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  • “Apesar da crise”:o bordão da mídia para nos afundar no pessimis

    Tijolaço

    “Apesar da crise”: o bordão da mídia para nos afundar no pessimismo, por Pablo Villaça

     

    19 de julho de 2015 | 18:06 Autor: Fernando Brito  

    No Facebook, o escritor Pablo Villaça sugere que se faça a experiência de procurar a expressão “apesar da crise” – assim, entre aspas, para só registrar a expressão exata” – no Google.

    São mais 382 mil resultados em páginas do Brasil, uma amostra de como se comporta a mídia brasileira e como, claro, ela repercute nas redes sociais e outras publicações na internet.

    Villaça não nega as dificuldades obvias do Brasil, mas chama a atenção para a deliberada repetição do desastre como forma potencial de fazer com que, na economia, ele de fato aconteça, pela formação de um clima de tamanho pessimismo que semeia “o pânico na mente da população – o que, aí, sim, tem potencial de provocar uma crise real.”

    Apesar da Crise

    Pablo Villaça

    Eu fico realmente impressionado ao perceber como os colunistas políticos da grande mídia sentem prazer em pintar o país em cores sombrias: tudo está sempre “terrível”, “desesperador”, “desalentador”. Nunca estivemos “tão mal” ou numa crise “tão grande”.

    Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?! Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que “crise” é o que o Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não lêem as informações que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no meio dos cadernos?

    Vejamos: a safra agrícola é recordista, o setor automobilístico tem imensas filas de espera por produtos, os supermercados seguem aumentando lucros, a estimativa de ganhos da Ambev para 2015 é 14,5% maior do que o de 2014, os aeroportos estão lotados e as cidades turísticas têm atraído número colossal de visitantes. Passem diante dos melhores bares e restaurantes de sua cidade no fim de semana e perceberá que seguem lotados.

    Aliás, isto é sintomático: quando um país se encontra realmente em crise econômica, as primeiras indústrias que sofrem são as de entretenimento. Sempre. Famílias com o bolso vazio não gastam com supérfluos – e o entretenimento não consegue competir com a necessidade de economizar para gastos em supermercado, escola, saúde, água, luz, etc.

    Portanto, é revelador notar, por exemplo, como os cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde. “Apesar da crise”. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. “Apesar da crise”.

    Uma “crise” que, no entanto, não dissuadiu a China de anunciar investimentos de mais de 60 bilhões no mercado brasileiro – porque, claro, os chineses são conhecidos por investir em maus negócios, certo? Foi isto que os tornou uma potência econômica, afinal de contas. Não?

    Se banissem a expressão “apesar da crise” do jornalismo brasileiro, a mídia não teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Google pela expressão “apesar da crise”: quase 400 mil resultados.

    “Apesar da crise, cenário de investimentos no Brasil é promissor para 2015.”

    “Cinemas do país têm maior crescimento em 4 anos apesar da crise”

    “Apesar da crise, organização da Flip soube driblar os contratempos: mesas estiveram sempre lotadas”

    “Apesar da crise, produção de batatas atrai investimentos em Minas”

    “Apesar da crise, vendas da Toyota crescem 3% no primeiro semestre”

    “Apesar da crise, Riachuelo vai inaugurar mais 40 lojas em 2015″

    “Apesar da crise, fabricantes de máquinas agrícolas estão otimistas para 2015″

    “Apesar da crise, Rock in Rio conseguiu licenciar 643 produtos – o recorde histórico do festival.”

    “Honda tem fila de espera por carros e paga hora extra para produzir mais apesar da crise,”

    “16º Exposerra: Apesar da crise, hotéis estão lotados;”

    “Apesar da crise, brasileiros pretendem fazer mais viagens internacionais”

    “Apesar da crise, Piauí registra crescimento na abertura de empresas”

    Apesar da crise. Apesar da crise. Apesar da crise.

    A crise que nós vivemos no país é a de falta de caráter do jornalismo brasileiro.

    Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito, reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de viver “em crise”. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim, tem potencial de provocar uma crise real.

