Foi ato político em resposta a um processo altamente politizado. Afinal, até o então juiz Sérgio Moro viu-se obrigado a admitir, após um Agravo Interno da defesa do ex-presidente, que jamais se provou nos autos do processo que o dinheiro ali investido em reformas tinha qualquer relação com verbas repassadas em contratos com a petrolífera. Tanto assim que, como mostrou o The Intercept, em 9 de Junho de 2019, na reportagem ‘ATÉ AGORA TENHO RECEIO’, o chefe da Força Tarefa no Ministério Público Federal do Paraná, Deltan Dallagnol, poucos dias antes de apresentar a denúncia contra Lula tinha dúvidas da “solidez da história que contaria ao juiz Sergio Moro”. Na reportagem, reproduziram diálogos de Dallagnol com seus colegas pelo aplicativo Telegram
“Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua”. (sic)
Não há como, portanto, não enxergar a mais nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) – desta feita, em Santos (SP) – contra o ex-presidente Lula, atingindo também Guilherme Boulos, um dos coordenadores do MTST, como um ato político. Como definiu o advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, a denúncia “é mais um capítulo do lawfare praticado contra Lula, que consiste no uso estratégico do direito para fins de perseguição política”.
O movimento político do MPF transparece ainda na própria divulgação dessa nova denúncia. Por motivos misteriosos, contrariando o princípio da transparência que norteia as ações judiciais, o procurador Ronaldo Bartolomazil manteve o caso “em segredo de justiça”, impedindo o acesso à íntegra de sua denúncia.
Como sempre ocorreu em processos e ações da Lava Jato, sua iniciativa foi tornada pública por dois veículos que se confundem como porta-vozes da Força Tarefa de Curitiba. Tudo devidamente registrado na revista eletrônica Consultor Jurídico, na postagem MPF-SP denuncia Lula e Boulos por invasão do tríplex do Guarujá:
“A informação foi noticiada pelo site O Antagonista, e, depois, também pelo jornalista Fausto Macedo, no Estadão, e pelo Valor Econômico. No entanto, assessores de imprensa do MPF informaram a jornalistas, em um grupo de WhatsApp, que “o procedimento está sob sigilo, portanto não temos como fornecer nenhum tipo de informação” (…) Segundo noticiado pelos sites, Lula e Boulos foram denunciados, junto com outras três pessoas, com base no artigo 346 do Código Penal, que criminaliza os atos de “tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial””.
A “perseguição política” também transparece no tipo penal atribuído aos denunciados pelo procurador. Ao que consta, após as quatro horas de ocupação do imóvel no dia 19 de abril, não ficou caracterizado que os manifestantes “tiraram, suprimiram, destruíram ou danificaram” alguma coisa do imóvel. A não ser que isso tenha sido constatado pela Polícia Federal, em perícia, inserida nos autos que tramitam em segredo. Algo que dificulta o debate público em torno do assunto, tal como deveria ocorrer.
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Tampouco se viu Lula ou Boulos na ocupação. Ou seja, enquadraram em artigo errado.
A Lava Jato anda meio acuada, mas ainda tem garras que vão ser afiadas pela própria mídia e pela proximidade cada vez maior da eleição. Sem a possibilidade de prisões e conduções coercitivas irão tentar afogar Lula com uma enxurrada de processos. Quem não lembra das ações movidas simultaneamente por vários juizes no Estado do Paraná, das mais variadas comarcas, exigindo explicações de jornalistas que divulgaram os salários e penduricalhos. Eles não tinham nem tempo hábil para ir de uma cidade a outra para responder aos juizes. A enxurrada de processos visava simplesmente esgotar as possibilidades defesa e os bolsos do perseguido.
O MPF há muito tempo se tornou puxadinho do fascismo, uma ameaça a democracia e ajuda no desmonte do país
Há que se instalar uma Constituite pra extinguir o MPF
Concordo e é o que defendo aqui há uns três anos.
O MPF não está cumprindo o objetivo pelo qual foi criado.
O MPF não deveria ser instituição política, não é partido e não tem voto popular.
Deveria ser extinto e seus membros não podem em hipótese alguma serem reaproveitados em qualquer outro órgão, instituição ou poder.
Muitos de seus membros cometeram os mais variados crimes, como exemplo este verme chamado deltan. Estes deveriam ser processados e presos.