Jornal GGN – O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) manteve, em setembro, a trajetória de declínio observada ao longo de 2015, ao variar -4,1% em relação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Após a quinta queda consecutiva, o índice atingiu 82,6 pontos, o menor nível da série histórica iniciada em março de 2010. O resultado sucede quedas de -4,1%, em agosto, e -0,9%, em julho.
A queda do indicador em setembro foi diretamente afetada pela piora da percepção dos empresários em relação ao momento atual: o Índice da Situação Atual (ISA-COM) – que retrata o grau de satisfação com a demanda – recuou 10,8%, chegando aos 50,4 pontos, o menor nível da série.
Depois de subir no mês anterior, o Índice de Expectativas (IE-COM) voltou a recuar em setembro (-0,9%), atingindo 114,7 pontos, o menor valor da série. A maior contribuição para a queda foi dada pelo indicador que mede o grau de otimismo em relação à evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes, que caiu 1,9% em relação ao mês anterior, atingindo também o menor valor histórico.
Considerando-se a evolução dos índices em bases trimestrais, os resultados mostram que, após certa estabilidade no segundo trimestre, as expectativas voltaram a se deteriorar no terceiro trimestre: o IE-COM médio recuou 4,8 pontos em relação ao trimestre anterior. Já o ISA-COM médio ficou 6,1 pontos inferior ao do segundo trimestre. Os resultados desfavoráveis em ambos os componentes do Índice de Confiança, apontam para uma continuidade da tendência de desaceleração da atividade econômica do Comércio nos próximos meses.
“A continuidade da queda da confiança do comércio sinaliza que, no terceiro trimestre de 2015, o PIB do setor deve recuar em relação ao período imediatamente anterior pela quarta vez consecutiva, algo que não ocorria desde 2002-2003. E a julgar pelo pessimismo captado pela Sondagem, não há, no momento, sinais de mudança de tendência para o último trimestre do ano. O setor reclama de fraqueza da demanda, escassez de crédito, custos financeiros elevados e da confiança extremamente baixa do consumidor.”, afirma Aloisio Campelo Jr., Superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/IBRE.
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