Categories: CriseEconomia

A vulnerabilidade externa

Do Estadão

Crise derruba saldo comercial ao nível de 2003

Superávit cai para US$ 24,7 bilhões, mesmo patamar do início do governo Lula; queda ante 2007 é de 38,7%

Sérgio Gobetti, BRASÍLIA

O superávit da balança comercial brasileira, dado pela diferença entre exportações e importações, fechou 2008 em US$ 24,7 bilhões, voltando ao nível do início do governo Lula. Foi o pior saldo em seis anos e 38,2% menor do que o de 2007. O resultado só não foi pior porque em dezembro as importações caíram mais do que as exportações, como reflexo da alta do dólar, que torna os produtos estrangeiros muito mais caros (continua)

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Logo abaixo da matéria tem um
    Logo abaixo da matéria tem um comentário de um leitor do Estadão, onde ele xinga Lula e seu governo, mente, distorce a realidade, com uma virulência e ódio dignas daqueles que jogam sobre os ombros do governo as suas próprias mazelas.

    Na minha concepção, o governo FHC foi o pior de toda a história do Brasil, incluindo até os da ditadura. Foi o mais entreguista, corrupto e apátrida, o mais venal, o que mais esqueceu os pobres e desvalidos, o que mais beneficiou os ricos.

    Quanto a Lula, ele não vem fazendo tudo que prometeu e que deveria fazer: repatriar a Vale, dar prioridade absoluta à educação, controlar os juros bancários (nem falo de SELIC), melhorar em níveis mais aceitáveis a distribuição de renda. Mas mesmo com todas as dificuldades, os escândalo verdadeiros e gerados pela mídia, a falta de coragem de enfrentar esse mídia comprometida e corrupta, mesmo assim, o Governo Lula é o melhor que o país já teve, o que mais avançou nas questões sociais, que tirou o Brasil das mãos do FMI e do Clube de Paris, que melhorou o salário mínimo em proporções mais humanas, que devolver a auto-estima aos brasileiros. E não falo isso sozinho, tenho a companhia de 83% dos brasileiros. Não é possível que uma nação inteira esteja errada enquanto só 7% de iluminados é que têm a verdade.

  • O resultado da balança
    O resultado da balança comercial não demonstra vulnerabilidade externa do país,pelo contrário,o aumento das importações,provocadas por um câmbio apreciado,possibilitou neste momento um pesado investimento na modernização de nossas indústrias que,agora,na virada do câmbio,poderão concorrer em condições melhores para exportação,tanto em preço como em qualidade.
    Para este ano as importações já deverão apresentar uma queda bastante acentuada e,o câmbio,ainda uma incognita,com certeza servirá como um freio.
    As exportações,principalmente as de commodities agrícolas,ainda que tenham seus preços ligeiramente diminuídos,continuarão em ritmo forte o que possibilitará a manutenção de superávit comercial do país,isso sem contar que um possível reaquecimento,ainda que vagaroso,da economia mundial possibilitará uma maior participação de nossos manufaturados no mercado interancional.
    Enfim,se o céu não é de brigadeiro,também grandes tempestades não deverão ocorrer.

    Ligeiramente diminuídos em 50%.

  • O superavit de U$24,7 bilhões
    O superavit de U$24,7 bilhões , não intimida. Temos que olhar e ver que as exportações cresceram cerca de 23%. O país exportou 198 bilhões de doláres. O crescimento das exportações vem se mantendo nos últimos 6 anos. Agora com a desvalorização do real estima-se que a indústria faturará 34 bilhões mais, com a substituição de importações. Isto interessa ao Brasil, pois, igualmente fortalece a demanda e o mercado interno, mantendo o crescimento,. Ademais, o Brasil vem mantendo o nível de reservas.
    Os números devem ser contextualizados.
    Apenas a armadilha dos juros altos é que ainda NÃO se desarmou.
    Mas ocãmbio já esta se ajustando.
    E ainda, o Governo está atento e tomando as medidas oportunas para enfrentar a desacelaração no crescimento..

  • Creio que a vulnerabilidade
    Creio que a vulnerabilidade externa já estava anunciada pelo erro da Política Monetária que provocou a queda do dólar no Brasil.

    É preciso tomar cuidado, os mesmos que agora apontam a vulnerabilidade externa como o maior problema a enfrentar pelo BACEN, são os mesmos que no final de 2007 diziam que a queda do Superávit Comercial não era um problema e sim uma virtude, e que o COPOM deveria continuar aumentando os juros da Selic.

