Bolsonaro 500: um presidente enfraquecido e no ataque

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro completa 500 dias de mandato nesta sexta-feira mas, ao contrário do tom triunfalista visto anteriormente, o cenário é completamente diferente.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, as práticas negacionistas de Bolsonaro eram vistas com alguma tolerância pelo Congresso e o Judiciário, uma vez que os mercados financeiros fizeram a festa com a aprovação da reforma da Previdência e o encaminhamento de pautas econômicas que Paulo Guedes chamava de suas.

Porém, além dos índices de desemprego seguirem elevados e a economia real não sentir os efeitos dessa euforia, os principais problemas do presidente sempre foram políticos – a dinâmica de permanente tensão e tomada errática de decisões começou por isolar Bolsonaro. E a crise do coronavírus acabou por catalisar um processo visto por analistas políticos como de busca por ruptura.

A insistência em defender tudo o que estivesse ligado à ditadura militar, além de sua agenda ultraconservadora, começou a incomodar boa parte do centro político, mas o presidente sequer mudou de rumo ao ver que sua popularidade permaneceu em torno de um terço do eleitorado.

O incômodo na relação com os governadores tornou-se uma guerra aberta, não menos porque as pretensões presidenciais de João Doria (PSDB-SP) se tornaram obsessão do presidente, que colocou o maior número considerável de generais no primeiro escalão do governo – mesmo depois do fogo cruzado travado pela ala mais radical comandada pelos filhos do presidente.

Em outras circunstâncias, pode-se dizer que o cenário caótico em termos econômicos e de saúde pública levaria a um processo de impeachment, mas a união do centrão (e da ala militar) em torno de seu nome deve ajudar a segurar qualquer iniciativa do tipo.

 

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Redação

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  • A situação tão ficando tão complicada que o Paraguai faz valetas em cidades fronteiriças para veículos brasileiros não entrarem. E também não vai ser possível enviar a família Bolsonaro para um exílio em Miami, com dólar a 6 reais porque Trump vai começar a impedir a entrada de brasileiros

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