Coluna Econômica – 19/10/2011
Ontem houve impasse entre Alemanha e Itália sobre a ajuda ao governo Grécia.
Como já escrevi outras vezes, a fórmula de saída é conhecida:
Há uma conta a ser dividida entre três atores: os países endividados, os bancos credores e os países-membro da União Europeia.
A discussão toda é em torno do deságio no valor da dívida.
Quanto maior o deságio, maior será o prejuízo dos bancos credores e a necessidade de serem capitalizados.
A política mais saudável seria capitalizá-los no mercado, vendendo ações para investidores privados. Com isso, haveria a diluição do atual capital, penalizando os acionistas atuais e permitindo a recuperação dos bancos sem ajuda estatal.
Acontece que essa capitalização é difícil. Então, cria-se o seguinte impasse.
Os países mais fortes da Europa são Alemanha e França. Caberá a eles a maior parte do socorro. Ambos querem pagar o mínimo necessário possível, para evitar maiores desgastes eleitorais – especialmente Sarkozy, que está às vésperas de eleições nacionais.
Ocorre que os bancos franceses são os mais expostos às dívidas soberanas (para países). A solução que se encontrar para a Grécia será estendida para economias maiores, como Itália e Espanha.
Essa circunstância torna o jogo desbalanceado entre as duas potências.
Se aumenta o deságio da dívida, a Alemanha precisará desembolsar menos para o socorro. A França desembolsará menos para auxiliar os países, mas desembolsará mais para capitalizar seus bancos.
Se se reduz o deságio, Alemanha e França desembolsarão mais para os países; mas a França desembolsará menos para acudir seus bancos.
Essa é uma ponta dos impasses.
A outra ponta reside na queda de braço entre os estados nacionais e os interesses da banca internacional encastelados no Banco Mundial, no Banco Central Europeu (BCGE) e nas agências de análise de risco.
Há um jogo de suspense de lado a lado, como se houvesse uma bomba relógio ligada na sala e meia dúzia de marmanjos esperando para ver quem desiste primeiro.
Do lado do BCE e do Banco Mundial, declarações terroristas preconizando o fim do mundo, caso os países não decidam abrir suas burras. Do lado das agências de risco, ameaças de rebaixamento do rating da França – o que impactaria toda a estrutura de custos de sua dívida interna.
Há um outro fator em curso, que é a constatação, por parte dos principais países europeus, da importância, para todos, da manutenção da União Europeia e do euro – inclusive como condição de sobrevivência ante o avanço da China/Ásia e do poder econômico dos Estados Unidos.
Além da lógica de Nação, existe a lógica e a influência cada vez maior dos cidadãos e contribuintes – especialmente após a falência do predomínio financista no mundo.
Daí a crítica quanto à falta de estadistas no mundo. Estadista é o que consegue enxergar todas as partes do jogo e apresentar a solução que rompa com os impasses e aponte o futuro.
Definitivamente, faltam De Gaulles, Churchills e Adenauers na nova Europa. Como falta também em um grande país irmão, no norte do continente.
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