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Redação

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  • Lula e Dilma por que
     

    Padre Djacy Brasileiro

    No facebook

    14 h · 

    ANTES DE MIM CRITICAR LEIA ESTE MEU ARTIGO:

    MEU NOVO ARTIGO: APLAUDO LULA E DILMA. POR QUÊ?

    Sem demagogia, hipocrisia, emocionalismo e paixão político-partidária, irei expor, de forma objetiva, clara, os reais motivos que me levam a aplaudir Lula e Dilma. Falarei com conhecimento de causa, com toda honestidade, seriedade de padre que convive dia e noite com os sertanejos.

    Colocarei na minha boca as palavras ouvidas dos próprios sertanejos e sertanejas. São expressões verdadeiras, brotadas do coração de um povo que vivera, por muitos e muitos anos, o drama do abandono, da injustiça social, da marginalização, e sempre tratado pelas elites, oligarquias, como massa de manobra ou boiada, e que hoje sente o gosto da libertação sócio-politico-econômico e cultural.

    O que vou expor é o que ouvi e ouço do povo do sertão sobre as mudanças que aconteceram e vem acontecendo na sua vida. São relatos recheados de honestidade, sinceridade e verdades, repito:

    -Padre Djacy, tenho 70 anos, e pode dizer que as coisas mudaram muito, e para melhor, graças a Deus.

    -No passado sertanejo não era considerado gente, hoje ele é tratado com mais dignidade, com mais respeito.

    -Naquele tempo, o pobre do sertão não sabia de nada da vida, era um pobre matuto, hoje a realidade é outra, o pobre é mais valorizado, é tratado com gente mesmo.

    -Cidadania a gente não sabia o que era, hoje a gente tem noção do que seja. Hoje os sertanejos sabem quais são seus direitos.

    -No meu tempo, as palavras mais conhecidas eram: fome, miséria, seca, sede, injustiça, hoje, seu padre, as palavras são: cidadania, dignidade, respeito e justiça para todos. Graças a Deus.

    Graças a Deus, hoje a gente não leva mais nome de cassaco, de flagelado, mas de cidadão.

    -hoje quando adoece alguém da família ou não, a gente liga pro Samu. A gente não se humilha mais a ninguém.

    -O Samu foi a melhor coisa que o governo federal criou para o povo.

    -Melhorou muito. Agora tem o mais médico. Vieram uns médicos de Cuba. Eles são bons. Na minha comunidade tem uma médica. É uma beleza.

    -Hoje a vida está melhor no que diz respeito à saúde. Hoje temos o PFS, ou seja, uma equipe da saúde que visita as famílias.

    -A gente não precisa mais se humilhar a prefeito nem a vereador. Adoeceu, a gente tem o Samu, tem médicos cubanos, tem PSF e outras coisas boas. Mudou muito.

    -Padre, o programa mais médico foi a melhor coisa que o governo federal criou para atender os pobres. Muito bom mesmo.

    -Graças a Deus, hoje tem a farmácia popular para socorrer quem é pobre.

    -Nunca mais andei de ônibus, porque só ando de avião.

    -Antigamente pobre só via avião no céu, hoje, pobre anda de avião. Graças a Deus.

    -Padre, eu soube que uma doutora de S. Paulo disse que o aeroporto está com cara de rodoviária. Sabe por que ela disse isso: porque não quer ver pobre andar de avião. Mais a gente agora anda mesmo é de avião.

    -Meus filhos antes só iam e viam de São Paulo de ônibus, agora eles só viajam de avião. Que maravilha!

    -Passagens de avião agora são de graças, basta procurar as promoções. Um tempo desses, meu primo veio de São Paulo de avião por 39 reais. Acabou o tempo em que só rico andava de avião.

    -Se eu disser para o senhor, o senhor não vai acreditar. Eu já fui pra São Paulo três vezes de avião. Pense numa viagem boa! É bom demais andar de avião.

    -Uma coisa eu digo para o senhor: se aeroporto está com cara de rodoviária, é porque pobre agora também anda de avião, tem mais condições, tem mais dignidade. Esses ricos só pensam em si, são egoístas demais. Agora somos todos iguais.

    -É tanto programa do governo federal. É bolsa família, bolsa isso, aquilo. É tanta bolsa. Só cego não ver essas coisas boas do governo federal.

    -O bolsa família, seu padre, é a nossa sorte. Se não fosse esse dinheiro, a gente já estaria era morto.

