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Cenário externo leva bolsa à sétima desvalorização consecutiva

Jornal GGN – Em dia marcado pela turbulência no mercado, a queda das ações da Vale e da Petrobras levaram a bolsa brasileira a fechar em baixa pelo sétimo pregão consecutivo, atingindo assim seu menor patamar desde abril de 2009: o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou em baixa de 1,95%, aos 43.956 pontos e com um volume negociado de R$ 5,444 bilhões. Nas últimas sete sessões, a Bovespa acumula perdas de 9,46%.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, as preocupações relacionadas à saúde financeira da China voltaram a influenciar as operações neste começo de semana, principalmente após a divulgação de que os lucros das empresas industriais da China tiveram em agosto a maior queda em quatro anos, de 8,8% na comparação anual. No Brasil, a pesquisa Focus do Banco Central voltou a revisar para cima os dados de inflação para 2015 e 2016 e a reduzir suas estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto). As preocupações quanto ao cenário político do país também continuaram em pauta.

Devido à desaceleração chinesa, as ações de empresas ligadas à commodities foram as que mais sentiram o impacto, o que acabou empurrando o índice para baixo: os papéis ordinários da Vale (VALE3), com direito a voto em assembleia, encerraram em baixa de 7,47%, a R$ 16,59, e as ações preferenciais (VALE5) recuaram 7,37%, a R$ 13,19. Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 5,57%, a R$ 6,44. Os papéis ordinários da estatal (PETR3) caíram 5,07%, a R$ 7,67.

No câmbio, a moeda norte-americana teve a maior alta diária em quatro anos e voltou a fechar acima de R$ 4. O dólar comercial fechou hoje (28) vendido a R$ 4,109, com alta de R$ 0,134 (3,36%). A última vez que a cotação tinha subido em nível parecido em um único dia tinha sido em setembro de 2011.

Até as 15h, a moeda tinha oscilado em torno de R$ 4, chegando a operar em R$ 3,99 no início da manhã. No entanto, nas últimas horas da sessão, a cotação disparou até fechar na máxima do dia. A divisa acumula alta de 13,3% apenas em setembro e de 54,6% em 2015.

Diferentemente dos últimos dias, o Banco Central (BC) reduziu a atuação no câmbio nesta segunda-feira. A autoridade monetária apenas renovou contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), quando o vencimento dos contratos atuais é prorrogado. O BC não fez leilões de linha – venda de dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra do dinheiro algumas semanas depois – nem leiloou novos contratos de swap.

No fim da semana passada, o dólar passou a cair depois que o presidente do BC, Alexandre Tombini, informou que o banco pode vender dólares das reservas internacionais no mercado à vista, operação que não é feita desde fevereiro de 2009. Apesar da declaração, o BC não começou a se desfazer dos recursos das reservas, atualmente em US$ 370,6 bilhões.

Entre os dados esperados para terça-feira, estão a divulgação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e a taxa de desemprego mensurada pelo PNAD, além dos dados de confiança do consumidor nos Estados Unidos e a taxa de inflação da Alemanha.

 

 

(Com Reuters e Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

View Comments

  • mercado

    com situação externa adversa , tinhamos que ter um clima de otimismo com o Brasil. mas nossa imprensa ajuda tanto quanto nada.

  • Falam demais

      Sexta - feira, coloquei um post sobre que neste dia, o mercado de cambio seria quente, pois tem gente que fala demais, comprova as expectativas, tipo o Sen. (PT ) Humberto Costa, que na sexta feira disse: " È dificil aprovar a CPMF", e alem desta frase, o Sr. Trombini deu a entender que o BACEN, poderia até entrar no mercado " a vista " - uma cagada imensa, pois ele desqualificou suas próprias ofertas de swap, no jargão de mercado: Os futuros que o BACEN oferece, não são confiaveis, portanto ele pressionou o mercado a vista.

       Após o fechamento do mercado, o Sr. Cunha, detona o ajuste de 2016 ( 2015 para o mercado já acabou, precificou e até realizou ).

       Porra, o mercado, está "puxando" a cotação, pouco importam as reservas, a ameaça de intervir no a vista, oferecendo liquidez em dolar , puxa a cotação para cima, as vezes parece que o BACEN é que está hedgeado.

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