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Produção industrial recua -1,2% em agosto

Jornal GGN – A produção industrial nacional recuou 1,2% em agosto frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, registrando assim seu terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 3,4%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, a indústria apontou queda de 9% em agosto de 2015, 18ª taxa negativa consecutiva.Assim, o setor industrial acumulou redução de 6,9% nos oito meses de 2015. A taxa acumulada nos últimos 12 meses, com o recuo de 5,7% em agosto de 2015, assinalou perda mais intensa do que a verificada em julho último (-5,4%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%).
A redução de 1,2% da atividade industrial, na passagem de julho para agosto, alcançou três das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência negativa foi registrada por veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 9,4%, eliminando, assim, a expansão de 1,9% observada no mês anterior, quando interrompeu nove meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 27,0%. Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram das atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,6%), de produtos de metal (-3,0%), de metalurgia (-1,3%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-3,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,5%), de outros equipamentos de transporte (-3,4%) e de produtos de minerais não-metálicos (-1,5%).
Entre os nove ramos que ampliaram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios, que avançou 2,4%, recuperando, dessa forma, parte da queda de 5,4% verificada em julho. Outros impactos positivos importantes foram observados nos setores de bebidas (4,3%), de indústrias extrativas (0,6%) e de produtos de madeira (5,1%), com o primeiro eliminando parte do recuo de 6,1% registrado no mês anterior; o segundo interrompendo três meses de taxas negativas consecutivas, período em que acumulou perda de 2,6%; e o último devolvendo parte da queda de 7,3% de julho.
Na avaliação entre as grandes categorias econômicas, os segmentos de bens de capital, com um recuo de 7,6%, e dw bens de consumo duráveis (-4%) mostraram as reduções mais acentuadas em agosto de 2015, influenciadas, em grande parte, pela menor produção de caminhões, na primeira, e de automóveis e eletrodomésticos, na segunda, ainda afetadas pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Com os resultados de agosto, o primeiro segmento apontou a queda mais intensa desde dezembro de 2014 (-15,4%) e acumulou perda de 25,3% nos últimos sete meses de taxas negativas consecutivas; e o segundo eliminou parte do avanço de 9,4% assinalado no mês anterior, quando interrompeu nove meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou redução de 26%. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,3%) também registrou taxa negativa, após recuar 3,4% no mês anterior. Por outro lado, o segmento de bens intermediários, ao avançar 0,2%, mostrou o único resultado positivo nesse mês, interrompendo seis meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 4,0%.
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria apontou recuo de 1,2% no trimestre encerrado em agosto de 2015, frente ao nível do mês anterior, e manteve a trajetória descendente iniciada em setembro de 2014. Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de capital (-4,8%) e bens de consumo duráveis (-1,9%) mostraram as reduções mais acentuadas nesse mês, com o primeiro acumulando perda de 17% nos últimos cinco meses; e o segundo prosseguindo com o comportamento negativo presente desde dezembro de 2014.
Os setores produtores de bens intermediários (-0,6%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,5%) também registraram taxas negativas nesse mês, com o primeiro mantendo a trajetória descendente iniciada em setembro do ano passado; e o segundo intensificando a magnitude de queda frente ao resultado de julho último (-0,1%).
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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