    -Vou lhe dizer uma verdade, Padre, se não fosse o bolsa família, o povo já teria saqueado mercados, escolas, creches, feiras e tudo mais. Graças a Deus, com esse dinheiro do bolsa família, não foi preciso.

    -Quando não tinha bolsa família, em tempo de seca, morria muito gente de fome. Neste ano de 2012, não morreu ninguém por conta do bolsa família. Este ano foi diferente dos outros anos.

    -Seu padre, graças a Deus, no nosso sertão, onde a gente mora, não tem mais aquela fome como antigamente. Naquele tempo, muitas pessoas morriam de fome, hoje,não.

    -No tempo de hoje, as crianças sabem o que é mação, uva, iogurte e outras frutas. No nosso tempo, a gente nem conhecia essas frutas.

    -Toda semana eu faço minha feira de verduras e frutas. Como as coisas mudaram.

    -Houve a seca de 2012, mas a gente não foi humilhada com antigamente. Os sertanejos foram tratados com mais respeito. Ninguém foi humilhado. O povo tem que reconhecer isso.

    -No passado, em tempo de seca, os sertanejos eram vistos como cassacos, flagelados, na seca de 2012, os trabalhadores da roça foram tratados como gente, como pessoa humana, como cidadãos. Ninguém foi humilhado como nas secas do passado. Hoje o governo olha pra nós de forma diferente.

    -De 2002 pra cá, as coisas mudaram pra melhor. É como se a gente estive no escuro e saísse pra o claro. Ninguém pode negar essa mudança boa pra o pobre. As coisas melhoram muito. Digo e seguro o que estou dizendo.

    -No sertão, seu padre, pobre não estuda se não quiser. Agora todo pobre tem oportunidades para se formar. Como as coisas mudaram. Antes, só filhos de ricos se formavam, hoje é todo mundo, pobre e rico. Graças a Deus.

    -Hoje, o ônibus escolar pega nossos filhos na porta de casa. Tudo é fácil. A merenda na escola é muito boa. É suco, é salada, é iogurte, é comida de qualidade. Estudante pobre não passa mais fome na escola.

    -Acabou o tempo em que só se formavam os filhos de ricos. Agora pobre também se forma.

    -Graças ao Prouni, conheço muitos filhos de famílias pobres que estão fazendo curso superior. Eu conheço, Padre, alguns rapazes e moças, de famílias pobres, que estão fazendo medicina, Direito, Odontologia e mais cursos por causa do Prouni.

    -Com esse Prouni,é tanta gente pobre se formando. Eu fico até pensando: eu estou sonhando dormindo? Estou admirado com tantos filhos de pobres se formando por causa desse Prouni. Nunca vi isso na minha vida. Eu fico mesmo é admirado.

    -Um rapaz falou-me: padre Djacy, vou fazer um curso superior graças ao Fies.

    -Aqui onde eu moro, padre, agora filho de pobre se torna doutor. O governo federal está ajudando muito. Filho de pobre agora se torna doutor.

    -Olha, Padre Djacy, como o senhor mesmo sabe, eu sou de família pobre, e hoje estou fazendo doutorado e o meu irmão está concluindo seu curso superior. Eu só tenho que parabenizar o atual governo federal que olhou para os estudantes de condições humildes.

    Bom, Padre Djacy, no tempo dos meus pais, realmente tudo era difícil. Hoje, de 2003 pra cá, há o PROUNI, O PRONATEC ( Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) ,O SISU, o Programa Federal de Bolsas de Estudo no Exterior.

    -Hoje o aluno recebe farda e livros do governo. Tudo é melhor para pobre formar seus filhos.

    -Padre, tenho duas filhas estudando graças aos FIES. O governo federal está facilitando a vida dos estudantes pobres com o Fies e o Prouni.

    -Meu filho estava na Europa fazendo mestrado e depois doutorado. Antes isso era coisa de família rica, que tinha muito dinheiro.

    -Na minha cidade, tem jovens pobres fazendo doutorado. Minha vizinha fez doutorado e hoje é professora de uma universidade. Conheço os pais dela são todos pobres.

    -Eu me lembro que na cidade onde moro, só um ou dois estudavam pra se formar, hoje, nessa mesma cidade, há mais de quarenta universitários. Está todo mundo se formando.

    -Amigo, quem diria filhos de agricultor, de lavadeira, de gari, de coveiro, se formar? Conheço um filho de um coveiro que está terminando o curso superior.

