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A crítica ao padrão brasileiro de TV

Por Paulo Monarco

Padrão nipo-brasileiro” onde???

Este sistema foi criado, direcionado, implantado e exportado pelos japoneses. As extensas pesquisas realizadas pela Unicamp, IC/UFF e GTA/COPPE/UFRJ para criação de um avançado sistema brasileiro de televisão digital, a partir de 2009, foram jogados na LATA DO LIXO! LATA DO LIXO em caixa alta mesmo porque nós brasileiros temos síndrome de memória curta. O ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial) é gerido pela ARIB (Association of Radio Industries and Businesses) que tem como membros – estes que recebem a bufunfa dos royalts pagos pelo brasileiro – SONY, NEC, PANASONIC, JVC KENWOOD, TOSHIBA, SANYO, MITSUBISHI e HITACHI, todas japonesas, com nenhum pajé tupiniquim.

O sistema brasileiro em estudo, que se mostrava amplamente avançado e melhor foi literalmente jogado na lata do lixo. O ISDB só foi enterrado aqui por pressão de “você sabe quem” (não precisa de explicações, né?). Em 2006, atropelando os estudos dos pesquisadores e uma democrática e necessária discussão sobre a televisão digital, as grandes empresas de televisão brasileiras em parceria com a ARIB inferiu forte lobby junto ao congresso e o ministério das comunicações, do então ministro Hélio Costa – que “dispensa” apresentações – para aprovação do ISDB no país. Com a desculpa de já terem comprado equipamentos de difusão e transmissão para o sistema japonês, não poderiam arcar com uma dispendiosa troca pelo novo sistema criado nas universidades brasileiras.

Na realidade, o que se temia, como sempre, é que este novo sistema totalmente brasileiro democratizaria a televisão no Brasil, pois diferente do que vendem ao público, televisão digital não é só melhor imagem e interatividade, ela proporciona a criação de mais de 300 canais públicos de difusão devido ao seu largo sistema digital de linhas de sinais. Ou seja, qualquer comunidade poderia criar seu canal. E assim, perdemos o bonde democrático da história da tecnologia digital. De “nipo-brasileiro” o sistema só tem a cara bufunfa paga pelo contribuinte brasileiro ao “pobre” conglomerado japonês. Compreende Senhores Açaraia? Não tem nada de tupiniquim! 

Luis Nassif

Luis Nassif

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