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As S/As e as empresas familiares

Por Alexandre Fabian

Com respeito da frase:

“Alega-se que o capitalismo do “valor ao acionista” exige que o índice dos ativos/capital seja maximizado. O excedente de capital reduz o retorno sobre o patrimônio dos acionistas e atua como um dreno sobre os lucros por ação.”

Fico pensando que ainda no li nenhum artigo que reflita sobre as mudanças que estamos tendo no Brasil nesta passagem de empresas fechadas familiares para empresas de capital aberto em bolsa.

Os dois tipos de empresa, por exemplo, reagem de forma bem distinta em momentos de crise.

No meu entendimento, p.e., as empresas e capital aberto sao levadas muito mais rapidamente a demitir e mostrar ações de redução de custos que as de capital fechado – inclusive anunciando isto aos quatro ventos, como se fosse algo ‘positivo’ – e do ponto de vista do ‘acionista’ pulverizado efetivamente é.

As de capital fechado – notadamente as de controle familiar – não sofrem esta pressão do mercado, e podem agir pensando no médio e no longo prazo também. E normalmente não ‘anunciam’ demissões……..

Dentre outros temas a respeito, as enormes diferenças de ‘compromisso’ de empresas de capital aberto ou fechado com as cidades e regiões onde foram fundadas ou teem a sua sede.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • A melhor coisa que fizeram
    A melhor coisa que fizeram nos ultimos anos foi a modernizacao das empresas. De empresas familiares pra sociedades anonimas.
    Mudou pra muito melhor o capitalismo brasileiro.

    Antes, os membros da familia tocavam o negocio. Uns com tino pra coisa e outros tanto so pelo status. Resultado, os produtos eram ruins. As empresas cresciam muito pouco e so sobreviviam porque o mercado era fechado a concorrencia estrangeira e por causa dos sempre generosos auxilios do governo. O modelo ainda persiste na agricultura. E so ir numa cidade do interior pra constatar o bem que ele faz.
    Isto sem falar na "saudavel" pratica do apadrianhamento.

    Falem o que quiser. Trocar familiares por executivos de carreira fez muito bem ao nosso capitalismo. Foi de la pra ca que comecaram a adotar modernos metodos de gestao, abertura a globalizacao e processos de internacionalizacao. Resultado, hj temos quase 20 multinacionais.

    Ao inves de combater o processo, nos deveriamos e incentiva-lo cobrando menos impostos das S/A do que das empresas familiares.

    Em relacao aos compromissos, as S/A tem varios programas de apoio a sociedade civil, embora a funcao da empresa MESMO seja gerar lucro.
    Empresas familiares quase sempre estao envolvidas em politicagem, muitas vezes apoiando candidatos que nada fazem de bom pra regiao. Isto quando o candidato nao e o dono da empresa.

    So uma curiosidade. Certa vez, eu estava analisando o resultado dos ultimos 5 anos das empresas brasilieras listadas na bolsa que tem ADRs (negociadas em NY). Pra minha surpresa, as empresas de melhor desempenho eram aquelas que tinham a melhor governanca.
    A melhor de todas era a Usiminas. La nem o CEO, nem qq membro da diretoria nao faz parte do Conselho de Administracao (o que e pra la de certo). Ha apenas 10-12 membros na diretoria. E tanto no conselho quanto na diretoria nao ha pessoas de mesmo sobrenome.

    A pior, podem acreditar, era a Petrobras cujo conselho de administracao nao so contem o presidente da empresa (Sergio Gabrielli) como ta cheio de politicos que nao entendem nada do riscado.

    Confere aí o Conselho que não entende nada do riscado:
    » Administração e Conselho Fiscal

    Conselho de Administração

    Dilma Vana Rousseff - Presidente
    Guido Mantega - Conselheiro
    Silas Rondeau Cavalcante Silva - Conselheiro
    José Sergio Gabrielli de Azevedo - Conselheiro
    Francisco Roberto de Albuquerque - Conselheiro
    Fabio Colletti Barbosa - Conselheiro
    Jorge Gerdau Johannpeter - Conselheiro
    Luciano Galvão Coutinho - Conselheiro

  • Em 2008 a Perdigão comprou a
    Em 2008 a Perdigão comprou a cotochés(http://www.cotoches.com.br/) empresa situada em Rio Casca, cidade de 14 mil) a cotochés oferecia cerca de 500 empregos diretos. Quando foi efetuada a venda,foi um choque para a população, que foi tranquilizada com a informação de que os empregos seriam preservados e que haveria uma expansão da indústria que poderia inclusive gerar mais empregos.
    Neste ano a trágica noticia a fábrica será fechada, passando a ser somente um posto de captação de leite. O que deverá provocar a dispensa de 90% dos funcionários.

  • Mas não vamos nos iludir.
    Mas não vamos nos iludir. Empresas familiares demitem sem vacilar, "com lágrimas nos olhos" por perder tão bons funcionários, antigos, quase parentes, pobrezinhos...

