O debate sobre o Império Romano

Por Waldyr Kopezky

Comentário ao post “O declínio da civilização romana”

Caro Aliancaliberal, tópico interessante…

Mas não esgota o assunto nem o resume. Dê uma boa lida no livro Declínio e Queda do Império Romano (de Edward Gibbon) e ali você vai ver pelo menos razões claras para a decadência muito mais decisivas do que o controle estatal sobre o comércio no Império – e uma muito detalhada refutação à sua teoria de que as Legiões Romanas facilmente derrotariam os bárbaros, em qualquer momento.

As três razões maiores para o declínio de Roma, que eu citei:

1. Decadência militar: envolvida num estado de bem-estar social e opulência malemolente, perdeu-se a “cultura marcial” (de exercícios militares e formação/alistamento obrigatório) que foi base e espinha dorsal de Roma.

2. Decadência política: os políticos (senadores e tribunos) foram por séculos patrícios de relevantes serviços militares prestados – só assim, derramando sangue e lutando por Roma, eles poderiam aspirar ao Poder; os Césares (apos Augusto) arrasaram com tal hábito.

3. As migrações e a absorção de um milhão (!) de Godos: as ondas de hordas guerreiras adversárias marcaram as épocas romanas – primeiro foram Godos, Visigodos e Ostrogodos os inimigos ameaçando suas fronteiras; depois, tais nações foram derrotadas e “empurradas” para as bordas do Império Romano pelos Hunos – que migraram da Ásia Central para a Europa também “empurrados” pela ascenção e unificação dos Khans Mongóis. Pelo Danúbio, um dos césares (não recordo se Valentiniano ou Maximiano) teve que permitir a entrada e fixação de um milhão de góticos (!) em terras romanas – bárbaros armados, ultrajados e hostis às águias romanas. Foi um caos.

Percebe a complexidade do cenário? Pois é – pra mim, esse estudo visa apenas embasar algum estudo neoliberal que reafirma a importância da livre iniciativa nas sociedades e os “perigos” de um controle estatal “sufocante” sobre a economia nacional. É mais retórica que conteúdo genuíno. Abs.