    Que é, afinal, o que eles querem. Porque nos momentos de verdadeira crise econômica, os mais abastados permanecem confortáveis – no máximo cortam uma viagem extra à Europa. Já da classe média para baixo, as consequências são devastadoras, criando um quadro no qual, em desespero, a população poderá tender a acreditar que a solução será devolver ao poder aqueles mesmos que encabeçaram a verdadeira crise dos anos 90. Uma “crise” neoliberal que sufocou os miseráveis, mas enriqueceu ainda mais os poderosos.

    E quando nos damos conta disso, percebemos por que os colunistas políticos insistem tanto em pintar um retrato tão sombrio do país. Porque estão escrevendo as palavras desejadas pelas corporações que os empregam.

    Como eu disse, a crise é de caráter. E, infelizmente, este não é vendido nas prateleiras dos supermercados.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=28399

  • Família Marinho tentará prender Lula antes de 2018

    Brasil 247

     

    Família Marinho tentará prender Lula antes de 2018

     

    Além de publicar a reportagem vaga que deu origem ao inquérito contra o ex-presidente Lula, o jornal O Globo, dos irmãos José Roberto, Roberto Irineu e João Roberto Marinho, agora acusa o ex-presidente Lula de fazer lobby em favor da Odebrecht no exterior, a partir de telegramas internos do Itamaraty; Globo acusa Lula de ter feito gestões pró-Odebrecht em Portugal e em Cuba; um dos crimes de Lula teria sido comentar, em Lisboa, que empresas brasileiras deveriam se engajar mais no processo de privatização português; “Como o documento mostra, ele comentou o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito tempo", apontou, em nota, o Instituto Lula; caçada da família Marinho ao ex-presidente será implacável até 2018

    19 de Julho de 2015 às 08:19

     

     

    247 – A caçada da família Marinho ao ex-presidente Lula será implacável daqui até 2018, ano das próximas eleições presidenciais. Embora a Globo, que enfrentava sérias dificuldades financeiras no início do governo Lula, em 2004, tenha sido socorrida com a ajuda do ex-presidente do ex-ministro Antonio Palocci, o que passou, passou. Agora, a palavra de ordem dentro do maior grupo de mídia do País é somar todos os esforços para evitar que Lula possa voltar à presidência.

    Os sinais já são evidentes há bastante tempo. Foi o jornal O Globo, por exemplo, que publicou uma nota vaga sobre uma viagem de Lula à República Dominicana, que deu origem ao inquérito aberto no Ministério Público do Distrito Federal contra ele. Foi a revista Época, também do grupo, que, numa capa surpreendentes, o chamou de "Lula, o operador". Ontem, tanto Época quanto um editorial do Globo (leia aqui), compararam a situação de Lula à de Eduardo Cunha – enquanto um acusado do crime de defender empresas brasileiras no exterior, outro é suspeito de cobrar propina de US$ 5 milhões.

    Hoje, os Marinho deram mais um passo em sua tentativa de destruir Lula. Reportagem de capa do jornal O Globo o acusa de fazer lobby para a Odebrecht em Portugal e Cuba. As evidências seriam despachos internos do Itamaraty sobre viagens do ex-presidente. Numa delas, em Lisboa, Lula afirmou que empresas brasileiras deveriam se engajar mais no processo de privatização português, no momento em que a Odebrecht cogitava entrar num leilão de uma empresa lusitana. Em outro, informa-se que Lula se encontrou com Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, em Cuba.

    Em nota, o Instituto Lula defendeu as ações do ex-presidente. “Como o documento mostra, ele comentou o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito tempo (…) São inúmeras as empresas brasileiras que acompanham com interesse o processo de privatizações em curso em Portugal”, afirmou o Instituto, sobre a questão de Portugal.

    “O ex-presidente não recebeu, não recebe e jamais receberá qualquer pagamento de qualquer empresa para dar consultoria, fazer lobby ou tráfico de influências”, acrescenta ainda a nota. “As visitas a Cuba foram realizadas durante outras viagens do ex-presidente a países nos quais realizou palestras”.

    O objetivo da família Marinho parece ser o de influenciar o Poder Judiciário para que Lula seja preso e submetido a constrangimentos antes de 2018. Em editoriais, o Globo já defendeu a abertura do pré-sal a empresas estrangeiras e também que construtoras internacionais substituam as brasileiras até mesmo no mercado interno. Recentemente, O Globo publicou um editorial em que fez um mea culpa por ter apoiado o golpe de militar de 1964, agindo em sintonia com interesses norte-americanos.

