Jornal GGN – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28) o Atlas do Censo Demográfico que mapeia mudanças na sociedade brasileira. Segundo a publicação, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro já não têm o mesmo peso como grandes polos de atração do país. Em contrapartida, metrópoles emergentes como Brasília e Goiânia, se destacaram por apresentarem os maiores resultados no saldo migratório e na taxa líquida de migração.
Veja a versão online do Atlas do Censo Demográfico 2010 aqui
Em termos de distribuição regional da população, afirma o instituto, Sudeste, Nordeste e Sul continuaram a apresentar os maiores percentuais com 42,13%, 27,83% e 14,36% do total, respectivamente; as regiões Norte e Centro-Oeste detiveram as maiores taxas de crescimento populacional. Os padrões históricos de desigualdades regionais permaneceram.
As capitais regionais passam a atrair mais do que as grandes metrópoles
As capitais regionais mostram na década passada maior poder de atração quando comparadas ao nível metropolitano, constata o IBGE. Mesmo no Nordeste, tradicionalmente uma região de emigração, não há perdas populacionais significativas nesse patamar. A maioria das capitais regionais parece atrair migrantes oriundos de centros de diversas hierarquias urbanas, principalmente em áreas como o interior de São Paulo, para onde se deslocou parte da produção, lembrando que a geografia dos fluxos está estreitamente associada às mudanças observadas no mercado de trabalho.
Observou-se também que a maior escolaridade do imigrante amplia suas possibilidades de deslocamento e opções profissionais, num contexto de alterações nas relações de trabalho. O que predomina hoje são, assim, fluxos mais diversificados e não aqueles onde predominam excedentes populacionais com baixa qualificação, registra o Atlas.
As diferenças nos rendimentos regionais são de até 56,7%
As diferenças nos rendimentos médios mensais das pessoas de 10 anos ou mais de idade (com rendimento) colocam o Centro-Oeste e o Sudeste à frente, com valores mais elevados e próximos (R$ 1.422,00 e R$1.396,00, respectivamente), o Sul, na posição intermediária (R$ 1 282,00), seguido, em ordem decrescente, pelas regiões Norte e Nordeste, com, respectivamente, R$ 957,00 e R$ 806,00.
O percentual de pessoas alfabetizadas alcançou 82,6%, em 2010. Mais recentemente, observam-se melhorias expressivas nos indicadores de educação entre o período intercensitário 2000/2010, bem como no que se refere aos aspectos redistributivos de renda, mas, em escala nacional, mantém-se o padrão geral de desigualdade regional na comparação entre o Sudeste, Sul e Centro-Oeste com o Norte e o Nordeste.
Desigualdades nas condições de habitação
As desigualdades socioeconômicas também pontuam o tema Condições de habitação, sobretudo em relação aos serviços de saneamento básico: o acesso à rede geral de abastecimento de água, por exemplo, atinge patamares superiores a 90% dos domicílios na área urbana dos municípios, enquanto, no meio rural, a principal forma de abastecimento vem da água de poço e nascente. No meio rural nordestino destaca-se atualmente a construção de cisternas para o armazenamento de água de chuva para consumo humano.
Quanto ao esgotamento sanitário, os maiores níveis de acesso ao serviço se concentram no espaço urbano, em municípios com mais de 50.000 habitantes. A concentração, nos municípios litorâneos do Sudeste, de níveis de acesso, superiores a 85%, denota a forte diferença regional. Os serviços de coleta de lixo são mais bem distribuídos: considerando coleta direta e em caçambas, os níveis de acesso superam 90% na maior parte do espaço urbano, embora, no meio rural, a maior parte do lixo gerado seja queimado no próprio domicílio.
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