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Tributo a Evaldo Rosa dos Santos

Foram oitenta tiros de fuzil.

O metal caiu com estrépito.

A fumaça se elevou no ar da tarde.

O sangue borbulhando com a flor no alto.

Uma flor de sangue nas costas.

Os ovos da morte borbulhando no sangue.

Ouve a música da flauta que se quebra.

Ouve o touro da morte, como muge.

Ouve o tigre da morte, como ruge.

Ouve o rinoceronte da morte, que estúpido.

Ouve a jaula da morte, nenhuma lucidez.

De tudo ficou apenas um buraco negro.

Nenhuma pomba branca voa mais.

O músico é um pássaro com a garganta cortada e canta.

O seu canto corta a pele do dia como o diamante.

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