Economia

EUA eleva taxa de juros pela primeira vez em três anos

O Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) realizou nesta quarta-feira (16/03) seu primeiro aumento de juros em um período de três anos.

A autoridade monetária norte-americana decidiu pelo ajuste de zero a 0,25% para um patamar entre 0,25% e 0,50%. Segundo informações do site Sputnik BR, a medida foi impulsionada pela operação militar em andamento na Rússia, aliadas às sanções econômicas e os boicotes.

De acordo com a nota do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), a decisão do colegiado busca levar a inflação para o centro da meta de 2%, ao mesmo tempo em que busca alcançar “o máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo”.

Ao mesmo tempo, o Fed sinalizou que pretende começar a reduzir suas participações em títulos do Tesouro, dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas na próxima reunião.

Embora a decisão não tenha surpreendido o mercado financeiro, Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, chama a atenção a sinalização do Fed sobre redução de participações em títulos.

“Essa redução do balanço patrimonial envolve a venda dos ativos que eles acumularam ao longo da pandemia – lembrando que o balanço do Fed está, aproximadamente, em US$ 9 trilhões”, diz a economista, ressaltando que essa redução de participações representa a venda de títulos públicos, o que vem a pressionar a taxa de longo prazo.

“Assim como o programa de compra de ativos tem o objetivo de mexer na taxa de juros de longo prazo no sentido de trazer ela para baixo, a redução do balanço patrimonial ela vem no sentido contrário, de aumentar essa taxa de juros para prazos mais longos”.

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Redação

Redação

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  • Três anos sem aumentar os juros. Aqui no Brasil isso parece coisa de marciano. Quando o BCB e o COPOM conseguem ficar três reuniões sem alterar os juros... Note que a palavra longo prazo fez parte da análise da representante do mercado, projetando como vai ser conduzida a política de juros dos EUA por algum tempo.
    Sempre que a inflação se mantém alta por aqui, a primeira receita é a elevação dos juros. Em doses cavalares. Todos já se acostumaram. Estão adaptados, talvez seja por isso que demora para começar a surtir efeitos, os aumentos de juros por aqui. De forma geral, encontrou-se uma fórmula de retardar o freamento das atividades.
    Trabalha-se de antemão com a ideia que em algum momento as taxas subirão. Está no modus operandi de cada um. O BCB precisa buscar outras alternativas para o controle inflacionário, sem ter como medida automática elevar juros. Nos países mais desenvolvidos, essa é uma das últimas opções. Nunca se conseguirá conviver com um quadro de estabilidade mais duradoura, sem romper esse vício. Não se pensa no longo prazo, não se projeta investimentos com razoável certeza acerca de cenários futuros para prazos além. Alimenta-se perspectivas de incertezas e dessa forma, ninguém ousa.

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