Alemanha se prepara para campanha de vacinação em massa contra Covid-19

da RFI

Pascal Thibaut, correspondente em Berlim

Em Berlim, o hospital montado às pressas para receber os pacientes contaminados em março e abril está fechado e é um dos locais que deve ser utilizado para imunizar a população. Albrecht Broemme, especialista em missões humanitárias no exterior, deve preparar a vacinação de 450 mil habitantes da capital até a metade de dezembro.

O objetivo, diz, é realizar 20 mil injeções por dia. “A ideia é que cada pessoa fique cerca de 1h15 no local”, declara. Segundo ele, serão necessárias duas doses. A campanha, disse, deve durar dois meses e apenas idosos e pessoas que pertencem ao grupo de risco, como diabéticos, obesos e hipertensos, serão imunizados.

Em seguida, as vacinas serão feitas pelos médicos em seus consultórios. Antes disso, o governo precisará organizar a logística em torno da conservação da vacina da Pfizer/BioNTech, que deve ser guardada a – 75 ºC, o que exige congeladores especiais.

Os centros de vacinação devem ficar abertos sete dias por semana, das 9h às 19h. O governo pretende convocar enfermeiros aposentados, estudantes de Medicina, recepcionistas e agentes de segurança para auxiliar na campanha. Mais de 300 pessoas já propuseram seus serviços espontaneamente.

Restrições podem continuar até março

Segundo o ministro da Economia, Peter Altmaier, as restrições para conter a propagação do vírus no país, que ganhou força nas últimas semanas, podem continuar até a Primavera. As medidas incluem o  fechamento de bares e restaurantes e a limitação de participantes em reuniões privadas

“Temos três ou quatro longos meses de inverno pela frente. Tudo dependerá da chegada das vacinas, mas é possível que as restrições sejam prolongadas durante os primeiros meses de 2021”, disse o ministro ao jornal Die Welt.

A Alemanha, considerada durante a primeira onda um exemplo de gestão, foi atingida com força pela segunda e registra mais de 15.500 mortes pela Covid-19, além de um milhão de casos confirmados. O estado-região da Renânia do Norte Westfalia, o mais populoso do país, é o mais afetado, com mais de 250.000 casos, à frente da Baviera, com quase 198.000 infectados, e de Bade-Wurtemberg (quase 143.000). Em Berlim foram registrados cerca de 62.000 casos desde o início da pandemia de Covid-19.

“Ainda temos que fazer esforços (…) o número diário de infecções ainda é muito alto”, disse a chanceler Angela Merkel após sete horas de discussões com os líderes dos 16 estados regionais da Alemanha. Por enquanto, bares, restaurantes, centros culturais e esportivos terão que permanecer fechados por mais um mês.

(RFI e AFP)

Redação

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