Morre Walter Barelli, ex-ministro do Trabalho e economista

Jornal GGN – Morreu na noite de ontem, quinta, dia 18, o economista Walter Barelli, aos 81 anos. Barelli foi ministro do Trabalho entre 1992-1994 e teve como trabalho principal a formação e análises do Dieese. Ele estava internado desde abril, após bater a cabeça numa queda.

O velório, na cripta da Catedral da Sé, em São Paulo, começará na tarde de hoje, sexta, 19, a partir das 15h. O enterro acontece amanhã, 10, no Cemitério Gethsêmani Anhanguera.

Barelli era uma referência no campo do sindicalismo. Como diretor técnico do Dieese, por 23 anos, o economista estava na função desde a ditadura militar, em 1965. O instituto teve um papel importante neste país, com Barelli à frente, dando retaguarda a campanhas sindicais e nas bandeiras de melhoria de condições de trabalho. Em 1979, por conta de sua atuação, foi preso pelos militares, mas acabou sendo liberado após protestos de sindicalistas e políticos.

Aproximou-se do PT no final dos anos 1980, assumindo a assessoria da campanha de Lula à Presidência da República. Na Constituição de 1988, junto com o Dieese, teve participação importante. Foi ministro do Trabalho de Itamar Franco.

Em 1994 filiou-se ao PSDB e, em São Paulo, foi secretário do Trabalho nos governos Covas e Alckmin, onde implantou as Frentes de Trabalhos para desempregados e o Banco do Povo Paulista, que emprestava a juros de 1% ao mês.

Em 2007, ao terminar seu mandato na Câmara, focou a carreira acadêmica. Foi professor da Unicamp e deu aulas também na FGB e na PUC.

Barelli é autor de “O Futuro do Emprego” e “Distribuição Funcional de Renda nos Bancos Comerciais” e co-autor em diversas publicações.

Viúvo, deixa três filhos, Suzana, Pedro e Paulo.

Redação

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  • Nassif, que linda memória do Diário Carioca. Pena que os estudantes de jornalismo e comunicação prefiram textos curtos - melhor, curtíssimos e insossos. A desculpa é que ninguém mais lê textos longos (!?).
    Havia uma áurea de romantismo que as faculdades e os mais antigos insistiam sempre em difundir. Vê-se que nem só de fantasia é feito o jornalismo brasileiro, cuja decadência não pode se atribuir à chegada de mídias digitais e redes sociais.

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