Magnu e Maurílio gravam sambas e fusões com o gênero, por Augusto Diniz

Por Augusto Diniz

Mais dois membros do extinto grupo Quinteto em Branco e Preto lançam CD. Dessa vez gravaram a voz Magnu e Maurílio – o primeiro foi Yvison Pessoa, cujo texto sobre seu disco pode ser acessado aqui.

Os irmãos Magnu Souzá e Maurílio de Oliveira, ou os Prettos, como agora são chamados musicalmente, lançaram este mês o CD “Essência da origem”.

No disco, eles vão além do samba mais voltado às raízes que os caracterizaram no Quinteto, e trabalham com gêneros que eventualmente se combinam com o samba.

Não se trata de uma novidade da dupla. Quem viu apresentações de Magnu e Maurílio em rodas por São Paulo, desde o fim do Quinteto em Branco e Preto, já podia perceber uma guinada deles para um samba menos tradicional.

Isso não quer dizer que comprometeu o CD. Pelo contrário, o trabalho ficou bom dentro da proposta de mesclar outros ritmos musicais fora do samba. As letras engajadas e bem elaboradas dão suporte ao projeto.

O disco autoral tem 12 músicas. Começa com partido alto “Alegria e boa fé” e depois sambas no ritmo clássico, com “Deixa cair” e “Sem marcas de dor” – este tem até um vídeo clipe padrão de gravadora multinacional, embora o CD seja independente (veja aqui).

“Cai fora” trata-se de um samba-bossa nova. “Samba pra geral” (composição da dupla com Billy SP) é um partido alto. “Soul to Soul”(composto pela dupla com Paquera, falecido em 2014 e fundador do Samba da Vela junto com Magnu e Maurílio) é um sambalanço – prova também que a dupla já buscava outras cadências faz tempo.

A faixa-título “Essência de origem” é um samba com influência do ritmo regional.  “Cundum”, com participação de Emicida citando letra de Noel Rosa, o gênero surge com malemolência.

“Tenho fé”, único que não conta com a dupla nos créditos de composição (a música é de Marcelo Matos e Peu Cavalcanti), é outro samba com balanço. “Sambolatino” tem a participação do virtuoso do violão Alessandro Penezzi; e como diz o título da música mistura samba com ritmos latinos. “Marabaixo” é um samba de roda. Encerrando, “O amor está aqui” tem uma levada mais pop.

Os dois possuem músicas gravadas por Maria Rita, Beth Carvalho, Alcione e por aí vai. A experiência adquirida nos 17 anos de Quinteto em Branco e Preto, o melhor grupo de samba surgido em São Paulo nas últimas décadas, prevaleceu nesse disco de Magnu e Maurílio.

Redação

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