Coloquei o título entre aspas por ser o mesmo do encontro que presencei há duas semanas. Organizado pela Kind, uma empresa de consultoria e experiências especializada no universo feminino, o provocativo convite para dialogar era aberto e destinado a quem se interessasse sobre o tema e vislumbrava discutir a situação do mercado.
Vamos, ora essa, além de achar as moças que conduzem a Kind de uma gentileza e educação raras, um evento como este acontecendo gratuitamente é para ser aproveitado. Networking dos bons, além de termômetro para abrandar o coração aflito em momento de crises diversas. A abordada no evento, só pra ser específica, era a crise financeira.
Classe média sofre?
Chegando lá, mulheres arumadas, mulheres bonitas, mulheres simples, mulheres comuns compunham um variado apanhado de tipos, lembrando que estamos em São Paulo, no Itaim e que o mailing da empresa de consultoria feminina há de ser composto por pessoas de determinado círculo pois, (e isso não é uma crítica de forma alguma), os cursos pagos vão de R$300,00 a R$5.000,00. Dá pra ter uma base, então, de que estamos falando de um público que, pra dizer o mínimo, é classe média.
Primeira pergunta do rapaz que conduziu parte do curso: “o que é crise pra você?”. Muitas respostas pipocaram pela sala e a palavra OPORTUNIDADE apareceu diversas vezes. Muitas. A esta altura, eu já sorria ironicamente pensando no tanto de sofrência que esse povo que reclama que o País está no buraco então é melhor tomar champanhe na Grécia mas, né, eu também quero ter o direito de tomar meu espumante moscatel onde eu bem entender. Parei de ser irônica e comecei a me relcaionar de verdade com aquelas pessoas, me perguntando porque é que elas não escrevem isso nas faixas quando vão pra Paulista. Algo como: “vamos aproveitar a oportunidade da crise pra sermos criativos/acolhedores/desenvolvedores/empreendedores/insira aqui a palavra de evolução que bem entender”. Não, na Paulista só se vê “crise é coisa do PT”.
Segunda pergunta: “como anda a saúde financeira do negócio que você possui e/ou na empresa que você trabalha?”. Também foi quase unânime – grande parte começou o ano já apertada, fez ajustes (de pessoal, de fornecedores, de gastos) e agora o negócio vai bem.
Perceba: ajustes + crise é oportunidade = o negócio vai bem.
Polítizada, eu?
Poderia parar por aqui mas o melhor aconteceu quando perguntaram qual era a principal sensação do momento: medo. Essa foi a resposta da esmagadora maioria, acompanhada de “do que a mídia diz”. “Mas me conta, o que a mídia diz que você está tão assustada?” – previsões, acusações, apontamentos, estatísticas baseadas em possibilidades extremas. “Mas tem algum dado concreto pra você estar com esse medo, já que seu negócio vem melhorando e se fortalecendo durante este ano?” – hum…
Saí de lá revigorada e certa de que não é realmente preciso um posicionamento político-partidário pra acalmar os ânimos da classe média. É preciso que sejam perguntadas, e respondam honestamente, sobre as verdadeiras causas e consequências de um tanto do que vem acontecendo neste Brasilzão de meu Deus. E, de preferência, que seja em grupo segmentado, que é pra petista nenhum escutar.
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