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Dados dos EUA levam bolsa a quarto pregão consecutivo de queda

Jornal GGN – A bolsa brasileira encerrou seu quarto pregão consecutivo de queda, com os agentes repercutindo a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos – uma sinalização de que a economia do país está se recuperando em patamar acima das expectativas, o que pode sinalizar que os incentivos podem começar a ser cortados em breve.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou a sexta-feira (8) em queda de 0,93%, aos 52.248 pontos e com um volume negociado de R$ 9,213 bilhões. Com isso, o índice acumula na semana uma perda de 3,27%, enquanto a queda no mês é de 3,70%, e a desvalorização anual chega a 14,28%. As maiores altas foram as ações da Vanguarda Agro (VAGR3), Usiminas (USIM5) e Gafisa (GFSA3), enquanto as maiores baixas ficaram por conta dos papéis Tim Participações (TIMP3), Bradesco (BBDC4) e Brookfield (BISA3).

“O Ibovespa terminou o último pregão da semana em baixa, na contramão das principais bolsas norte-americanas, que operam em alta no momento, com os dados favoráveis do mercado de trabalho dos Estados Unidos se sobrepondo aos temores de uma possível redução no programa do Federal Reserve de compra de ativos no valor de US$ 85 bilhões mensais no curto prazo”, explica o analista Nataniel Cezimbra, do BB Investimentos.

O relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos ajudou a aumentar as apostas de que o início da retirada dos estímulos ocorrerá em breve. De acordo com os dados divulgados, a economia criou 204 mil vagas de trabalho em outubro, acima dos 163 mil empregos criados em setembro e das expectativas de criação de 120 mil postos de trabalho. O setor privado foi responsável pela criação de 212 mil empregos, enquanto o setor público foi reduzido em 8 mil vagas. Já a taxa de desemprego do país subiu para 7,3% em outubro, superior à taxa de setembro de 7,2% e ficando em linha com o consenso dos economistas. Após a divulgação de tais dados, houve uma venda generalizada de ações, o que levou a bolsa a ficar na faixa dos 52 mil pontos.

Na parte da tarde, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, que não tem voto nas decisões do Banco Central norte-americano, afirmou que a política monetária do país precisa seguir em patamares acomodatícios por algum tempo, sinalizando que os incentivos devem seguir por mais tempo.

Com a divulgação dos números acima do esperado nos Estados Unidos, a cotação do dólar disparou e bateu a casa dos R$ 2,34 na máxima do dia. Contudo, a moeda perdeu força na parte da tarde e a cotação do dólar à vista no balcão terminou em alta de 0,39%, aos R$ 2,3150 – a maior cotação de fechamento desde 5 de setembro deste ano, quando atingiu R$ 2,3220, segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado.

A agenda macroeconômica de segunda-feira terá poucos dados na segunda-feira, com os agentes acompanhando o relatório Focus, a balança comercial semanal e o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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