Da Folha
Cade e BR Foods fecham hoje acordo para a fusão
Termo envolve venda de indústrias, de centros de distribuição e de marcasPrincipal ponto é a retirada da marca Perdigão de mercados em que a concentração pós-fusão é grande
LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Brasil Foods devem firmar hoje acordo para permitir a fusão de Sadia e Perdigão.
Até a noite de ontem, os conselheiros envolvidos ainda discutiam com executivos da empresa um complexo termo de compromisso que prevê a venda de indústrias, centros de distribuição e marcas.
Segundo a Folha apurou, o principal ponto em discussão é a retirada da marca Perdigão de alguns mercados em que a concentração resultante da fusão é muito grande.
A dificuldade, porém, era bater o martelo sobre quais produtos deveriam ter a venda suspensa.
EntrEntre os mercados em que a marca poderá ser retirada estão os de salsicha, pratos prontos e pizza. A suspensão deve ser feita por menos de cinco anos.
A BRF deverá vender ainda as chamadas “marcas de combate”, como Rezende, Wilson, Confiança e Batavo. Além disso, teria que alienar cadeias inteiras de produção, incluindo de abatedouros a centros de distribuição, de forma a permitir que compradores possam concorrer.
A negociação foi intensificada após o voto do con- selheiro-relator, Carlos Ra- gazzo, que em junho criticou duramente a fusão, que poderia levar a aumento de preços de até 40%, e pediu veto.
Até então, a única proposta feita pela BRF havia sido vender marcas secundárias.
No julgamento, o conselheiro Ricardo Ruiz pediu vista do processo. Desde então, os dois lados se reuniram várias vezes. No início, a BRF afirmava que não aceitaria mexer nas marcas principais, mas, com o veto como alternativa, resolveu ceder.
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