    -Aqui no Vale do Piancó, o senhor conhece muito bem, o governo trouxe para nossos filhos um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Vai melhorar muito para a nossa região tão sofrida. Muitos rapazes e moças vão poder fazer um curso técnico profissionalizante. A gente deve muito agradecer a esse governo federal.

    -A vida tá mudada mesmo. Antigamente, pobre não tinha nada dentro de casa. Só tinha uma cama, uma mesa e os tamboretes. A casa do pobre era verdadeira casa de pobre, nada tinha.

    -Na casa de qualquer família pobre, seu padre, tem televisão com antena parabólica, geladeira, liquidificador, fogão a gás, moto, e muitos têm até computador com internet.

    -Aqui no sertão todo pobre tem celular. Na minha casa, só de celular são cinco. Antes isso era coisa de rico, da elite.

    -Olha padre, se o senhor observar, nesta cidade pequena, pobre, quase todo mundo tem computador e internet. É coisa boa. Mudo demais.

    -Hoje é a maior facilidade para pobre. Você vai a uma loja e compra qualquer objeto de valor para pagar em até 12 vezes. O governo facilitou a nossa vida. Qualquer pessoa pode comprar um celular, um computador para pagar em diversas vezes.

    -Antes, o transporte de pobre era o jumento ou cavalo, hoje, graças a Deus, é moto. Lá onde a gente mora as pessoas não andam mais a pés ou de jumento, mas de moto. É moto que não acaba mais. Acabou o nosso sofrimento.

    -Padre, eu sou pobre, mas na minha casa tem geladeira, fogão de gás, TV bem moderna (TV Plasma, possivelmente),ferro de engomar e meu marido e meus filhos têm moto. Não é uma maravilha?

    -Se o senhor observar, hoje o pobre pode comprar roupa, antigamente não. Só rico era quem podia se vestir bem. Se o senhor for a uma festa, vai observar que os pobres estão usando roupa boa. Lá na festa, ninguém sabe quem é rico e quem é pobre. Graças a Deus que as coisas mudaram pra vida do pobre.

    -No meu tempo as mulheres botavam água na cabeça, hoje, em quase todas as casas dos sítios, têm água encanada.

    -Eita tempo difícil era o nosso. Me lembro que quando a gente queria ir botar as “coisas pra fora”(defecar) ou mijar, a gente corria pro mato, hoje, a gente tem banheiro com chuveiro e vaso sanitário. E muitos banheiros têm cerâmica. Mudo mesmo.

    -Como as coisas mudaram. Agora temos o programa minha casa, minha vida, do governo federal. Pobre agora pode ganhar uma casinha pra morar.

    -Antigamente, era a coisa mais difícil um pobre ganhar uma casa do governo. Eu ganhei uma e estou muito feliz. Esta casa, seu padre, é minha maior felicidade. Estou muito feliz depois que ganhei a casa do minha casa, minha vida.

    -Antigamente, casa de pobre era de taipa, toda esburacada. Era vida triste. Hoje, o governo inventou esse programa minha casa, minha vida, e todo pobre que não tem casa pode ganhar uma. Eu mesmo ganhei uma.

    Os anos passaram e a realidade também. Hoje, os sertanejos, com semblante de alívio, entusiasmados e admirados com o presente, contam uma nova história de vida marcada por cidadania, justiça e dignidade.

    A verdade tem que ser dita: a situação dos nordestinos melhorou. Só os maus intencionados, politicamente falando, não querem dar fé.

    Com isso não estou dizendo que está um céu, mil maravilhas, tem que melhorar, e muito. Para isso, o povo não pode parar de lutar em defesa dos seus direitos mais elementares, e o governo federal tem que continuar, com firmeza e determinação politica, com sua benéfica e eficaz politica socioeconômica e cultural de inclusão.

    Afirmo, peremptoriamente, que é a política de inclusão cidadã deste governo federal que está melhorando a vida do povo nordestino. E Essa trajetória libertadora e de resgate de cidadania não pode ser interrompida.

