Massivamente explorado na atualidade pela indústria do entretenimento, o poder do mito foi usado no passado pelas religiões não só para expressar as mais sublimes verdades, mas, também, como arma para destruir realidades artificiais e sistemas opressivos.
Os sistemas mitológicos acabaram perdendo esse poder ao serem reduzidos, na modernidade, a meras fábulas, mentiras, ideologias ou, simplesmente, em mercadorias que entretêm. No artigo do norte-americano Miguel Conner (escritor e diretor/apresentador do programa radiofônico “Aeon Bytes Gnostic Radio”, programa de debates e entrevistas semanais sobre temas do Gnosticismo, literatura e cultura pop) que reproduzimos abaixo, o autor inicia uma reflexão sobre a necessidade de resgatarmos a dupla função original do Mito: esotérica (revelação de verdades transcendentes) e política (como arma que denuncia o artificialismo das realidades mantidas por sistemas opressivos).
A partir das reflexões sobre o Poder do Mito feitas pelo historiador Joseph Campbell, Conner vai desenvolver esse duplo aspecto de toda mitologia.
Historicamente, a segunda função foi intensamente explorada pelo Gnosticismo na sua luta por criar narrativas mitológicas épicas que resgatassem o “herói de mil faces” presente em cada um de nós como um combustível contra sistemas religiosos e políticos opressores.
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