer com o Brasil na definição da nova equipe econômica. Dilma manterá o arranjo monetarista-desenvolvimentista de Lula, entregando o BC à orientação do mercado? Ou se dará conta de que novos tempos exigem novas posturas? O PMDB entenderá que, por estar hoje com Henrique Meirelles, o cargo é seu? Ou Dilma terá sensibilidade para enfrentar os novos tempos?
Só quando definir o nome do sucessor de Henrique Meirelles haverá clareza maior sobre o que acontecerá com câmbio e juros no futuro governo Dilma.
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