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FMI quer levantar US$ 500 bi para enfrentar crise na Europa

Washington (EUA): FMI quer levantar US$ 500 bi para enfrentar crise na Europa

O Fundo Monetário Internacional (FM) informou ontem que pretende levantar US$ 500 bilhões em recursos para capitalização da instituição a fim de enfrentar a crise de financiamento na Europa. “Além dos US$ 200 bilhões do acordo firmado com a Europa, queremos levantar outros US$ 300 bilhões em outros lugares”, informou a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde. Segundo o Fundo, as necessidades de financiamento global para os próximos anos chegam a US$ 1 trilhão.

Na manhã de ontem, fontes do G-20 e da União Europeia citadas por agências internacionais informaram valores de capitalização do FMI que variavam de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão. A confirmação do montante de US$ 500 bilhões pelo FMI contribuiu para a alta das bolsas em Nova York e acelerou a alta do euro frente ao dólar.

Apoio dos emergentes

Segundo uma fonte do G-20 citada pela Bloomberg, que a agência não identifica, a instituição liderada por Christine Lagarde quer que a China, o Brasil, a Rússia, a Índia, o Japão e países exportadores de petróleo aumentem as suas contribuições para o fundo de forma a expandir os seus recursos para empréstimos.

A informação foi dada depois de o FMI ter emitido, ontem, um comunicado onde Lagarde confirmava que o conselho de administração do fundo discutiu um aumento dos recursos do fundo, que permitiu avaliar “se são suficientes para o FMI cumprir o seu mandato e desempenhar de forma plena e construtiva o seu papel para a estabilidade global”.

“Na sequência dos pedidos dos nossos membros, no ano passado, ao comitê monetário e financeiro internacional e com o apoio dos líderes do G-20 na cimeira de Cannes, as discussões de hoje [ontem] foram um passo importante”, referia ainda Lagarde.

Para a diretora-gerente do FMI, um reforço dos fundos da instituição surge da “urgência dos esforços coletivos para conter a crise da dívida na zona euro e para proteger as economias em todo o mundo”.

Mas dar mais dinheiro ao FMI ainda é uma questão polêmica dentro do G-20. O Reino Unido e outros países querem que a zona do euro avance com os planos para impulsionar a capacidade de empréstimo dos seus fundos de resgate, garantindo assim que o grosso dos pacotes de resgate fique com a própria zona do euro, e não a cargo do FMI.

No mês passado, os líderes da zona do euro concordaram em contribuir com US$ 150 bilhões para o FMI. Eles esperavam que o Reino Unido e outros países da UE que não usam o euro concordariam em contribuir com mais US$ 50 bilhões, como parte de um acordo global para impulsionar os recursos do FMI.

Os EUA, que são os maiores contribuidores do FMI, já disseram que não vão destinar mais recursos para o Fundo. Alguns legisladores do país estão até pressionando para que seja revogado um empréstimo de US$ 100 bilhões feito em 2009, para uma reserva de emergência. O Tesouro dos EUA planejava usar esse dinheiro para cumprir com um compromisso assumido pelos membros do FMI de dobrar a base de recursos do Fundo ainda este ano.

O dinheiro extra da Europa para o FMI seria uma contribuição inicial (seed money), que outros países como China, Japão e Brasil podem igualar. Todos esses países já disseram que estão dispostos a estudar uma contribuição maior para o Fundo, mas afirmaram que a crise da dívida na União Europeia precisa ser resolvida antes disso.

Também existem divergências entre importantes membros do FMI sobre como tais contribuições deveriam ser gerenciadas. A Europa quer contribuir diretamente com a conta de recursos gerais do Fundo. Mas alguns países emergentes temem que isso possa expô-los ao risco de um grande default na Europa. Embora os empréstimos do FMI sempre tenham sido pagos, algumas vezes esses pagamentos atrasaram. Do outro lado, os EUA têm pressionado para que os recursos europeus sejam colocados em uma conta especial administrada pelo FMI, o que daria ao Fundo maior flexibilidade sobre os resgates para países da UE, e também diminuiria a exposição dos norte-americanos a um potencial default europeu.

 Grécia

A Grécia deve chegar a um acordo com seus credores amanhã ou, no mais tardar, no fim de semana, disse o Ministério das Finanças grego. Em relação aos termos do acordo, o porta-voz não deu detalhes, mas afirmou que o ministério está “otimista”.

As conversações ocorrem após as negociações entre os dois lados terem sido suspensas na última sexta-feira devido a diferenças sobre a taxa de juros futura que a Grécia deverá pagar aos detentores de bônus. A taxa escolhida pode determinar o tamanho das perdas que os credores assumirão no valor presente líquido dos bônus gregos que possuem.

O haircut é parte do pacote de socorro de 130 bilhões de euros que a Europa e o FMI prometeram para que o país possa cobrir seus pagamentos até 2015.

http://www.fsindical.org.br/portal/noticia.php?id_con=17474

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