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A Marcha das Margaridas (“Olha Brasília, está florida. Estão chegando as decididas”)

Há trinta e sete anos, em doze de agosto, a trabalhadora rural e líder sindicalista Margarida Maria Alves, foi assassinada quando lutava pelos direitos dos trabalhadores rurais, na Paraíba. A partir do ano 2000, inspiradas na referência e liderança dessa líder rural, foi criada em Brasília a Marcha das Margaridas, como forma de fortalecer as reivindicações das trabalhadoras rurais.

Margarida, que era líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Paraíba, foi assinada a mando de latifundiários. Margarida costumava usar a frase “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, para definir a tensão na região entre trabalhadores e ruralistas.

Desde o ano 2000, em agosto, mulheres se reúnem em marcha para reivindicar os seus direitos. A principal proposta da Marcha das Margaridas foi pelo direito das mulheres trabalhadores rurais, mas que foi encorpada por outras reivindicações durante o período de existência do evento.

A Marcha das Margaridas original foi unificada e conta com a presença de mulheres camponesas, das águas, das florestas e urbanas. As bandeiras e as pautas foram se complementando umas com as outras e costuraram uma aliança de lutas que pertencem a todas. O objetivo comum é a garantia dos direitos à liberdade, autonomia, contra todas as formas de violência e opressão.

Com a posse do governo sexista e machista, os desafios se tornaram ainda maiores. Com contexto desfavorável, as mulheres passaram a ser ameaçadas com cortes de direitos e, dentro da perspectiva de um governo que faz apologia ao patriarcado, veem o crescimento do feminicídio expandindo e cada vez mais normalizado.

As principais reivindicações da Marcha das Margaridas, além da manutenção das conquistas e maior acesso das mulheres às políticas públicas, são a democracia plena, o meio ambiente limpo, a soberania nacional restituída, a luta contra o racismo e em defesa dos direitos humanos.

Ricardo Mezavila

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