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A flor, o amor, e a ferocidade do inimigo

 

Os puristas de sempre, aquela turma que acha que a política é uma fonte de água cristalina, pura e fresca, estão de volta com seus muxoxos, indignados porque souberam, da boca de bandidos da pior espécie, esses que delatam até a mãe para aliviar as suas penas, que o ex-presidente Lula é um homem como todos nós, de carne e osso, razão e emoção, defeitos e virtudes.

O Lula, quem diria, tartamudeiam esses seres angelicais, como ele foi capaz de fazer isso ou aquilo, de conversar com fulano e beltrano, de pedir favores aqui e acolá…

E por aí vão os nossos cavaleiros da triste figura ingenuamente engrossar o exército dos saqueadores da pátria, corroborando, com suas lamúrias, o coro de trivialidades que uma imensa máquina de propaganda transforma num festival de monstruosidades éticas e morais – em inomináveis crimes, enfim.

Pois é isso tão somente o que os nossos vestais vêem, a versão distorcida de uma série de banalidades, de fatos e feitos que praticamente todos os humanos se enredam em suas vidas.

Se esses paladinos deixassem de lado a ficção e atentassem ao que realmente foi dito pelos alcaguetes certamente teriam um choque, pois os terríveis pecados atribuídos ao ex-presidente não passam de banalidades, claras e infantis invencionices, daquelas coisas que todos nós, simples mortais, cansamos de fazer.

A situação do Brasil é terrível.

O país está em frangalhos, à beira do caos.

O assalto à democracia foi, é, e continuará a ser, brutal.

E só se completará quando Lula e o que resta das esquerdas for destruído.

É nesse contexto que se deve travar a batalha – com a percepção de que o inimigo é impiedoso.

O ex-presidente é, no momento, a única esperança para a volta da civilização no país.

Favorito disparado para voltar à Presidência da República em 2018, cada vez mais se torna o alvo prioritário das forças oligárquicas.

A ordem é abatê-lo, a qualquer custo.

Dar ouvidos à voz da propaganda de guerra produzida pela mídia movida a cifrões, ódio e preconceito de classe, é enfraquecê-lo, é ajudar o inimigo, é trair a causa da luta por um país mais justo e democrático.

Os puristas que me perdoem, mas a sua ingenuidade pode ter consequências desastrosas para eles e para todos nós. (Carlos Motta)

Redação

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