FMI: crescimento na América Latina em 2014 será moderado

Jornal GGN – Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta quinta-feira (24) mostra que a recuperação da economia norte-americana e de outros mercados deve aumentar as exportações globais, mas o preço baixo das commodities e o crescimento dos custos de financiamentos ao redor do mundo devem pressionar as atividades em toda a região da América Latina. 

A projeção de crescimento regional, segundo o relatório do FMI intitulado Regional Economic Outlook for the Western Hemisphere, é de 2,5% em 2014, abaixo ainda dos 2,75% apresentados no ano passado. Para 2015 as projeções não são também muito otimistas: a expectativa é que o mercado cresça apenas 3%. 

De acordo com o relatório, o mercado da América Latina ainda enfrenta uma série de riscos de deterioração. O risco principal é uma queda mais acentuada nos preços das commodities causada por uma demanda mais fraca de algumas das principais economias importadoras de commodities, especialmente a China. O aumento da volatilidade dos fluxos de capitais, ainda que haja uma normalização gradual e ordenada da política monetária dos Estados Unidos, também é apontado como um grande risco. 

O crescimento de economias financeiramente integradas de Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai, em 2014, deverá se manter com os mesmos índices de 2013, a 3,5%. O documento, entretanto, aponta que esta média acaba por mascarar uma divergência muito grande entre os países da região. 

A economia do México deve se recuperar a 3% ainda neste ano em virtude da recuperação da economia norte-americana e da estabilização de fatores do mercado interno. Já para o Brasil, o FMI aponta que a atividade cairá cerca de 2% em 2014, principalmente pela fraca confiança dos empresários, o que interfere diretamente no investimento privado. Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela também devem apresentar uma queda brusca, de 6% para 2,75% neste ano. Entre as principais causas, o FMI aponta a necessidade de ajustes políticos, em especial na Venezuela.

O Fundo Monetário Internacional indica que estes países da região precisam calibrar as políticas macroeconômicas com um foco claro na redução de vulnerabilidades financeiras e em reformas estruturais como uma maneira de remover os obstáculos ao crescimento. 

Segundo o relatório, outros ajustes da política também são necessários para restaurar a estabilidade macroeconômica na Argentina, especialmente no contexto de perspectivas menos favoráveis para os preços globais das commodities. As outras economias deste grupo também terão de controlar os níveis de gastos públicos, que aumentaram drasticamente durante a última década, devido à forte receita oriunda da negociação de commodities

A atividade econômica na América Central está projetada em aproximadamente 3,5% em 2014, semelhante ao nível do ano passado. No que diz respeito às perspectivas futuras, o FMI destacou que a consolidação das finanças públicas será necessária para reduzir os desequilíbrios fiscais e externos e para garantir a sustentabilidade da dívida. 

O ritmo de crescimento continua morno na maior parte da região do Caribe. As economias dependentes do turismo deverão crescer, em média, 1,4% em 2014 e os exportadores de commodities devem, avançar cerca de 3,2%. A redução dos níveis de dívidas públicas continua a ser um desafio importante em grande parte do Caribe, juntamente com outros esforços para resolver os problemas de competitividade de longa data, em especial nas economias dependentes do turismo.

Redação

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