    Agora que a realidade chegou, as mesmas pessoas apontam a mesma vulnerabilidade externa como o maior problema e a razão pela qual o COPOM deve manter os altos juros da Selic senão não haverá como financiar a Balança de Pagamentos. Estão propondo que o Brasil continue refém do capital externo de curto prazo.

  • De qualquer maneira creio que
    De qualquer maneira creio que as condições da contas externas ainda não está claro.

    Depende de como irá ficar a tendência do saldo da Balança Comercial, da capacidade das empresas instaladas no Brasil em substiutir as importações.

    Pelo que estamos observando no mecado internacional, os preços dos manufatirados também estão em forte queda no mercado internacional, mas o determinante será as condições de crédito tanto para exportar como para importar.

  • Só um detalhe que estão
    Só um detalhe que estão escondendo,as exportações e as importações tiveram um acréscimo de quase 47 por cento,logo...
    A melhor matéria sobre o assunto foi no Jornal da Record que em matéria de informar corretamente está dando de cem a zero no jornal nacional.Ontem, entrevistaram um especialista que disse que o Brasil aproveitou o bom momento para modernizar o parque industrial,fato que a globo faz questão de esconder.Eu só assisto o tal jn quando quero verificar como eles vão manipular certas notícias e essa foi uma delas.

  • O bom da matéria foi o
    O bom da matéria foi o comentário do rapaz dizendo q "o Lula pegou um país arrumado , no piloto automático , deixado pelo FHC" ! Esse é o bem-informado !

  • Nassif,

    1. A discussão que
    Nassif,

    1. A discussão que precisa ser feita refere-se aos impactos que a crise terá sobre o PDP - Plano/Programa de Desenvolvimento Produtivo. Desenhado com um conjunto de metas para a ampliação da participação brasileira no comércio internacional, para a modernização tecnológica e agregação de valor à pauta exportadora, para a ampliação da atuação das microempresas no comércio exterior, etc., sob coordenação do MDIC e ABDI, o PDP é o programa governamental que corre maior risco de não alcançar êxito, a meu ver, dado o cenário atual.

    2. Concordo com a Adnan. Considero, além disso, que ainda que o volume financeiro das exportações tenha alguma queda, do ponto de vista da distribuição de renda, a substituição de importações tem efeito mais direto do que o aumento das exportações. Em geral, as empresas que operam apenas no mercado interno são menores e com menores índices de agregação tecnológica, demandando maior ocupação de mão-de-obra. Mantido o atual nível de exportações, em volume, substituindo-se as importações, creio que teríamos um cenário de fortalecimento do mercado interno, importante pelos seus efeitos sociais. Quanto ao problema na balança de pagamentos, considero que o governo terá que lidar com a restrição ao fluxo cambial. É preciso evitar que a sangria de remessas continue ou se acentue, causando aí sim, desequilíbrios graves. Há ainda as remessas ilegais e a necessidade de repatriação desses valores. Nestas áreas, em que o governo tem se mantido relutante, a crise pode estar ofererendo a oportunidade para a ação mais decidida.

    Bom final de semana.

  • Creio que vários setores
    Creio que vários setores poderão aproveitar a correção cambial para substituir os importados, mas o fundamental é o governo sinalizar já com uma forte redução dos juros da selic para evitar uma nova queda do dólar no Brasil assim que ocorrer uma recuperação do Superávit Comercial.

    Este é o ponto fundamental, é preciso criar condições para evitar uma nova queda do dólar no Brasil.

    Ao sinalizar com a redução dos juros da Selic as empresas poderão se sentir a vontade para investir no aumento da produção para poder os importados.

  • Nassif,

    quando vejo notícias
    Nassif,

    quando vejo notícias de economia deste tipo sinto falta de uma comparação básica: Qual era a previsão para este dado no início do ano?

    Se bem me lembro, previa-se uma queda para 20 a 25 bi, comparados com os 40 de 2007. Isto ainda considerando um possível resultado favorável da conta petróleo, que ainda não havia acontecido com auto-suficiencia em quantidade e que, peo contrário, os preços absurdos durante o ano levaram a um deficit significativo.

    Se, mesmo com crise no último trimestre, chegamos a 25 bi e com exportações crescendo 23% com o câmbio tão valorizado, parece que fizemos muito melhor do que nos julgavamos capazes.

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