  • José Ronaldo Rosado,

    Coisa
    José Ronaldo Rosado,

    Coisa parecida aconteceu no Sul de Minas com as empresas de laticíniosnos anos 60/70: a entrada da Nestlé e, logo depois, a Danone, "engoliram" quase todos os laticínios daquela região e os transformaram em postos de resfriamento de leite. A primeira foi a conterrânea do Nassif, a LPC. (Laticícnios Poços de Caldas). O pior é que essasgrandes S/A dominam o produtor porque eles fazem o preço de compra do leite "in natura" e ainda fornecem (vendem) os insumos para o gado.

  • Nassif,
    Você viu ontem
    Nassif,
    Você viu ontem (28.01.2009) o programa "3 a 1" da TV Brasil com Mangabeira Unger? Ele falou também sobre empresas familiares!

  • Eu não vou dizer que empresas
    Eu não vou dizer que empresas familiares sejam necessariamente melhores (afinal também são controladas por pessoas e geralmente pessoas gananciosas), mas uma empresa "moderna" hoje em dia significa maximização de lucro para o acionista custe o que custar. Nem preciso dizer portanto em que posição fica "empregos" na lista de prioridade dos acionistas.

  • Não basta ser lucrativo; tem
    Não basta ser lucrativo; tem que ser o mais lucrativo. Isso, que para alguns é o germe da eficiência, foi o que causou o colapso.

  • As empresas de capital aberto
    As empresas de capital aberto "anunciam" porque são de capital aberto, ou seja, tem que prestar contas aos seus acionistas. Já as empresas familiares não precisam prestar contas, logo não "anunciam".

  • Nassif:
    Muitas empresa quando
    Nassif:
    Muitas empresa quando eram estatais, não davam o lucro, exorbitante de hoje, porque eram usadas para beneficiar praticamente os grandes empresarios, eles alegavam, que as empresas eram para propriciar que as empresa privadas pudessem produzir e gerar empregos, o lucro das empresas estatais eram utilizados para pagar as eternas dividas, e eram tambem utilizadas como barbanha para o governo obter emprestimos no exterior, a empresa poderia não receber, um unico centavo de dolar, mas na contabilidade, estava lá a divida, nem todo o emprestimo, recebiamos 100%, parte recebiamos em equipamentos que não necessitavamos, mas mesmo assim as empresas sobreviviam, quando o fhc privatizou as empresas estatais disse que seria gerado 100 mil novos empregos no setor de telecomunicações, mas o que vimos foi o contrario, foram fechados milhares de postos de trabalhos, no setor de telefonia, os postos de atendimento foram fechados, e somente voltaram a funcionar depois que a justiça, obrigou as empresas reabrir, mesmo assim pouquissimo, clientes chegam a se deslocar de 30 a 50 km, para ter um atendimento pessoal, quanto as tarifas... foram elevadas de forma exorbitante, e se o fhc, conseguisse emplacar o serra ou alkimin, as geradoras de energia, e a petrobras, seriam privatizadas, e aí as coisas estariam pretas para os brasileiros, estariamos no mundo das trevas, face as tarifas que seriam altissima, as empresas privatizadas cobram tarifas, cujos valores estão acima, do que é cobrado do europeu, ou norte americano, esta semana, tres atletas brasileiros de lutas marciais, foram presos quando o avião em que eles viajavam para Portugal fez uma escala na espanha, alem de presos, sofreram maus tratos, e foram deportados para o Brasil, elegaram que eles estavam com quantidade de euros insuficiente para a estadia, aqui no Brasil, quando se promove uma competição, as depesas corre por conta do promotor do evento (hospedagem,alimentação e translado), e até agora nenhum participante fora preso, por estar com dinheiro insuficiente, como se vê, o dolar e o euro não valem merda nenhuma, com um dolar ou um euro, não se compra uma coca-cola pequena, nem nos Eua ou europa, enquanto no Brasil, esses estrangeiros fazem uma verdadeira farra com um misero dolar.

  • Acho que o grande problema é
    Acho que o grande problema é realizar o que significa "lucro". Estamos falando de uma grandeza meramente contábil, que satisfaz acionistas e engrandece balaços, ou de um valor, na acepção ampla da palavra? Se considerarmos que uma empresa é uma criação humana, e que ao humano deveria servir, acho que temos que repensar esse conceito. Será que vale a pena ter um lucro expressivo, a custa de reengenharias malucas? O acionista está ciente disto? É isso o que ele quer? Os dividendos de uma empresa dita lucrativa, mas que sacrifica empregos, podem ser excelentes a curto prazo, mas acho que no longo prazo essa acepção mesquinha de lucro sai bem caro para toda a sociedade. Taí essa crise inventada pelos falsos balanços e papéis podres que não nos deixa mentir...

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