Ritmo da economia guiará a meta fiscal, diz Augustin

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, declarou ao jornal Valor Econômico que governo terá uma gerência fiscal mais ativa, abatendo investimentos e desonerações da meta de superávit primário e autorizando gastos mais elevados sempre que o crescimento da economia estiver baixo. Já em momentos de aceleração da economia, o governo será mais contracionista e vai mirar uma meta fiscal mais alta.

Em resumo, segundo o secretário, é a própria política de gastos públicos que passa a ser guiada pelo desempenho da economia e a necessidade, ou não, de estímulos à demanda. O superávit primário será sempre uma variável da economia e não mais da dívida pública em si, complementa Augustin, sugerindo que a diretriz vale para 2013 e 2014, e provavelmente para 2015 e 2016 também.

Leia abaixo a matéria completa

Por Leandra Peres | De Brasília

A política fiscal do governo mudou: os gastos públicos passaram a ser guiados pelo desempenho da economia e a necessidade ou não de estímulos à demanda. “Estamos deixando claro desde o início que, em 2013 e 2014, e provavelmente será essa a política em 2015 e 2016, o superávit primário será sempre uma variável da economia e não mais da dívida pública em si”, disse ao Valor o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.

Economistas, analistas ou quem mais esperar do governo o compromisso explícito com um número para o resultado primário vai perder tempo. Na prática, a política fiscal funcionará dentro de uma banda que estará implícita nos decretos bimestrais de contingenciamento e na programação de gastos.

Na visão do governo, não se trata de um menor compromisso com o controle das contas públicas. A mudança, segundo Augustin, só é viável porque novos fundamentos econômicos, como juros estruturalmente mais baixos e dívida pública em queda, além da crise mundial, abrem espaço para uma gerência fiscal mais ativa. O governo continuará abatendo investimentos e desonerações da meta de superávit primário e autorizará gastos mais elevados de Estados e municípios sempre que o crescimento da economia estiver baixo, como agora.

De acordo com Augustin, em momentos de aceleração do crescimento, o governo será mais contracionista e vai mirar uma meta fiscal mais alta.

O secretário não fala em banda para a política fiscal. A meta continua sendo de 3,1% do PIB, mas diz que é “importante” que o governo tenha “liberdade” para ser mais contracionista ou expansionista “dependendo do momento”.

Augustin, no entanto, distingue os estímulos necessários: investimentos públicos sim, gastos correntes não. É por isso que o governo, segundo ele, autorizou por meio de medida provisória, e antes que o Congresso tivesse aprovado o Orçamento de 2013, a liberação de dinheiro para os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento. A mesma regra vale para Estados e municípios. A União autoriza novas dívidas para investimento.

A decisão de não compensar a queda no superávit dos Estados e municípios, para Augustin, tem uma explicação simples: não faz sentido o investimento aumentar em um nível da Federação e cair no outro. No fim, o investimento total não sobe.

Redação

Redação

Recent Posts

A Cor de Caravaggio, por Romério Rômulo

Sou pleno, mergulhado no bagaço / da cor da podridão e da miséria.

29 minutos ago

Luís Nassif: O que a Neoindustrialização poderia aprender com o Plano de Metas

A relutância de Lula em montar grupos de trabalho para as tais "missões" da Neoindustrialização…

43 minutos ago

Moody’s muda perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil

Agência coloca prognóstico em patamar positivo; caso mudança de nota de crédito se confirme, país…

11 horas ago

“Cuidar da floresta é mais rentável que derrubar árvores”, afirma Lula

Presidente fala sobre temas que interessam ao Brasil e ao Japão às vésperas da visita…

12 horas ago

Presidente Lula sanciona mudanças na tabela do Imposto de Renda

Isenção tributária chega a quem recebe até dois salários mínimos no mês; em SP, presidente…

12 horas ago

Estratégia federal vai aumentar uso da bactéria wolbachia contra a dengue

Soltura de mosquitos infectados está programada para ocorrer em julho; objetivo é reduzir casos a…

13 horas ago