Outras entidades da PF sinalizam seu descontentamento com Segovia

Jornal GGN – Depois da ADPF, do Barroso e da Fenapef, chegou a vez do Sindpesp, Adepesp e Sindipfsp divulgarem nota conjunta sobre as declarações de Fernando Segovia, diretor-geral da Polícia Federal, para a Reuters. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo e o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal  do Estado de São Paulo afirmam que o delegado que preside o inquérito em que Temer é investigado agiu e age dentro da mais absoluta legalidade, na essência de suas atribuições legais e em consonância com o Estado Democrático de Direito.
Para as entidades, qualquer ameaça às prerrogativas de um delegado deve ser afastada imediatamente para que se preserve a função fundamental do agente público, que é buscar a verdade de forma ‘incansável e legalista’, para que sua decisão seja justa para toda a sociedade.

As entidades alertam para a necessidade de dirigente de instituição policial resguardar uma investigação em andamento, que não preside e sem fazer ilações sobre o que não preside. Dizem que, no momento em que vive o país, com o anseio da população em jogo, um dirigente se posicionar desta forma não tem cabimento.
Lembram ainda que é prerrogativa de delegado de polícia ouvir testemunhas e investigados, sem ser alvo de apuração por fazer perguntas a um suspeito, independentemente de quem seja ou do cargo que ocupe. E, de quebra, clamam pela independência das polícias em texto constitucional.
Leia a nota a seguir.
Sindpesp, Adpesp e Sindpfsp divulgam Nota sobre declarações de Segovia
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo e o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo, sobre as declarações do Diretor Geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, reiteram que o Delegado de Polícia que preside o inquérito em que um dos investigados é o presidente Michel Temer, agiu – e age – respaldado pela mais absoluta legalidade, na essência de suas atribuições legais, de forma competente e no mais perfeito compromisso com o Estado Democrático de Direito.
Entendemos que qualquer espécie de ameaça às prerrogativas de um Delegado de Polícia, previstas na Constituição Federal, deve ser rechaçada imediatamente a fim de que se preserve a função fundamental desse agente público, que é a de buscar a verdade de forma incansável e legalista para que sua decisão seja a mais justa possível não só para o investigado como para toda a sociedade.
Nenhum dirigente de instituição policial deve tecer comentários públicos sobre uma investigação em andamento que não preside e, menos ainda, fazer ilações sem qualquer embasamento probatório para antever desfechos. É sem cabimento que, no momento em que vive este país, com um anseio cada vez mais profundo da população pela ética e transparência dos que comandam a nação, haja um posicionamento desse tipo do Diretor Geral da Polícia Federal.
Para a sociedade entender, é preciso que se esclareça que a hierarquia dentro de uma instituição de Polícia Judiciária entre chefes e subordinados é meramente administrativa, jamais relacionada a atos de convicção jurídica do delegado, que é independente e soberana.
É prerrogativa do Delegado de Polícia ouvir testemunhas e investigados. Ele jamais pode ser alvo de apuração por fazer perguntas a um suspeito, independentemente de quem seja ou do cargo que ocupe. Afirmar que o Delegado de Polícia pode até se “punido” pelo “tom” de suas perguntas é inaceitável, por isso, manifestamos irrestrita defesa às suas prerrogativas e veemente repúdio a qualquer tentativa ou ato de ingerência política no que diz respeito ao seu trabalho nas investigações do caso.
As instituições de Polícia Judiciária, federal ou estaduais, são rigorosamente polícias de Estado, jamais de governo. Interferências políticas de qualquer natureza devem ser repelidas, motivo pelo qual é necessário que as Polícias Judiciárias tenham Autonomia reconhecida no texto constitucional.
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Gostaria muito de ouvir as

    Gostaria muito de ouvir as perguntas feitas pelo delegado Marcos Anselmo. Elas tem que estar no processo, assim com as do MP.

    Onde estão?

  • Questões a esclarecer

    Pontos que precisam ser esclarecidos:

    1) Porque a entrevista foi dada a uma agencia internacional de notícias?

    2) Foi o Diretor da PF que solicitou a entrevista ou foi a agência internacionbal de notícias que a propôs?

  • O Diretor Geral da PF - pau

    O Diretor Geral da PF - pau mandado do Sarney, botou em polvorosa os fascistas da polícia federal.

  • Podridão

    É só o que se vê ! Agora é a minha vez

    - não sua vez já passou. Agora é a minha.

    - Putiz grila ! digo eu  ninguém merece viver num país como esse !

  • Briga corporativa

    Gostaria que todos os que manifestaram discordância da absurda declaração do Semvergóvia tivessem feito os mesmos lembretes à atuação da PF (polícia fascista) na Farsa a Jato.

    Hipocrisia geral!

  • Isso não passa de uma jogada

    Isso não passa uma jogada para vender para o povo a imagem de que nossas Instituições são republicanas e isso é importnate nesses tempos de caça ao Lula...Já se foi o tempo em que tinha tanta autonomia que invadiram a casa do Vavá, irmão do Lula, sem motivo. Agora vão saber o que é bom prá tosse...Esses jogos de cena, com Barroso mostrando valentia não adianta nada. Se o problema for a CF, eles a alterarão para enquadrar a PF aos moldes da Era FHC, já que tudo de ruim daquele tempo está voltando...aliás, o ministro Barroso é o primeiro a desrespeitar a CF ao defender a prisão de Lula sem o transito em julgado...o Fux também, ao jurar de pés justos que não registrará a candidatura de Lula, numa afronta a CF.....falsos moralistas...pior que isso: golpistas...se desrespeitam a CF são o que mesmo senão golpistas...

    Temer estuda substituir delegado que o investiga, noticia do G1

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