Obama e a cobertura midiatica de uma eleição louca

Jornal GGN – Em discurso durante um jantar de prêmios jornalísticos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou a cobertura jornalísticas das eleições norte-americanas, expressando consternação com as promessas de campanha fantasiosas, a retórica vulgar e a violência nos comícios durante a campanha. “A pergunta número um que estou ouvindo quando viajo pelo mundo ou falo com líderes mundiais neste momento é ‘o que está acontecendo nos Estados Unidos?’, no que diz respeito à nossa política”, disse.

Para Obama, parte da responsabildiade sobre o tom da atual campanha presidencial é da mídia, que deveriam ir mais fundo na cobertura. “Quando nossas autoridades eleitas e nossas campanhas políticas se tornam inteiramente desenfreadas diante da razão (…) isso torna praticamente impossível para nós tomar boas decisões em nome das gerações futuras”, afirmou o presidente dos EUA. 

Do O Globo

Presidente expressa consternação com a retórica vulgar e a violência dos comícios da campanha presidencial

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou jornalistas a fazerem perguntas mais difíceis aos pré-candidatos que almejam a Presidência. Em um discurso feito durante um jantar de prêmios jornalísticos na segunda-feira, ele expressou consternação com a retórica vulgar, a violência nos comícios e as promessas de campanha fantasiosas que vêm rendendo manchetes continuamente — uma referência velada a Donald Trump, pré-candidato republicano favorito nas pesquisas.

— A pergunta número um que estou ouvindo quando viajo pelo mundo ou falo com líderes mundiais neste momento é ‘o que está acontecendo nos Estados Unidos?’, no que diz respeito à nossa política — afirmou Obama. — Não é porque pessoas de todo o mundo nunca viram uma política louca. É que elas entendem que os Estados Unidos é o lugar onde você não pode se dar ao luxo de ter uma política louca.

Ele disse que o panorama midiático mudou desde sua primeira campanha presidencial em 2008, quando “havia um preço se você dissesse uma coisa e depois fizesse algo completamente diferente”. E colocou parte da culpa pelo tom da atual campanha presidencial à mídia.

— Quando nossas autoridades eleitas e nossas campanhas políticas se tornam inteiramente desenfreadas diante da razão e dos fatos e das análises, quando não importa o que é verdade e o que não é, isso torna praticamente impossível para nós tomar boas decisões em nome das gerações futuras — disse. — A questão é: no ambiente midiático atual, isso ainda é verdade? Isso ainda vale?

Obama disse que as organizações de mídia têm a responsabilidade de ir mais fundo, apesar do ritmo mais veloz “desta era do smartphone” e das pressões financeiras maiores sobre o jornalismo como negócio.

Os eleitores “seriam mais bem servidos se bilhões de dólares de mídia gratuita tivessem uma responsabilização séria, especialmente quando políticos divulgam planos impraticáveis e fazem promessas que não podem manter”, disse Obama.

O presidente discursou durante a apresentação do Prêmio Toner, nomeado para Robin Toner, a primeira mulher a ser correspondente de política nacional do “The New York Times”. Durante seus quase 25 anos no jornal, Toner cobriu cinco campanhas presidenciais. Ela morreu em 2008.

No início deste mês, o jornal “New York Times” relatou que até agora Trump obteve o equivalente a quase 1,9 bilhão de dólares em cobertura midiática — Ted Cruz, seu rival mais próximo e senador do Texas, obteve 313 milhões, e a pré-candidata democrata Hillary Clinton outros 746 milhões de dólares.

 

Redação

Redação

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  • Ah é....

    isso torna praticamente impossível para nós tomar boas decisões em nome das gerações futuras...

    Demitiram todos os copidesques? So sobraram os estagiarios....

    Obama esta certo quanto à loura-ma estadunidense e o jornalismo. Mas ele sabe muito bem como sempre foram feitas as campanhas nos Estados Unidos.  

  • "...Trump obteve o

    "...Trump obteve o equivalente a quase 1,9 bilhão de dólares em cobertura midiática — Ted Cruz, seu rival mais próximo e senador do Texas, obteve 313 milhões, e a pré-candidata democrata Hillary Clinton outros 746 milhões de dólares."

    Esse cálculo é interessante. Alguém poderia fazer algo pareccido por aqui.

  • Vem prá cá fí

    Vem ver como é a cobertura jornalística aqui no Brasil em campanhas eleitorais. Aqui quem dá o tom da campanha é a mídia.

    Esse ano temos eleições municipais, dê um pulinoho aqui pá ver como que é. 

    Vais sentir orgulho da mídia yanke.

  • Mais uma matéria sobre as

    Mais uma matéria sobre as eleições americanas em que o nome de Sanders nem é mencionado, apenas a insinuação de promessa fantasiosas. sem esclarecer quais seriam essas promessas, como se o muro do Trump e o ensino do gratuito do Sanders fossem efeitos do mesma febre delirante que acomete o processo eleitoral americano.

    Seria interessante que Obama antes de cobrar profundidade da imprensa, começasse ele mesmo por dar o exemplo e debatesse em profundidade o que os candidatos estão propondo, sem tentar se esconder -se sob o manto de uma impossível imparcialidade.

    Que resultados teríamos obtido se os trilhoes que ele despejou em Wall Street e no Pentágono tivessem sido empregados em programas de saude e educação unversais e gratuitos? Que resultados obtivemos ao invés disso?

    Seria um bom tema para ele c omeçar a aprofundar o debate eleitoral americano ao invés de cobrar essa profundidade da mídia.

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