Categories: Economia

A sinuca de Obama

O Plano B de Obama

O anúncio do Plano B de Barack Obama, caso não saia o acordo para elevação do teto da dívida, deverá tornar os republicanos mais selvagens ainda na oposição.

Obama manteria os pagamentos aos credores externos e adiaria o pagamento aos segurados da Previdência. É a chamada alternative do desespero, já que o eventual rebaixamento da dívida norte-americana produziria um inferno na economy global.

Cumpre-se assim um ciclo que já atingiu outros governantes

1. Na fase anterior, governos irresponsáveis estouraram todos os limites de endividamento e irresponsabilidade fiscal, aproveitando a abundância de capitais da época.

2. São derrotados nas eleições e cabe aos sucessores administrar o prejuízo.

3. Os efeitos da crise se manifestam no final do mandato dos governantes que saem e pegam em cheio os governantes que chegam. Estes assumem com a economia em situação delicada e sem condições (ou ousadia) para enfrentar o status quo financeiro. Entram no pior dos mundos: economia em recessão, auxílios trilionários ao sistema financeiro (para impedir a crise bancária), no caso de Obama pouco estímulo à economia real.

4. A enorme dificuldade do eleitor médio em entender relações de causa e efeito faz com que o sucessor acabe pagando pelos pecados do antecessor. E o clima de intensas mudanças econômico-sociais destrói os chamados discursos mobilizadores: morreu o discurso de legitimação do financiasmo mas (no caso de Obama) não se consolidou o discurso dde legitimação do social. É um espaço aberto para a prática da oposição selvagem.

5. Esses problemas, reproduzidos nos principais países do mundo, acaba amarrando governantes para acordos globais. E sem esse concerto global, não se sai da crise. Apenas uma crise maior ainda para induzir ao consenso. O Acordo de Bretton Woods foi possível devido à maior das crises: a Segunda Guerra Mundial.

Luis Nassif

Luis Nassif

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