Por Rudá Ricci
Acho que já é hora de projetarmos o day after. O tema que já orienta 11 em cada 10 jornalistas é o papel do PMDB num possível governo Dilma. Será outra avalanche, sem dúvida. E, possivelmente, alimentada por Lula (discretamente) ou ao menos não contará com reações de Lula. Isto porque faz parte do projeto lulista e também porque cria mais espaço de manobra para o lulismo, diminuindo o poder do PT.
Se a vitória de Dilma sorrir realmente no primeiro turno, a oposição ao lulismo estará desmantelada. Para o projeto lulista, será a oportunidade de consolidação de um poderoso bloco político, cujos tentáculos envolverão parte do PSDB. O discurso radical de Roberto Freire criará, neste cenário, dificuldades imensas ao PPS porque não liderará a oposição (tarefa que caberá ao maleável Aécio Neves) e nem poderá caminhar com rapidez para se recompor com o lulismo. O DEM simplesmente sumirá do cenário político. PV e PSOL terão dias de disputa interna das mais sanguinárias. Somente após esta acomodação teremos noção do papel dos dois partidos.
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