Polícia Federal registra o menor número de operações desde 2014

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro venceu as eleições no ano passado prometendo redobrar o combate às atividades ilegais no país. Uma das primeiras ações, logo após ser eleito, foi anunciar o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, para ocupar um superministério da Justiça.

Mas, em seis meses de governo, a Polícia Federal, sob o comando de Moro, registra o menor número de operações desde 2014. Entre janeiro e junho, a PF realizou 204 ações, número mais baixo do que o registrado entre julho e dezembro do ano passado (360) e de janeiro e junho de 2018 (269). As informações são da Folha de S.Paulo, com base em dados levantados pela própria PF.

A reportagem explica que, historicamente, os primeiros meses do ano têm menos operações do que a segunda metade, porque o primeiro semestre tem mais dias de folga do Judiciário, que é quem autoriza prisões e medidas de busca e apreensão.

Mesmo assim, os resultados da atual gestão está bem abaixo dos anos anteriores para o período, perdendo apenas para o primeiro semestre de 2014, quando foram realizadas 178 operações.

“Aquele ano marcou o início da Lava Jato, com maior ênfase de atuação da PF contra crimes do colarinho branco”, escrevem Fábio Fabrini e Camila Mattoso que assinam a matéria da Folha.

Para a reportagem, a Polícia Federal destacou alguns fatores que impactaram no seu desempenho, entre eles a queda de 10% do efetivo policial em relação ao total na ativa desde 2016. O órgão também justificou que, em 2015 e 2017, foram lançadas duas normativas internas da PF aumentando as exigências para que uma ação seja considerada “operação especial”.

“Assim, muitas ações que, em um passado próximo, eram consideradas operações, hoje não ingressam na estatística por não satisfazerem tais critérios”.

Além disso, a PF explica que o número de operações deflagradas não reflete o número de operações em andamento, explicando que, no início do segundo semestre de 2018, haviam 500 operações em andamento e hoje são 738.

“Cada operação tem seu tempo de maturação e a deflagração é apenas a etapa final de uma operação, que pode ter durado meses de trabalho.”

O órgão explicou também que a resolução de cada caso depende de grau de complexidade, “do número de investigados, do conjunto probatório a ser produzido e das inúmeras outras variáveis que o objeto da investigação impõe”.

“Por outro lado, é sabido que, a cada caso desvendado, as organizações criminosas migram as suas práticas e formas de operar no mundo do crime, o que dificulta o trabalho das autoridades competentes para investigar os fatos”, pontua.

Por outro lado, a PF argumenta que houve aumento em outros indicadores de desempenho. Nos primeiros seis meses do ano, o órgão diz ter resgatado R$ 548,1 milhões em patrimônio de investigados por crime organizado, facções criminosas e crimes violentos, valor superior ao recolhido em todo o ano passado (R$ 451,5 milhões).

A PF aponta ainda o aumento da apreensão de drogas. Até agosto deste ano, foram recolhidas 67 toneladas de cocaína, volume quase que equivalente ao apreendido em 2018. Também foram apreendidos 364,8 mil comprimidos de ecstasy de traficantes – em todo ano passado foram 295,3 mil.

*Clique aqui para ler a reportagem da Folha na íntegra.

Redação

Redação

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  • Com um miniministro com cabeça do DEM, compromissos PSDBistas e moral PPista, escolhendo, conforme a vazajato mostrou, 30% e engavetando 70% - aceitando entrar num governo em troca de suas ilegalidades e artimanhas cometidas, é lógico que vai ser o engavetador e encobridor das mazelas de épocas janot-deltanicas-bolsonarianas.
    Queiroz pode aparecer em TV e revistas, mas nas mãos da PF-morista-sem moral não vai

  • Visão sugere que teremos uma aqui no RJ que vai pegar geral...
    quiçá o desmantelamento físico da rotina que estabiliza os crimes

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