Jornal GGN – As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em janeiro de 2016, na 16ª elevação consecutiva e o primeiro ajuste do ano, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
A pesquisa indica que as seis linhas de crédito pesquisadas tiveram juros elevados no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, crédito direto para financiamento de veículos, empréstimo pessoal de bancos e empréstimo pessoal de financeiras). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,11 ponto percentual no mês (2,96 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 1,46% no mês (2,12% em doze meses), passando de 7,55% ao mês (139,78% ao ano) em dezembro de 2015 para 7,67% ao mês (142,74% ao ano) em janeiro de 2016, sendo esta a maior taxa de juros desde fevereiro de 2005.
No caso das empresas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida), também houve elevação nas três linhas de crédito pesquisadas. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,06 ponto percentual no mês (1,15 ponto percentual em doze meses), correspondente a uma elevação de 1,41% no mês (1,76% em doze meses) passando a mesma de 4,27% ao mês (65,16% ao ano) em dezembro de 2015 para 4,33% ao mês (66,31% ao ano) em janeiro de 2016, sendo esta a maior taxa de juros desde fevereiro de 2009.
De acordo com o diretor de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, um dos fatores que influenciou o indicador no período foi o cenário econômico, que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência.
“Este momento se baseia no fato de os índices de inflação estarem mais elevados, com aumento de impostos e juros maiores, que reduzem a renda das famílias. Agregado ao baixo crescimento econômico, deverá promover crescimento dos índices de desemprego. O fato de que as expectativas para 2016 são igualmente negativas quanto a todos estes fatores, leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência”. Tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.
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