Por Luís Adorno
Testemunhas afirmam que Isaac, 17 anos, levou um soco no peito e um estrangulamento de dois seguranças do Metrô. Família diz que menor não tinha problemas de saúde, motivação utilizada pela companhia para explicar o caso
“Meu filho entrou com vida na estação do Metrô e, depois de agressões de seguranças, presenciadas por outros jovens que estavam com ele, saiu morto de lá”, afirma o azulejista pernambucano Gilberto Severo do Nascimento, de 47 anos. Na manhã da terça-feira (1), ele perdeu seu filho Isaac Tomé do Nascimento, de 17 anos, que tentava entrar embarcar no transporte coletivo sem pagar a tarifa de R$ 3,50. “Ele passou mal às 8h10, após as agressões dos seguranças, e só foi socorrido às 9h13 e veio a óbito às 9h30”, diz.
A versão policial, que gerou a revolta de Nascimento, é de que seu filho tinha problemas de saúde. Na data do ocorrido, o Metrô divulgou uma nota afirmando que “agentes de segurança do Metrô atenderam um jovem com mal súbito na estação Sé”. E que “o jovem foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa, onde veio a falecer”. A família afirma que desconhecia qualquer doença de Izaque, inclusive cardíaca. “Estão tentando justificar a morte do meu filho”, diz Gilberto.
Dois adolescentes que estavam com Isaac no momento em que ele morreu afirmaram em depoimento à Polícia Civil que o rapaz foi agredido pelos seguranças do Metrô. Uma das testemunhas chegou a afirmar que o jovem levou um soco no peito. Também foi dito que um dos agentes públicos estrangulou o menor.
A ocorrência foi registrada pelo Metrô apenas 8 horas depois do acontecimento. Para o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos em São Paulo e membro do Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente), a demora no registro “é um indicativo de que o Metrô tentou acobertar os fatos”.
De acordo com a versão oficial, os agentes Renato Teixeira Souza Coelho e Eudes Souza Santos estavam na estação Anhangabaú, da linha 3-Vermelha, quando viram Isaac e outras quatro mulheres e um rapaz pulando a catraca. Os seguranças teriam orientado a todos que voltassem a pagassem a tarifa. Três teriam pagado. Os outros três se recusaram.
“Segundo o agente de segurança Renato, num primeiro momento, o adolescente Izaque – escrito desta maneira – teria sido impedido de adentrar no metrô devido estar aparentemente alterado e provavelmente sob efeito de substância entorpecente e/ou álcool. Após algum tempo, parecia ter melhorado seu ‘estado’ e foi autorizada sua entrada, que se deu mediante pagamento do valor”, descreve o histórico do Boletim de Ocorrência.
“Porém, o mesmo, ao entrar, começou a chutar a escada rolante e causar tumulto no interior das dependências do metrô, colocando em risco a segurança de si mesmo e de outros usuários. A vítima e seus amigos ainda proferiram palavras de baixo calão em altos brados, perturbando a tranquilidade dos demais usuários”, diz a versão oficial.
“Neste momento, [os agentes] decidiram abordar o adolescente Izaque, momento em que referida pessoa teria falado que estaria passando mal, vindo a desfalecer. Iniciou-se, então, procedimento para imediato socorro”, justifica.
Ainda de acordo com o Boletim de Ocorrência, a família de Isaac foi à delegacia e relatou que soube que o garoto de 17 anos morreu depois de levar um soco no peito de um dos seguranças do Metrô. “[O pai] foi até a Santa Casa e falou com o médico que atendeu o seu filho. O mesmo disse que Izaque teria chegado em parada cardíaca e teria sido reanimado. Teria tido uma segunda parada e veio a óbito”.
Outro lado
Questionado pela reportagem da Ponte Jornalismo, o Metrô não se pronunciou até o momento.
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Processo o metrô, seu
Processo o metrô, seu Gilberto, eles mataram seu filho, sim. Essa violência com que sempre trataram pobres que precisam de uma passagem ou de um litro de leite.
Discordo Maria Luisa...
... está bem afixado no fundo da cabine da bilheteria do metrô:
"Art.1331: Não pagar passagem do metrô é crime. Pena de um a 500 anos de morte."
Tem que pegar aquelas placas de "Risco de Morte" que tem nas linhas do metrô e colocar nas catracas.
Mas é isso... um imprensa vil e corrupta dá nisso... um governador que pode mandar executar o povo sem problema algum... porque sabe que a imprensa vai encobrir o caso...
Por isso eu solto fogos quando ouço falar de passaralho nas redações.
Independentemente do rapaz
Independentemente do rapaz ter pulado a catraca, se negado a pagar o bilhete ou proferido palavrões e chutado instalações do metrô, NÃO há qualquer justificativa para a truculência que ceifou a vida dele. A família deve processar os responsáveis, o estado de SP, a direção do metrô, até mesmo o governador paulista. Ah, mas SP não é governado pelo PT... E agora, judiciário? E agora, mídia amiga? E Agora, MP? Vão ficar quietinhos, esperando que caia no esquecimento!?
Na lei do Luccas Jr...
... não pagar a passagem é punível com pena de morte.
Era só pagar a passagem ...
Era só pagar a passagem que nada disso teria acontecido.
Se ele não tinha dinheiro bastaria pedir ajuda às pessoas perto das catracas, em poucos minutos resolveria o problema. Já dei passagem para muitas pessoas nessa situação, alias prefiro ver a pessoa embarcar do que dar dinheiro
Uma morte trágica, como todas aliás, porém facilmente evitável...
Só nesse país...
... a pena por não pagar metrô é a morte...
Depois dizem que a lei é branda... Que bandido não é condenado nesse país...
A cada dia que passa SP vem
A cada dia que passa SP vem se tornando a capital brasileira do nazismo em ascenção em pleno século XXI. Isso tem que parar!
Tudo em sp é uma mentira.
Tudo em sp é uma mentira. Governo, imprensa, elite, juistiça, nada está baseado, sustentado na verdade. Os poucos que ainda oxigenam sp, estão correndo riscos.
Vítima do medo
Pulou a catraca. Foi vítima do medo, imagina se outros imitam o gesto! SP US$ 0,91 vs Beijing US$ 0,30!
fonte: jornalggn.com.br/noticia/metro-de-sp-tem-uma-das-menores-malhas-do-mundo