OCDE incorpora dados de bem-estar nas recomendações econômicas

Jornal GGN – Conhecida pela rigidez em sua análise econômica, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) começa a mudar, mesmo que de forma discreta, suas recomendações para além do crescimento e de indicadores macroeconômicos.

Inicialmente preocupada em indicar liberação de barreiras comerciais e reduções de regulamentos e de benefícios, a OCDE tem se dedicado a estudar outras formas de avaliação de um país bem sucedido. Ao longo de uma década, a direção da organização tem apostado, com o apoio da News Economic Foundation (NEF), em estudos que levam em conta outras variáveis, além do PIB.

Um exemplo dessa alteração de postura pode ser vista na elaboração do relatório denominado Going for Growth (A Caminho do Crescimento). Além dos indicadores macroeconômicos, o relatório inclui uma análise dos impactos de suas políticas pró-crescimento, tanto sobre o meio ambiente como sobre a desigualdade de renda. Na semana passada, os economistas “de casa” (como a OCDE é chamada por seus funcionários), produziram seu primeiro relatório de recomendações com base, não só no crescimento, como no bem-estar.

O documento tomou a Áustria como exemplo e teceu uma série de elogios ao país por conta dos mesmos fatores que outros foram criticados no passado  muito tempo para o lazer (ou baixa utilização de trabalho, como também é chamado), as pequenas e as médias empresas e a negociação salarial coletiva. Suas recomendações incluem políticas destinadas a reduzir a necessidade de viagens de carro de longa distância e a integrar populações de migrantes.

Assim Bem como a Áustria, três países não membros da OCDE estão recebendo revisões de bem estar. Com base no Índice de Vida Melhor, criado pela organização, esses perfis estão sendo incluídos em todos os comentários dos países.

Como os governos prestam atenção ao que a OCDE diz, e a organização, que tem muita experiência analítica, começa a fornecer mais recomendações de políticas integradas, essa pode ser uma importante – e há muito aguardada – mudança no debate político, que ficou mais amplo.

 

Redação

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