Trump não é Caesar, os EUA é uma Fake Rome, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Trump não é Caesar, os EUA é uma Fake Rome

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Um articulista norte-americano comparou Donald Trump ao romano Júlio Caesar. Essa comparação não me parece muito adequada.

As tensões políticas que existiam em Roma no século I a.C. e as que sacodem os EUA nos dias de home têm a mesma origem: o abismo entre ricos e pobres e o controle absoluto do Estado pelos ricos. Nenhuma outra semelhança existe entre essas duas culturas.

Júlio Caesar correu riscos durante a invasão e conquista da Gália e na subsequente Guerra Civil. Donald Trump nunca participou de um conflito militar.

O primeiro imperador de Roma morreu porque desafiou os privilégios da aristocracia patrícia romana. Apesar de sua retórica populista, o presidente norte-americano trabalhou apenas em benefício dos ricos e do enriquecimento de sua própria família.

Júlio Caesar deixou um admirável legado literário. Trump se limitou a construir edifícios horríveis com dinheiro de origem duvidosa.

A República romana caiu porque Roma se tornou muito maior do que uma cidade e sua elite mesquinha e gananciosa. A democracia dos EUA morreu porque o neoliberalismo causou o apodrecimento do bipartidarismo à medida que Estado passou a ser mais e mais controlado exclusivamente pelos banqueiros, pelo Pentágono e pela CIA.

Apesar de adotar alguns símbolos do poder romano (a águia, os edifícios monumentais com colunas em Washington DC, etc), os norte-americanos nunca deixaram de ser bárbaros. A verdadeira natureza dos EUA fica evidente quando prestamos atenção na maneira como eles transformaram Jesus num clone do deus da guerra romano.

Segundo Tito Lívio, os romanos tinham uma virtude: agir e sofrer. Os norte-americanos se limitam a produzir, encenar e apreciar filmes de ação. Os soldados romanos combateram seus inimigos a curta distância, os EUA já empregam drones de combate pilotados a milhares de quilômetros do conflito por soldados confortavelmente sentados na frente de monitores de LCD.

As obras deixadas pela civilização romana serão sempre admiradas. Enquanto houver homens, isso será verdade. As obras que os norte-americanos deixarão serão lembradas? Isso é improvável. Não sobrará nada digno de nota nos EUA depois que aquele país for totalmente devastado por uma guerra civil nuclear.

Fábio de Oliveira Ribeiro

Fábio de Oliveira Ribeiro

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  • Estados Unidos, ELEIÇÃO BICHADA

    TRUMP bichou as eleições americana. E daí?

    Daí eu pergunto: por quê eu, que moro lá em Caixa Prego, tenho que ficar torcendo por uma eleição que diz respeito ao mundo inteiro, mas só quem vota são os americanos?

    Vocês, torcedores, estão loucos! Minha mulher já está com síndrome do pânico só de acompanhar as putarias de Bolsonaro. Se juntar com as do Trump, ela pira de vez. Embora eu tente mostrá-la que as sacanagens faladas e praticadas por Trump são repetidas por Bolsonaro (até mesmo aquelas que exigem uma grande esforço militar, como a invasão da Venezuela, por exemplo); que o porrete na mão do Trump ou do Biden é pra matar tudo aquilo que se move na superfície da Terra redonda ou plana e nas profundezas dos oceanos; e que em 2022 Bolsonaro pretende ganhar a eleição também no tapetão (ele já disse isso), quanto mais eu tento acalmá-la com essas verdades absolutas mais ela se desespera.

    “Então, façamos um trato” – disse-me ela.

    “Vamos tomar um litro de uísque com água de coco, dormir por 15 dias, e quando acordar a gente sabe se a suprema corte americana decidiu “dar a “vitória” ao Trump.

    Então eu disse: “15 dias é pouquíssimo; bota seis meses nisso”.

    País com democracia “consolidada” é outra coisa: viva os Estados Unidos, a mais nova república nazi-fascista bananeira do planeta Terra!

  • Agora já está sendo escancarado que o rei está nú. Ha muito tempo não existe democracia nos Estados Unidos, se é que existiu algum dia. E tbm que suas. eleições são dignas de qquer republiqueta bananeira.

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