Categories: Economia

O aumento da dívida bruta

Por Roberto São Paulo/SP-2010

Da Agência Brasil

Arno Augustin: aumento da dívida bruta com repasses ao BNDES não preocupa o governo

Daniel Lima

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo não tem nenhum tipo de preocupação quanto ao aumento da dívida bruta, principalmente, se é provocado pelo repasse de recursos do Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar o crescimento o Brasil. A afirmação é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Para enfrentar a crise, o banco de fomento recebeu R$ 180 bilhões do Tesouro para repassar ao setor produtivo.

Ele criticou aqueles que não compreendem de forma adequada as circunstâncias que levaram o governo a tomar esse tipo de medida, afirmando que existem duas formas de aumentar a dívida bruta. A primeira é o aumento das reservas cambiais. Essa medida mostra solidez do país e, segundo ele, provou-se correta durante o enfrentamento da crise econômica e financeira mundial.

“Agora, tem uma contrapartida. Toda vez que as reservas aumentam é preciso esterilizar a moeda nacional, que foi usada para comprar essa moeda estrangeira. Isso significa aumento da dívida pública. Isso é normal e é a contrapartida do aumento de reservas”.

A outra forma é justamente o tipo de operação que levou o Tesouro a repassar recursos para o BNDES durante a crise. O secretário lembrou que os recursos representam investimentos sólidos, pois financiam o crescimento mais forte da economia sem gerar inflação.

“Estamos financiando a capacidade do país de melhorar seu desempenho econômico com investimentos em bens de capital proporcional ao que está ocorrendo, portanto, sem pressão inflacionária. Isso do ponto de vista fiscal é ótimo”

O secretário entende que, nesse cenário, o governo passa a sofrer uma pressão menor do ponto de vista do pagamento de juros, à medida que não há justamente inflação. A consequência também, segundo ele, seria o aumento na arrecadação.

“É uma das operações, do ponto de vista da estabilidade fiscal, mais adequadas que foram feitas, porque garante estabilidade econômica, garante arrecadação e garante que não haja uma política monetária mais forte. Portanto, ela tem resultado fiscal bom, positivo”.

Edição: Tereza Barbosa

Luis Nassif

Luis Nassif

Recent Posts

RS: 136 mortos e 141 desaparecidos

Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) alerta que, a partir deste fim de semana, haverá queda…

8 minutos ago

O arcabouço fiscal e a natureza ambígua do Direito, por Fábio de Oliveira Ribeiro

O Direito é um fim em si mesmo, um meio para um fim ou ele…

1 hora ago

A Reconstrução do Rio Grande do Sul, por Lurdes Furno da Silva & André Moreira Cunha

Não temos a pretensão de oferecer um pacote pronto, fechado e detalhado. Isso é impossível…

2 horas ago

Foto e infâmia de Maria, por Urariano Mota

Não estava na parede, porque ali não poderia figurar na hierarquia dos santos e do…

2 horas ago

A história de dois soberanos, um lacaio e uma babá, por Pepe Escobar

A Rússia não rejeita o diálogo com Ocidente, está pronta para o diálogo sobre segurança e estabilidade…

3 horas ago

Petrobras reduz preço do gás natural para as distribuidoras

Potencial de queda chega a 35%, a depender dos contratos e volumes movimentados; queda no…

15 horas ago