Por Eduardo Tessler, no Terra Magazine
Não basta ter um sistema de transporte inteligente no país, é preciso prever como fazer com que os habitantes o adotem.
A Noruega é um país moderno, onde as necessidades básicas do ser humano funcionam. Há escola e universidades para todos, há uma ótima oferta de empregos, a saúde pública não deixa nada a desejar para a privada, segurança é algo que sequer é discutido entre amigos, tamanha sensação de bem estar. Mas é no transporte público que este país da Escandinávia – e fora da União Europeia – dá um banho de civilização.
OK, o preço é alto. Um ônibus urbano em Oslo custa R$ 12 reais a viagem. Se for para a periferia o custo sobe para R$ 20, mesmo preço do trem interurbano. Já o rápido trem que liga a Estação Central ao Aeroporto custa R$ 65, mas faz a viagem em rápidos 20 minutos, em que o passageiro vai navegando na Internet grátis.
A grande sacada dos noruegueses foi proporcionar conforto aos passageiros. Antes, durante e depois da viagem. Para convencer a população que vive nos arredores de Oslo a deixar os carros em casa e utilizar o trem a primeira providência foi construir enormes estacionamentos em torno das estações. Grátis. A população chega com seu carro e sempre há espaço para deixá-lo a poucos passos dos trilhos. Não tem flanelinha nem precisa por moeda.
Se o bilhete unitário é caro, o passe mensal é bem mais em conta. E dentro do trem há conforto, comodidade. Deu sede? O vagão restaurante soluciona esse problema com um rápido café da manhã, por exemplo. Quer dormir? Há o vagão silencioso, onde é proibido conversar. Tudo para fazer seus minutos de transporte passarem o mais rápido possível.
A discussão que começa a tirar o sono dos norueguese é sobre a nova linha de trem rápido entre Oslo e Ski, uma pequena vila de 30 mil habitantes a 30km da capital. Todo o percurso entre as cidades é povoado por gente que trabalha em Oslo e dorme em casa. A ideia do governo é ligar os dois extremos em 11 minutos, com um trem super rápido – a exemplo do transporte para o aeroporto. Só que a obra, prevista para ficar pronta em 2020, vai trazer junto mais gente para Ski. E a especulação imobiliária, a ameaça de insegurança, os problemas de cidade grande.
O povo de Ski está dividido. Metade adora a ideia de ganhar tempo com a família (hoje o trem expresso até Oslo leva 23 minutos, enquanto o local, que para em todas as estações, demora 32 minutos). A outra metade ameaça se mudar a algum lugar mais longe da modernidade, onde ainda se deixa a porta de casa aberta durante todo o dia.
Mas há coisas que não estão em discussão. O estacionamento, por exemplo. Ao final da obra, o número de vagas para carros em volta da estação de Ski vai dobra, das atuais 500 vagas para 1000. Nada assusta mais os noruegueses do que a possibilidade de ver as estradas engarrafadas e o centro de Oslo lotado de carros. Tudo, menos isso.
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