Trump recorre contra juiz que suspendeu veto de entrada de refugiados

Da Agência Brasil

A  Casa Branca emitiu nota no fim da noite de ontem (3, madrugada no Brasil) informando que vai recorrer contra a decisão do juiz federal do estado de Washington, James Robart, que suspendeu temporariamente o veto do presidente Donald Trump para entrada nos Estados Unidos de refugiados e titulares de visto de sete países predominantemente muçulmanos. A Casa Branca primeiramente se referiu à decisão do juiz como “ultrajante”, mas depois retirou essa palavra da nota.

Embora temporária, a decisão do juiz de Seattle (cidade do estado de Washington) atinge o cerne da ordem executiva adotada há mais de uma semana por Trump, que previa o veto – por 90 dias – da entrada de pessoas nos Estados Unidos provenientes do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

Tribunais de outros estados americanos também suspenderam partes da proibição temporária de Trump de viagens de passageiros vindos desses sete países, mas a decisão do juiz de Seattle foi a mais abrangente até agora.

Mas a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump é mais ampla. Ela suspende a admissão de refugiados de modo geral  por 120 dias e de refugiados sírios indefinidamente. O objetivo, conforme disse o presidente Donald Trump, quando assinou a ordem, é avaliar o processo de seleção de refugiados e outros imigrantes para proteger o país contra o terrorismo.

A ordem dizia que, quando a imigração dos sete países fosse retomada, as minorias religiosas perseguidas receberiam preferência. Em entrevista , no dia da assinatura, Trump disse que os Estados Unidos dariam prioridade aos cristãos desses países porque eles sofreram “mais que outros”.

Voos retomados

Uma das primeiras companhias aéreas a reconhecer a suspensão da proibição de viagem foi a empresa Qatar Airways. “Pessoas originárias dos sete países afetados [pela medida adotada pelos Estados Unidos] e todos os refugiados que procuram admissão [em território americano] que apresentarem um visto válido, ou cartão de residente permanente  (Green Card), serão admitidos [nos vos] para viajar para os Estados Unidos”.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Tweet de Trump: "decisão ridícula"

    Trump taxou a decisão do juiz federal, Robart,de   "ridícula". Ridículo é um presidente, ex-apresentador de reality show, um nosso Silvio Santos, que nâo respeita os  Três Poderes da maior nação democrática do mundo. Ridículo e diletante achar que pode governar uma Nação como se fosse sua empresa.  O juiz federal James Robart foi indicado em 2003 por George W?Bush e foi aprovado na sabatina do Senado por unanimidade, sem um único voto contra. 

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