    Padre Djacy Brasileiro, em 12 de março de 2016.
    E-mail: padredjacy@hotmail.com
    Twitter: @Padredjacy

     

  • Militante do Movimento Passe Livre é preso durante protesto

    PRISÃO NO ATO: Militante do Movimento Passe Livre é preso durante protesto; Família contesta PM

    Heloísa Gomes
    Atualizado em 13 de março de 2016 às 13:26

    Foto: Reprodução

    Um dos líderes do movimento a favor do ex-presidente Lula e militante do Movimento Passe Livre (MPL- Salvador), Walter Takemoto, foi preso durante a tarde deste domingo (13/3) por uma operação conjunta da polícia civil e militar. Segundo a polícia, ele foi levado em uma viatura acusado de atos de vandalismo durante a manifestação que ocorre na Barra.

    Pelo facebook, a família do militante negou a versão dos militares e disse que Takemoto não praticou nenhum ato de vandalismo.

    Veja nota:

    Walter Takemoto, meu padrasto, está nesse momento em poder da polícia.

    Ele estava com um grupo hoje pela manhã se manifestando pacificamente em São Lázaro, em frente à sede da Rede Bahia.

    Quando o protesto acabou, ele pegou o carro sozinho e foi seguido pela polícia até a porta de casa, na Graça. Lá os policiais abordaram ele e levaram sem dar explicações, nem justificaram qual seria a acusação. O carro ficou no meio da rua.

    Enquanto um grupo anti-governo se manifesta como se estivesse num carnaval fora de época no Farol da Barra, escoltado, protegido e tirando selfies com a polícia… Pessoas que se colocam à favor do atual governo e contra a manipulação dos grande veículos de comunicação estão sendo presas sem que se explique o motivo. Isso é muito grave!

    Fonte: http://www.aratuonline.com.br/noticias/militante-do-movimento-passe-livre-e-preso-durante-protesto-familia-

  • O que fazer agora?

    Tijolaço

    O que fazer agora?

     

    Uma das coisas boas em escrever um blog é que a gente sai do figurino frio do “jornalismo de jornal” onde, quase sempre que você encontrar uma matéria muito carregada de adjetivos, acredite, ela é contra você.

    Então, sirvo-me desta licença para dizer que imagino que o leitor deste blog – salvo os trolls espíritos-de-porco que, como não têm ideias a defender, dedicam seu tempo a criticas as alheias – está, tal como eu, entre perplexo e angustiado com os acontecimentos de hoje.

    Má hora para longos raciocínios, busca de erros, de razões profundas por termos chegado a este ponto: as ruas cheias por uma multidão que, de rica e remediada e branca que é, não tem nem mesmo os motivos da brutalidade e da deseducação formal para ser assim, odiosa e linchadora.

    Hora, apenas, para um cair em si e ver o que devemos a este país, aos que ensaiaram sua modernização soberana, recusando a condição de colônia, aos que nos trouxeram de volta à democracia, às liberdades, ao direito de sermos o que somos e dizermos o que pensamos.

    Tempo de medir, apenas, o que podem ser as ruas cheias do Brasil moreno, mestiço, sofrido, se ele perceber que pode voltar a confiar nos que, mal e mal, procuraram falar em seu nome e defender seus interesses.

    Eu não vou às ruas defender o que o PT é ou o que foi, mas o que representou para o povo brasileiro, que seja mal e mal.

    Porque é isso o que fica na História, como ficaram de Getúlio as conquistas sociais que são um nada, perto do ideal, mas são um infinito para os que eram escravos antes dele.

    Vou defender um Lula e, até um PT -embora neste eu creia menos – que necessariamente serão mais incisivos, mais firmes, menos todos e concessivos do que foram.

    Porque a fúria do conservadorismo que contra eles se voltou não pode ser pelos defeitos, porque defeitos – e muito mais graves-  vivemos por séculos e isso nunca foi motivo de uma campanha de extermínio como a que assistimos neste momento.

    Não, nestes dias não vou procurar falar com quem ache o PT perfeito e a Lula um anjo.

    Vou procurar falar com os que reclamam, recheiam-se de senões, falam de decepções e frustrações.

    E perguntar-lhes: é por isso que você vai deixar haver um golpe, vai deixar que o país caia no fascismo, que nossas liberdades sejam aniquiladas e que o povo brasileiro seja despojado daquele pouco que, mal e mal, os governos petistas lhe proporcionaram?

    Menos os homens fazem a história do que são feitos por ela.

    A resposta á perplexidade só pode ser uma: decisão, na hora em que a liberdade e os direitos do povo brasileiro pedem por ela.

    Não sei se Dilma o compreenderá. Sobre Lula, tenho boa dose de certeza.