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/189462/Fam%C3%ADlia-Marinho-tentar%C3%A1-prender-Lula-antes-de-2018.htm

  • O dramático depoimento de Renan Calheiros na TV Senado

    do Diário do Centro do Mundo - 20/07/2015

     

    O dramático depoimento de Renan Calheiros na TV Senado pode ser traduzido numa frase: “Tô frito!”

    Por Paulo Nogueira

     

    O dramático depoimento de Renan Calheiros na TV Senado pode ser traduzido numa frase: “Tô frito!”

      

    Renan, numa atitude clássica, projeta no mundo seus problemas pessoais. Mais especificamente: no Brasil e no governo Dilma.

    Coloquemos as coisas na devida dimensão.

    O Brasil é afetado por uma crise econômica internacional. A maior prova do poder dessa crise é que até a China, inexpugnável aparentemente durante tanto tempo, está sofrendo um castigo.

    Como todas as crises, esta vai passar, e o Brasil voltará a crescer como antes, bem como a economia mundial.

    O que não deve passar tão cedo são os apuros de Renan.

    Para ele, como para Eduardo Cunha, a casa caiu.

    Renan é um dos citados na Lista de Janot, e agora é tempo de os políticos que nela aparecem prestarem contas.

    Muitos deles, particularmente os pertencentes ao PMDB, acharam que a farra era eterna.

    Abraçados sempre ao poder, se tinham na conta de invulneráveis.

    Era como se tivessem descoberto a fórmula do crime perfeito.

    Tiveram uma contribuição formidável para que a cena política nacional virasse objeto de desprezo e escárnio entre os brasileiros.

    Nas pequenas e nas grandes coisas, exorbitaram.

    Como esquecer o avião da FAB utilizado por Renan para uma viagem destinada a um implante de cabelos?

    Não que ele fosse um caso único.

    Joaquim Barbosa, o Platão da República, requisitou também, quando presidente do STF, o avião da FAB para levar uma comitiva de jornalistas bajuladores que testemunhassem uma palestra sua em Costa Rica de superior irrelevância.

    A parte mais patética das lamúrias de Renan disse respeito a Eduardo Cunha. Renan prestou a ele um bizarro tributo num momento em que os brasileiros souberam que as pessoas que fazem negócios com o presidente da Câmara temem pela integridade de seus familiares caso não sigam suas recomendações.

    Renan falou no trabalho de Cunha à frente da Câmara, ou Câmera, como diz o juiz Moro.

    A que ele se refere?

    Às infames trapaças cometidas à luz do sol por Cunha para aprovar coisas como a redução da maioridade penal e o financiamento de campanhas?

    Apenas para lembrar: a raiz da corrupção está exatamente no financiamento das campanhas.

    O pior Congresso da história do Brasil é filho do dinheiro despejado por empresas nas campanhas de políticos que fariam depois coisas do interesse delas.

    Isso tem que acabar, e já.

    Quanto a Renan, ele parece ter dado em Cunha o chamado abraço dos afogados.

    Que as profundezas os devorem.

  • My name is Cunha

    da Folha - 20/07/2015

    My name is Cunha

    por Gregório Duvivier

    Você conhece. Você confia. Please allow me to introduce myself. My name is Cunha, mas pode me chamar de Cramunhão, de Sete-Pele, Coisa-Ruim, Cão-Tinhoso, Cabrunco, Gota-Serena, Caralho-de-Asa, Sinteco Gelado. Escrevo porque tem uma garotada por aí que está achando que eu vou cair. Mua-ha-há (difícil digitar risada malévola). Meninada, vamos ter uma a aula de história? Eba. Vamos!

    Sou muito, mas muito mais antigo do que vocês pensam. Cheguei aqui há uns 500 anos, na primeira chacina de índios batizada de descobrimento. Lembra dos navios negreiros? My bad. Guerra do Paraguai? Sorry about that. Tiradentes? Eu que esquartejei aquele comuna safado. Cabanagem, Sabinada, Balaiada, Canudos, eu que abafei a badernagem toda. Mua-ha-há.

    Aí você me pergunta: "Como saber que você é você, príncipe das trevas?". Dica: não procurem por um rabo pontudo, chifres, pele vermelha. Esse look é muito século 12. Dica: a-do-ro um terno cinzão. Com uma gravata azul-bebê.

