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Mudanças na cúpula do Banco do Brasil

Do O Globo

Banco do Brasil dá início a mudanças em sua diretoria

Walter Malieni, ex-diretor em SP, será vice-presidente de Crédito

GABRIELA VALENTE

BRASÍLIA – Um ano depois da última rodada de mudanças na cúpula do Banco do Brasil, outra leva de alterações é arquitetada. A primeira até já foi feita, mas sem alarde para não alvoroçar disputas políticas dentro da instituição. O ex-diretor em São Paulo Walter Malieni passou a ocupar a vice-presidência de crédito. Seu antigo lugar deve ser preenchido juntamente com a Diretoria de Mercado de Capitais, que também está vaga. Com a abertura da temporada de sucessões, outros diretores que estão próximos da aposentadoria devem ser convidados a esvaziarem as gavetas. Entre eles, o de Marketing.

Esse movimento é um dos ajustes que devem ser feitos antes da troca no comando do BB. Apesar de não assumir publicamente, o presidente, Aldemir Bendine, prepara o caminho para o seu sucessor. No entanto, fontes do banco e do governo garantem que Bendine não sairá antes de anunciar o balanço de 2012. Como o resultado deve ser bom, apesar do corte dos juros, deve encerrar seu mandato com esse trunfo no currículo.

Se deixar o cargo em abril, Bendine se tornará o homem que permaneceu mais tempo à frente da instituição, desde a redemocratização do país. Completará quatro anos à frente do BB e superará a marca de Paulo César Ximenes,que comandou a instituição por três anos e 11 meses no governo FHC.

Bendine ainda deve receber convites para permanecer no governo. No entanto, fontes próximas dele especulam que seu destino será a inciativa privada. Enquanto isso, ele não tem nem mesmo preenchido cargos importantes, como seu assessor pessoal de imprensa, que está vago desde meados do ano passado: o que é visto como mais um sinal que deixa espaço para o próximo presidente do banco.

Um dos cotados para ocupar a cadeira é o vice-presidente de Varejo, Alexandre Abreu. Ele foi o responsável pelo programa Bom pra Todos e tem bom trânsito na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e é querido pelos funcionários. Com o programa de redução dos juros, assumiu várias tarefas do chefe e atua em assuntos que não estão sob sua tutela. O estilo técnico, discreto e distante dos escândalos que marcaram o banco nos últimos anos é bem visto pela Fazenda e, principalmente, pelo Palácio do Planalto.

Última rodada de alterações na cúpula foi em 2011

Oficialmente, o BB “esclarece que não está prevista rodada de substituição de diretores”. No entanto, nos corredores é dada como certa a mudança. Principalmente nos casos que os diretores estão próximos da aposentadoria, como ocorreu com o ex-vice-presidente de crédito Danilo Agnast. E como pode acontecer com Hayton Rocha, que comanda o departamento de Marketing da instituição.

— Está todo mundo esperando, mas ninguém sabe ao certo a data mudança — disse uma fonte da instituição, sob condição de anonimato.

A última grande rodada de mudanças na cúpula do BB ocorreu em 2011. Nela, foi demitido o vice-presidente que seria pivô de um escândalo que nem havia estourado. O comandante da pasta de Atacado e Negócios Internacionais Allan Toledo perdeu o cargo e foi acompanhado por quatro diretores que tiveram a aposentadoria antecipada. Outros executivos participaram da dança das cadeiras, mas como permaneceram na instituição, foi considerado apenas um rodízio.

Luis Nassif

Luis Nassif

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