    E se de todos posso ter dúvidas, como você pode as ter, de nós mesmos não podemos tê-las, sem que isso represente uma deserção do que pensamos e sentimos.

    É essa a pergunta que todos os dias farei e a resposta que a todos darei.

    Não temos a máquina de manipulação da Justiça e da mídia, mas ainda temos a nós mesmos para falar, mostrar e ousar.

    A direita encheu as ruas por conta de um longo processo de omissões daqueles que, agora, avança para destruir.

    Se não quisermos fazer o mesmo, tudo o que não podemos fazer é cometer o mesmo erro da omissão.

    http://tijolaco.com.br/blog/foi-hora-deles-comeca-nossa-sua-hora-de-dizer-ditadura-nunca-mais/

  • A maior de todas as corrupções

    Carta Maior

    A maior de todas as corrupções

     

    O inimigo comum para garantir a identidade e a coesão ideológica de uma posição política hoje é a corrupção. Mas só dos petistas, é claro...

     

    Venício A. de Lima

     

     

     

    “Se as palavras servem para confundir as coisas é porque a batalha
    a respeito das palavras é indissociável da batalha a respeito das coisas”.
    Jacques Rancière, O Ódio à Democracia, Boitempo, 2015

    A geração do pós Segunda Grande Guerra se lembrará de que, na metade do século passado, crescemos sendo educados sobre a grande ameaça que pairava sobre o mundo ocidental cristão: o comunismo ateu.

    Em tempos de Guerra Fria, sob a tutela dos interesses da política externa dos Estados Unidos, o comunismo vermelho transformou-se na encarnação do mal na Terra, o inimigo comum a ser combatido. Era isso o que aprendíamos em casa, na escola, no catecismo da igreja, no rádio, nas revistas infantis, nos jornais e nos filmes “de guerra”.

    Na minha mineira e barroca Sabará, circundada por dezenas de igrejas Católicas do ciclo do ouro colonial, mais tarde cidade operária de movimento sindical forte, a mera suspeita de que alguém pudesse ser simpatizante comunista bastava para que se criasse um estigma social como se esse alguém fosse portador de doença contagiosa, a ser evitada a qualquer custo.

    Com a vitória da Revolução Cubana, o inimigo comum ficou mais próximo e ainda mais perigoso: o comunismo e, claro, seus seguidores, os comunistas subversivos.

    A oposição política ao Getulismo herdado pelo presidente João Goulart, democraticamente eleito, materializou o anticomunismo na luta sem tréguas contra a ameaça que seu governo representava de “vir a ser” controlado por comunistas.

    A narrativa pública sobre essa ameaça e a necessidade inadiável de defesa da democracia “antes que fosse tarde demais” foi sendo consolidada. Um vocabulário específico foi costurando a nova linguagem que aprisionou o pensamento de vastas camadas da população com o protagonismo ativo da “Rede para a Democracia” que reunia diariamente em todo o país emissoras de rádio e jornais dos principais grupos de mídia da época: Os Diários Associados, O Globo e o Jornal do Brasil.

    Não se constituiu exatamente em surpresa, portanto, quando na reta final para o golpe civil-militar de 1964, setores, sobretudo, da classe média urbana, saíram às ruas para defender os valores e tradições cristãs, o mundo livre e a democracia, para combater o inimigo comum, o comunismo e os subversivos comunistas.

    A corrupção, sim, a corrupção aparecia apenas como uma coadjuvante do inimigo principal na narrativa publica dominante.

    Deu no que deu. Em nome do anticomunismo, da democracia e em defesa dos valores cristãos, o país padeceu 21 longos anos de ditadura.

    Mais de meio século depois, um novo inimigo comum

    A Guerra Fria acabou (?). O comunismo deixou de ser o inimigo comum do Mundo Livre, do Ocidente Cristão. Lyndon B. Johnson não é mais presidente dos EUA e nem Lincoln Gordon seu embaixador no Brasil. Os militares brasileiros se dedicam às suas missões constitucionais. As Torres Gêmeas foram atacadas em Nova Iorque. O mundo se globalizou.

    Muita coisa mudou, mas a exigência de um inimigo comum para garantir a identidade e a coesão ideológica de uma posição política (ou de um grupo) continua mais atual e necessária do que nunca.

    O terrorismo e o islamismo – ou o terrorismo islâmico – passaram a ocupar o lugar de inimigo comum que antes pertencia ao comunismo no cenário internacional, a partir do início do novo século.

