Do Jornal do Commercio
Telexfree e BBom: o jogo político nas supostas pirâmides
Lado eleitoral do tema é discutido abertamente em audiência pública na Câmara dos Deputados
Giovanni Sandes
Quantas pirâmides financeiras são necessárias para eleger um deputado? E quantas podem acabar com as chances de um parlamentar se reeleger? Contra as empresas ou a favor delas, o jogo político e eleitoral envolvendo a Telexfree e a BBom foi discutido às claras nesta quarta (21), em audiência pública na Câmara dos Deputados. Os números mostram o peso do tema. Só as duas empresas alcançaram mais de 1,2 milhão de pessoas, um público que tomou empréstimos e até abandonou o emprego para investir no lucro alto e rápido pago pelos negócios, suspensos pela Justiça por suspeitas de serem pirâmides financeiras, um crime contra a economia popular.
As duas empresas dizem usar o chamado marketing em rede, ou marketing multinível, para divulgar e vender seus produtos: no caso da BBom rastreadores de veículos e na Telexfree, planos de ligações telefônicas pela internet. Os interessados pagavam adesões de R$ 600 a mais de R$ 100 mil para participar das redes, mas não precisavam vender nada para ter um retorno de 30%, 40% ao mês. E ainda ganhavam bônus por levar mais gente para as redes.
Para as autoridades, a principal fonte de lucros não eram os produtos e sim as novas adesões, o que caracteriza uma pirâmide, um negócio que dá prejuízos a muito mais pessoas do que todos que tiveram lucros.
Na audiência pública, que durou 4h30, cada lado fez o esperado: técnicos dos Ministérios da Fazenda e da Justiça repetiram ver indícios de pirâmides nos negócios e representantes das empresas negaram tudo. Sobrou aos parlamentares discursar para a plateia física (lotada de acreanos) e principalmente a eletrônica. “Nós, deputados, estamos sendo bombardeados pelos eleitores”, afirmou Pastor Eurico, do PSB-PE. “Viemos discutir sem sermos acusados de oportunismo”, afirmou Eurico.
Outro pernambucano, o deputado Sílvio Costa (PTB) provocou polêmica em vários momentos, como ao defender uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema. “Sou autor do requerimento (para a realização da audiência) e não vim fazer discurso. Vim fazer pergunta e não falar fácil para ganhar voto”, disse Costa, que começou questionando as duas empresas, mas terminou defendendo a Telexfree, como já vinha fazendo. “Estou convencido de que a BBom é uma pirâmide. Mas a Telexfree eu não estou”, afirmou Sílvio Costa.
Leia a íntegra da reportagem, com o posicionamento das empresas e análises de técnicos na edição desta quinta (22) do Jornal do Commercio.
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Pirâmides x MMN
Parabéns pela sua competente análise sobre MMN e Pirâmides. É muito importante uma legislação brasileira sobre o MMN, mas que seja isenta de pressões espúrias de empresas. O Blog http://legislacaodomarketingderede.blogspot.com.br/ apresenta SUGESTÕES para a nova Legislação do MMN e disponibiliza legislação existente.