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Forças Armadas foram “instrumentalizadas” e há militares na corrupção, diz senadora

Jornal GGN – A senadora Eliziane Gama aproveitou a sessão da CPI da Covid desta quarta-feira (4) para mandar um recado para as Forças Armadas. Segundo ela, a investigação no Senado está lançando luz sobre esquemas de corrupção no governo Bolsonaro envolvendo a compra de vacinas, inclusive com a participação de alguns militares, sejam eles da ativa ou da reserva.

A declaração ocorreu durante depoimento do coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do setor de Logística do Ministério da Saúde. Blanco admitiu que ajudou Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davatti, a se encontrar com Roberto Dias para apresentar a proposta de 400 milhões de doses da vacina da Astrazeneca. Dias seria, na visão da CPI, um homem do deputado federal Ricardo Barros na Saúde, mas subordinado ao coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério e ex-braço-direito de Pazuello.

“Quero deixar um registro às Forças Armadas. Temos recebidos aqui alguns coronéis, alguns militares, generais, até como conversamos com o general Pazuello, e a gente percebe de forma muito clara a instrumentalização das Forças Armadas”, disparou Eliziane Gama.

“Há fatos claros, há pessoas que, como [militares da] reserva ou não, integravam o governo e participaram em algum momento de um esquema de corrupção”, completou.

Para ela, não há na história republicana, “sobretudo nos últimos 30 anos, depois da ditadura militar”, tanta politização das Forças Armadas como há no governo Bolsonaro. “Antes desse governo nós tivemos 2 mil militares [em cargos comissionados], agora chegam a 6 mil”, exclamou.

REAÇÃO. A senadora ainda exaltou as reações do TSE e STF contra ameaças de Bolsonaro e de setores das Forças Armadas contra as instituições e a própria democracia. Na segunda (2), o TSE, por exemplo, decidiu abrir investigação contra o presidente Jair Bolsonaro por ameaças ao processo eleitoral. A corte também encaminhou pedido de investigação ao STF.

“Ao mesmo tempo quero reconhecer as ações do Tribunal Superior Eleitoral e também do Supremo Tribunal Federal, que começam a entender a necessidade de tomar providências”, disse Eliziane. “Nós não seremos jamais intimidados porque faremos nosso papel e também tomaremos providências”, comentou, em relação ao Congresso.

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Redação

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