    Também não tenho partido, muito menos ideologia. Cuidava da polícia política do Vargas ao mesmo tempo em que tocava fogo na favela em nome do Lacerda. 1964? Check. Benário, Herzog, Paiva, Angel, Chico Mendes, Amarildo? Check, check, check. Carandiru? My fucking idea. Candelária? Me, good old me. Meu nome é Legião. Mas não adianta procurar legião no Face. No momento, atendo por outro nome.

    Cansado de ser Sarney, saí do Maranhão com a sensação de dever cumprido. Vim para o Rio porque tenho muitos correligionários (PMDB rules, hehe). Assumi o nome de Cunha –abreviação de Cramunhão, quem pegar pegou– e não planejo sair deste corpo tão cedo. A-mo um implante malfeito e uma boca babada.

    Uma dica: estou só começando neste corpo. Falta fazer muita coisa. Falta reduzir a maioridade penal para oito anos, falta intervenção militar, falta poder para as igrejas (sim, sou neopentecostal, ób-vio).

    Acho fo-fo quem acha que vou cair. O homem que me nomeou presidente da Telerj, meu muso Fernando Collor, caiu . E eu, nada. Meu compadre PC Farias, que me trouxe para a política, caiu. Tomou teco. E eu, nada.

    Filhão, é como diz o outro: "Mil cairão ao meu lado, 10 mil à minha direita, mas eu não serei atingido".

    Já protagonizei 20 escândalos de corrupção e não caí. Se vocês acham mesmo que é uma miserinha de US$ 5 milhões que vai me derrubar... Vocês definitivamente não me conhecem. 

  • A serenidade da Dilma

    A serenidade de Dilma versus o desespero de Cunha

    19 de julho de 2015 | 10:39 Autor: Miguel do Rosário no Tijolaço

    A nota do blog do Planalto, que reproduzo abaixo, é de dois dias atrás, mas ainda vale compartilhar, porque representa o que poderíamos chamar de contraponto da serenidade e responsabilidade da mulher, contra a truculência e desespero do homem.

    Os leitores sabem que tenho feito inúmeras críticas à Dilma, sobretudo à apatia política de seu governo. É o governo mais silencioso e mais apático da história da república. Nenhum ministro fala nada. Nenhum ministro tem um mísero blog, ninguém participa do debate público, defendendo as posições do governo.

    A presidente quase não dá entrevistas. Quando o faz, é para a Globo, às três horas da manhã. Não tem porta-voz. O novo secretário de imprensa, Nelson Breve, é um mudo que, segundo as más línguas, odeia blogs, imprensa alternativa e morre de amores por Reinaldo Azevedo.

    Depois de uma campanha centrada na ideia de mudança, o blog do Planalto não teve a iniciativa nem de mudar sequer suas cores, aprimorar o design, energizar a linha editorial. Nada. Ficou na mesma. Um blog pasmacento cujos posts tem nível de compartilhamento absolutamente medíocre.

    Entretanto, não podemos negar uma virtude fundamental da presidenta Dilma: a serenidade.

    Diante dos ataques de fúria e histeria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao governo, aprovando CPIs por pura vingança (vingança de quê, não sabemos, porque só mesmo um parvo para acreditar que o governo Dilma tenha qualquer ingerência na Lava Jato), o contraste entre a serenidade e o desespero ficou muito claro.

    Na verdade, Cunha decepcionou quem o considerava um pouco mais sofisticado. O seu pronunciamento no dia 17 foi incrivelmente tosco. Parecia um vídeo de um candidato à prefeito de terceira categoria, tipo Eymael.

    A sua reação à denúncia do delator contra sua pessoa também se revelou tosca.

    Ao correr para abrir CPIs contra o governo, ele esvaziou, de antemão, as próprias CPIs, marcando-as não com o interesse republicano de investigar irregularidades e crimes, mas somente com o sentimento egoísta do ódio, da vingança, sem nenhum senso de responsabilidade em relação à estabilidade econômica e política do país, condição necessária para nosso desenvolvimento.

    Trincou-se a blindagem midiática à Eduardo Cunha. Agora pudemos ver com mais clareza quem ele é: um monstrengo político, uma figura com zero responsabilidade em relação ao país, ou seja, totalmente despreparado para ocupar o cargo de presidente da câmara.

