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Assim vai Olinda, Pernambuco!

 

Olhar imagético de Keila Vieira

Por Jerson Brito*

 

Olinda é um patrimônio da humanidade que é conhecida principalmente pelo seu carnaval, nesta época do ano milhares de pessoas lotam as ladeiras, hotéis, pousadas, bares e restaurantes. Isto acaba gerando um censo comum que Olinda é uma cidade que se sustenta do seu turismo, o que não é realidade. Fora do carnaval muitos turistas vêm em busca de um turismo barato e informal, se hospedam em albergues ou pequenas hospedarias, circulam pela cidade alta a pé, comem tapiocas, e vão para a praia de outras cidades, como Porto de Galinhas em Ipojuca (65 km de distância).

Apesar do grande aporte financeiro oriundo de patrocinadores do carnaval olindenses, este não é o suficiente para manter as finanças da cidade equilibradas pelo resto, muito menos para sanar os danos causados ao patrimônio público durante esta época. A depredação aos monumentos, excesso de esgoto e aumento elevado do consumo de água são os principais problemas deixados pelos foliões visitantes.

Na realidade é ilusão acreditar que uma prefeitura consegue sustentar uma cidade com os valores arrecadados com turismo. Toda e qualquer cidade brasileira deveria depender basicamente de dois impostos para manter seu funcionamento: o Imposto Sobre Serviço (ISS) e o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Estes impostos são gerados dentro da cidade e de total responsabilidade de arrecadação e fiscalização dela.

A falta de verba e a má administração de Olinda ficam evidentes quando saímos dos arredores da cidade alta, um pouco mais distante da praia e da região comercial, ou melhor, quando visitamos os outros dois terços da cidade que não desfrutam do privilégio de aparecer nas notícias nacionais.

Olinda possui 31 bairros, dos quais nenhum deles possui 100% de ruas pavimentadas. O saneamento básico é precário e o inverno transforma as ruas em córregos com poucos milímetros de chuva.

Além do título mundial de Patrimônio da Humanidade, Olinda também possui o título de ter sido a única cidade onde uma MC Donald faliu. Isto aconteceu há 10 anos. E retrata a falta de poder aquisitivo do olindense que mora e trabalha na cidade, mais de 10 bairros chegam a ser compostos por 90% de favelas.

Este cenário, além de não atrair grandes empresas, que gerem impostos, gera uma baixa arrecadação de IPTU, já que as moradias são irregulares e marginalizadas.  

O governo do PCdoB tem a fama, entre os funcionários públicos de não atrasar salários e de progredi-los de maneira aceitável. Provavelmente por isto tem se mantido na gestão da cidade por quatro mandatos o que totalizará dezesseis anos de poder ao final dos últimos quatro anos de mandato do alagoano Renildo Calheiros.

Nos oito primeiros anos foi Luciana Santos que estava à frente, sua gestão recebeu a melhor avaliação na história de Olinda, pois os olindenses viram a cidade sair do fundo do buraco, entregue por Jacilda Urquisa (PMDB), para a beira dele. Porém, é nesse patamar que nos encontramos até hoje, a fama de Renildo é de realizar várias reformas nos mesmo locais.

A orla, um trecho de pouco menos de 10 km está em reforma desde o segundo ano de gestão de Renildo, a Avenida Chico Science foi reformada por duas vezes em menos de dois anos, muitas obras na cidade forma realizadas, mas a má qualidade do material empregado fica evidente quando se necessita em tão pouco tempo refaze-las. A cidade toda possui vários exemplos de má gestão das obras de infraestrutura e reformas.

Bom, Olinda não vai tão bem, mas está melhorando graças à coragem dos empresários, que sem incentivos, resolveram apostar em franquias e com dificuldade tentam alavancar a economia de nossa cidade.                                                              

 

* Jerson Brito é empresário em assessoria tributária.

 

Olhar imagético de Keila Vieira

 

 

 

 

Redação

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