Brasil e Arábia Saudita vetam educação sexual para meninas em projeto da ONU

Jornal GGN – O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) se uniu a regimes internacionais ultra-conservadores para vetar uma proposta de educação sexual, apresentada em um projeto de resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a discriminação contra mulheres e meninas. A informação é da coluna de Jamil Chade, no UOL. 

A posição do Itamaraty também foi adotada pela Arábia Saudita, Catar, Bahrein, Paquistão e Iraque. Eles pedem que seja vetado do projeto um trecho que garante o acesso universal à educação sexual como uma das formas para meninas e mulheres lidar com a discriminação e a violência. O ponto foi riscado pelo governo Bolsonaro sem nenhuma explicação. 

“Na semana passada, o Itamaraty já havia acenado que adotaria uma postura ultraconservadora em negociações diplomáticas sobre uma resolução que condena a discriminação de gênero e tenta fortalecer o direito das mulheres”, lembrou Chade. 

O Itamaraty ainda solicitou a mudança inteira de um outro parágrafo do projeto, que tem autoria do México. O Brasil quer a exclusão completa de parte do texto que reconhece que “… a gama completa de informações e serviços de saúde sexual e reprodutiva inclui planejamento familiar, métodos seguros e eficazes de contracepção moderna, anticoncepção de emergência, programas de prevenção da gravidez adolescente, assistência à saúde materna, tais como assistência qualificada ao parto e assistência obstétrica de emergência, incluindo parteiras para serviços de maternidade, assistência perinatal, aborto seguro onde não seja contra a legislação nacional, assistência pós-aborto e prevenção e tratamento de infecções do trato reprodutivo, infecções sexualmente transmissíveis, HIV e cânceres reprodutivos”.

No entanto, “o governo do México afirmou que seria ‘difícil’ excluir o parágrafo inteiro e alertou que retirar o capítulo de saúde e acesso à saúde reprodutiva minaria o centro da resolução, que é lutar contra a discriminação sofrida por mulheres e meninas”, explicou Chade.

Redação

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