    A grande pergunta que se faz agora é: a Globo protegerá seu queridinho Cunha, a esperança do impeachment?

    Merval Pereira, principal colunista político da Globo, continua berrando, aos quatro ventos, que é hora do golpe, que não se pode perder tempo, etc.

    Voltando à Dilma, a nota do Planalto, comentando as manifestações histéricas de Cunha, correspondem a um sopro de serenidade sobre o chauvinismo vulgar, o descontrole, do presidente da câmara.

    Com todo o respeito a quem gosta de tomar sua cervejinha tranquilamente, a reação de Cunha – abrindo CPIs, jurando vingança, babando ódio – parece a de um destes bêbados violentos que chegam em casa de madrugada e batem na mulher e nas filhas.

    ***

    No Blog do Planalto

    Sexta-feira, 17 de julho de 2015 às 14:57
    Governo emite nota sobre declarações do presidente da Câmara dos Deputados

    Nota Oficial

    Veja, abaixo, nota à imprensa publicada nesta sexta-feira (17) sobre as declarações do presidente da Câmara dos Deputados:

    “1) Desde o governo do presidente Lula e durante o governo da presidente Dilma Rousseff, o PMDB vem integrando as forças políticas que dão sustentação a esse projeto que vem transformando o País. Tanto o vice-presidente da República como os ministros e parlamentares do PMDB tiveram e continuam tendo um papel importante no governo.

    2) O presidente da Câmara anunciou uma posição de cunho estritamente pessoal. O governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade. O Brasil tem uma institucionalidade forte. Os Poderes devem conviver com harmonia, na conformidade do que estabelecem os princípios do Estado de Direito. E neste momento em que importantes desafios devem ser enfrentados pelo País, os Poderes devem agir com comedimento, razoabilidade e equilíbrio na formulação das leis e das políticas públicas.

    3) O governo sempre teve e tem atuado com total isenção em relação às investigações realizadas pelas autoridades competentes, só intervindo quando há indícios de abuso ou desvio de poder praticados por agentes que atuam no campo das suas atribuições. A própria Receita Federal esclarece que integra a força-tarefa que participa das investigações da operação “Lava-Jato”, atuando no âmbito das suas competências legais, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal seguindo determinações dos órgãos responsáveis pelas investigações.

    Secretaria de Comunicação da Presidência da República. “

  • Moro causa desconforto em ex-ministro da Justiça de FHC

    No JB

    País

     19/07 às 15p8- Atualizada em 19/07 às 15p0

    Ex-ministro de FHC critica prisões 'sem pena' de Moro

    José Carlos Dias alerta para as longas prisões preventivas que vêm sendo decretadas

     

    O site Brasil 247 publica, neste domingo, um artigo do ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, José Carlos Dias, onde o advogado avalia que o Brasil corre o risco de enfrentar o "caos da insegurança jurídica", em razão do excesso de prisões preventivas, decretadas antes mesmo que os alvos sejam condenados ou denunciados à Justiça.

    "O justo clamor por moralização e combate à corrupção faz, por vezes, soar um ruído perigoso de aplauso às prisões sem pena. O anseio punitivo pode estimular excessos por parte daqueles aos quais é atribuída a tarefa de decidir com equilíbrio", diz ele. 

    Confira abaixo:

    Prisão sem pena

    Por José Carlos Dias, advogado e ex-ministro da Justiça

    Do Judiciário se espera que o devido processo legal seja sacralizado de forma serena, sem dar-se a fazer parceria com julgamentos midiáticos

    Ser livre é tão importante quanto viver. Só se justifica viver quando é possível ser livre. Mas há casos em que se justifica a perda da liberdade. E é atribuído a outro ser humano o direito de subtrair a liberdade de alguém. A esse ser humano chamamos juiz, pessoa que deve ter serenidade, coragem e respeito aos direitos esculpidos na Constituição e na consciência de cada um.

    A Constituição Federal estabelece a igualdade perante a lei, a inviolabilidade do direito à vida e à liberdade e proclama que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença condenatória, admitindo-se privação da liberdade somente quando respeitado o devido processo legal.

