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A questão social e a polícia – a tragédia paulista de Washington Luiz a Alckmin

São Paulo – onde uma elite de derrotados e sua tropa de amaldiçoados capitães-do-mato mandam para a cadeia qualquer um que ouse lutar por suas esperanças.

O carcereiro do Estado

Em São Paulo, o PCC cuida da segurança pública porque desembargadores cuidam da educação, policiais fazem as vezes de orientadores pedagógicos e estudantes são tratados como bandidos. E governador Alckmin tornou-se o carcereiro do Estado.

Na noite de 29 de março de 2017, na FATEC IPIRANGA, o aluno Henrique Domingues, presidente do DCE da Fatec, diretor da UEE São Paulo e militante da UJS foi detido com violência pela polícia e levado ao 83º DP da cidade de São Paulo, por simplesmente querer passar em sala de aula para construir o processo de eleição para o congresso da UNE.

 As cenas falam si mesmas. 

Uma elite de derrotados

O Centro Paula Souza que cuida das FATECs tem uma professora como diretora-superintendente – sim, trata-se de uma mulher – e o vice-diretor é um engenheiro com cursos de mestrado e doutorado.

Dois derrotados. Tanta formação para ter como única ação de gestão educacional enviar um soldado para resolver aos tapas uma questão pedagógica.

Isso não é novidade, nem exceção no modelo pedagógico dos governos Alckmin. E a regra.

Alckmin segue a tradição política da oligarquia paulista.

“A questão social é caso de polícia” – Washington Luiz, último presidente “paulista” na República Velha. Alckmin quer ser o próximo presidente na Nova República Velha.

A maldição do capitão do mato

O mais triste nessas cenas, porém, é ver a ação do soldado PM. O soldado que prendeu o estudante provavelmente não completou os estudos – para ingressar na corporação basta o ensino médio – e recebe algo próximo de 3 salários mínimos.

O salário do governador está congelado desde o ano passado – é de 23 salários mínimos. O salário nominal. Não seus custos ao povo.

Que conselho daremos ao policial para que melhore seus rendimentos? Que volte a estudar, que procure por um curso superior?

Essa é a maldição do capitão-do-mato.

Neste país, desde a escravidão, a alguns pobres é dado poder de reprimir seus irmãos e o dever de manter no poder seus opressores.

Tais pobres sempre cumpriram seu dever com denodo e assim condenaram seus filhos à mesma pobreza e à mesa opressão.

A tragédia paulista

São Paulo – onde uma elite de derrotados e sua tropa de amaldiçoados capitães-do-mato mandam para a cadeia qualquer um que ouse lutar por suas esperanças – a tragédia paulista de Washington Luiz a Alckmin.

 

PS: Oficina de Concertos Gerais e Poesia – em algum lugar do passado entre a Ipiranga e a São João.

Redação

Redação

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