Bolsonaro mais atrapalha do que ajuda economia em 2019

Jornal GGN – O ano de 2019 foi marcado pela série de promessas de crescimento feitas pela equipe econômica do governo Jair Bolsonaro, mas que não apresentaram o resultado desejado seja por conta do cenário geral como devido ao próprio governo.

Em entrevista ao site Sputnik Brasil, o professor de Finanças do Insper, Alexandre Chaia, disse que o mercado ficou confortável com a vitória de Bolsonaro sobre Fernando Haddad, e muito por conta da presença de Paulo Guedes no ministério da Economia. Porém, foi justamente o “fator Bolsonaro” que afetou a perspectiva de crescimento do país dos 2,5% iniciais para algo em torno de 1% em dezembro.

Segundo Chaia, os sucessivos embates do presidente por conta de sua pauta ideológica e política também desgastaram o relacionamento com o Legislativo, tanto que a controversa Reforma da Previdência levou cerca de nove meses para ser aprovada depois que Guedes estreitou relacionamento com os presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O fortalecimento do discurso evangélico – como a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém – foi outro entrave: a Liga Árabe não escondeu seu descontentamento com a postura brasileira, que levou o país a recuar e a abrir apenas um escritório comercial em Jerusalém.

O mesmo recuo foi visto com relação à China. Bolsonaro criticou duramente os chineses durante a campanha eleitoral, mas a mudança de postura adotada pelo governo chegou ao ponto de um tratado de livre comércio começar a ser cogitado em Brasília.

Quanto ao dólar, a moeda norte-americana apresentou recordes sucessivos de alta ao longo do ano, a ponto de Paulo Guedes declarar que os brasileiros deveriam se acostumar com a cotação alta da moeda. Na visão de Chaia, a insegurança política gerada por Bolsonaro, além das dificuldades de implantação da política de Guedes, não trouxeram os investimentos desejados.

Para 2020, Chaia projeta um “crescimento sustentável” entre 2,40% e 2,50%, puxado pela infraestrutura e com a continuidade da agenda de reformas – como a Administrativa e a Tributária. Caso esse cenário se confirme, o economista diz que a cotação do dólar deve cair.

Redação

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