Jornal GGN – Com o objetivo de guiar investimentos dentro de uma agenda socioambiental, a organização sem fins lucrativos SITAWI – Finanças do Bem realizou um estudo que demonstrou as principais controvérsias legais de 75 empresas brasileiras de capital aberto.
O levantamento avaliou nove setores – telecomunicações, serviços financeiros, serviços públicos, energia, materiais, consumo não cíclico, consumo discricionário, industrial e saúde – dentro de cinco temas específicos: clientes, comunidades, trabalhadores, meio ambiente e governança.
O estudo foi realizado por meio do monitoramento de notícias em mídias locais e nacionais, além de informações de balanço de empresas, ONGs e governos. E levou em conta apenas reclamações recorrentes, de um grande número de pessoas, que tenham causado algum impacto para as empresas.
Destacam-se, entre as controvérsias, casos como o da construtora MRV Engenharia, que foi condenada a pagar multa depois de constada condição de trabalho escravo em uma obra no interior de São Paulo. O levantamento também traz à tona os muitos casos trabalhistas enfrentados pela JBS depois de comprar concorrentes. “A empresa cresceu muito e está enfrentando o desafio de gerir esses novos funcionários”, afirma Gustavo Pimentel, diretor da SITAWI.
No entanto, das 172 controvérsias apontadas no levantamento, a maior parte delas (45) foi no setor de telecomunicações. Da mesma forma, o setor foi responsável pelo maior número de ocorrências consideradas severas, ou seja, com impactos negativos de grande escala. A líder de controvérsias no segmento foi a Oi, com 28 ocorrências, em seguida veio a TIM, com 15. As principais reclamações enfrentadas pelo segmento dizem respeito à baixa qualidade dos serviços de internet banda larga e telefonia.
Em geral, a maior parte de reclamações registradas pela SITAWI veio de clientes (74) e trabalhadores (51). “É natural que empresas que lidam com grande número de clientes e empregam muita gente tenham mais controvérsias relacionadas a pessoas. Clientes e trabalhadores são temas muito regulados na legislação brasileira. Além disso, são assuntos transversais de vários setores”, explica Gustavo Pimentel. Para o executivo, esses temas são muito judicializados e deveria haver um esforço para buscar mediações e soluções amigáveis.
Outro dado que chama atenção na pesquisa é a quantidade de controvérsias ambientais (18). Nesse tema, o setor de energia foi responsável por 30% dos casos e a Petrobras foi a mais citada (7), principalmente devido a multas e processos por vazamento de óleo. “Não houve nenhum grande problema, mas há um acúmulo. A repetição desses pequenos problemas denota uma necessidade de melhoria na gestão ambiental”, afirma Pimentel. A Petrobras também é citada por problemas trabalhistas, que levaram a diversas paralisações exigindo reajuste salarial, participação nos lucros e pagamento de horas extras.
De acordo com o diretor da SITAWI, os resultados do levantamento não devem ser nenhuma surpresa para as empresas listadas. “Elas convivem com isso no dia a dia. O que deve ser levado em conta é que os investidores estão cada vez mais interessados em saber como essas empresas lidam com seus problemas. Isso tem um impacto nos investimentos tanto do ponto de vista ético quanto pragmático”.
A íntegra do estudo da SITAWI está disponível aqui.
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