    É imperioso que se atente para a importante tarefa que a Polícia Federal vem desenvolvendo no combate à corrupção desenfreada, com a participação indispensável do Ministério Público, que tem de se manter independente da vontade dos que estão a exercer o Poder Executivo. Do Judiciário se espera que o devido processo legal seja sacralizado de forma serena e enérgica, sem dar-se a fazer parceria com julgamentos midiáticos.

    A fonte maior da justiça há de ser o Supremo Tribunal Federal, mas de cada juiz com responsabilidade de presidir um processo criminal se espera que garanta o direito de defesa. Além disso, espera-se que garanta que o cerceamento da liberdade antes do julgamento final somente se efetive nas hipóteses justificadoras da prisão preventiva: garantia da ordem pública e econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

    Na prática, vez por outra, juiz decreta prisão por ser o réu humilde, sem eira nem beira, morador de rua ou de casebre, sem "residência fixa". Em outros casos, prisões são decretadas porque, rico, o acusado tem condição de evadir-se.

    Em 2011 foram introduzidas no Código de Processo Penal diversas medidas cautelares alternativas à prisão preventiva, como recolhimento domiciliar, suspensão do exercício de atividade econômica e monitoramento eletrônico do acusado.

    Diz a lei que o magistrado tem o dever de aplicar tais medidas prioritariamente, admitindo-se a opção pelo encarceramento provisório apenas quando as cautelares alternativas à prisão não se mostrarem cabíveis. E a decisão de privar o cidadão acusado de liberdade durante o processo não pode guardar relação com o mérito da acusação, por caracterizar antecipação da pena.

    É preciso coragem para afirmar que a luta contra os desmandos de corrupção não pode justificar excessos praticados por agentes públicos investidos da função de investigar e de julgar e que, pelos excessos, devem ser responsabilizados.

    O justo clamor por moralização e combate à corrupção faz, por vezes, soar um ruído perigoso de aplauso às prisões sem pena. O anseio punitivo pode estimular excessos por parte daqueles aos quais é atribuída a tarefa de decidir com equilíbrio.

    A prisão preventiva desmotivada ou decretada a partir de presunções arquitetadas subjetivamente, sem lastro em fatos concretos, vincula internamente o magistrado a compromisso de condenação à pena privativa de liberdade para justificar o mal praticado, afetando a imparcialidade que dele se exige.

    Condena para justificar-se perante sua história pessoal e perante a sociedade, que poderá ficar perplexa diante de sentença absolutória em favor de alguém que amargou o encarceramento sem causa. O instante exige que se reflita com serenidade, para que a ânsia de reerguer este país combalido não nos leve ao caos da insegurança jurídica.

    O processo penal é o "sismógrafo da Constituição", afirmou o professor alemão Claus Roxin. O grau de respeito aos direitos e às obrigações do acusado, aos limites dos poderes investigatórios do Estado, à imparcialidade do Judiciário revela o estágio de desenvolvimento jurídico e político de uma sociedade.

    O exercício do poder punitivo deve ser meio de estabilização normativa, deve reforçar valores constitucionais. Se não há fronteiras entre o crime e o combate ao crime esvai-se a superioridade moral do Estado frente à delinquência.

  • O promotor brigão de Alberto

    O promotor brigão de Alberto Youssef

    20/07/2015 03h00  

    Texto publicado na edição impressa de 20 de julho de 2015

    0(0)Jonathan Campos/Gazeta do Povo

    Um dos promotores envolvidos numa briga de bar, na madrugada deste sábado (18) em Curitiba, foi responsável por colher o depoimento da delação premiada do doleiroAlberto Youssef (foto), nas investigações da Operação Lava Jato. De acordo com o registro no Ministério Público, ele integra a Promotoria Criminal. A briga envolvendo os dois membros da Justiça ocorreu em um karaokê, no bairro São Francisco, depois de um dos promotores ter paquerado a namorada de um rapaz que estava num grupo de 15 jovens, vindos do interior para uma formatura, segundo testemunhas. Na confusão, um promotor agrediu um dos jovens com uma garrafada na cabeça. Segundo a Polícia Militar, após a confusão generalizada em frente ao estabelecimento, todos os brigões foram levados ao Ciac-Sul, no Portão, para prestar esclarecimentos. Os promotores assinaram termo circunstanciado e foram liberados em seguida. A Polícia Civil ainda investiga o caso.

     

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