    Entre nós, mais recentemente, o comunismo foi substituído por um velho e conhecido inimigo, coadjuvante nos idos de 1964: a corrupção da coisa pública e, claro, os corruptos.

    Hoje, mais do que ontem, os oligopólios privados que controlam o que chega ou não ao conhecimento público – vale dizer, que controlam o espaço onde se forma a opinião dita pública –  detêm o poder de definir a linguagem dentro da qual se enclausura a construção do inimigo comum.

    Hoje, mais do que ontem, a definição do significado de cada uma dessas palavras – o que constitui corrupção e quem são os corruptos – faz parte essencial da própria disputa pelo poder.

    A novidade entre nós, nos últimos anos, talvez seja a participação militante de setores do Judiciário que, seletivamente, escolhem qual corrupção devem investigar, e quais os corruptos devem ser julgados e condenados. Tudo com a colaboração ativa e decisiva da grande mídia e de seu vocabulário e linguagem uniformes.

    O resultado de todo esse processo – que já presenciamos – é um país dividido ao meio, intolerante e cheio de ódio.

    A corrupção é hoje o que o comunismo foi nos tempos de Guerra Fria. E os corruptos foram sendo seletivamente definidos como sendo apenas os petistas, filiados, aliados ou apenas simpatizantes do Partido dos Trabalhadores. Combater o petismo e tirar os seus líderes do poder – mesmo que tenham sido democrática e legitimamente eleitos –  ou impedi-los de tentar, democraticamente, voltar ao poder –  foi aos poucos se constituindo na prioridade de vastas parcelas da população.

    A memória coletiva, infelizmente, é curta. Muito curta. A maioria dos brasileiros talvez não saiba ou não se aperceba que os anos passam, mas as estratégias e os mecanismos de luta pelo poder se repetem e, muitas vezes, perpetuam os mesmos grupos e os mesmos interesses: a maior e mais antidemocrática de todas as corrupções é a corrupção da opinião pública.

    Talvez um dia a História (com H maiúsculo) revele a todos os brasileiros o que de fato está a acontecer no Brasil de 2016.

    A ver.

    Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da Universidade de Brasília (aposentado) e autor de Cultura do Silêncio e Democracia no Brasil, EdUnB, 2015, dentre outros livros.

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/A-maior-de-todas-as-corrupcoes/4/35682

  • Fortalecendo a campanha do dia 18

    Prezados, Bom dia

    De fato precisamos urgentemente tentar reproduzir esse veiculo em todo tipo de midia, inclusive fazendo panfletagem em portas de fábricas, bancos, estações de transportes públicos etc., Esta história do Takemoto com certeza deve ter sido uma de várias. Temos que nos organizar. O Estado de Direito Democrático e Popular infelizmente está por um fio, infelizmente. Como disse Nassif ontem tb. "estamos numa dura campanha de lavagem cerebral pela maioria dos meios de comunicação" entre outras coisas. E testemunho isso com praticamente todos meus familiares, etc. E não nos esqueçamos: nosso povo, o paulista em especial, ainda é muito despolitizado, analfabeto mesmo. Claro daí para ser manipulado é com um piscar de olhos e pronto a histeria vai se instalando - ou já está instalada. Enfim vamos à luta do dia 18!

  • Paulo Abrão: A democracia

    Paulo Abrão: A democracia será a melhor saída para a crise

    publicado em 13 de março de 2016 às 23:26 no Vi o Mundo

    [video:http://www.viomundo.com.br/politica/paulo-abrao-a-democracia-sera-a-melhor-saida-para-a-atual-crise.html%5D

    Paulo Abrão: Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência. Foto: Daniel Isaia/Agência Brasil

     Paulo Abrão*, no Facebook

    Algumas conclusões do dia:

    1. As manifestações foram dentro do controle. Nãoo afetam o transcurso da administração institucionalizada da crise.

    2. Não houve adesão massiva dos pobres, mas sim da classe média e alta. Do contrário haveria milhões e milhões nas ruas. Toda manipulação tem limites.

    3. Moro é um novo herói nacional. Aécio sai diminuído. PSDB não capitalizou. Se Moro admitir sair candidato em eleições desmoralizará a Lava Jato e ficará caracterizado o seu viés político-partidário para o resto da história.

    4. Houve menos espaço para pedidos de intervenção militar. Por outro lado, há uma explícita expansão de um pensamento fascista agressivo (Bolsonaro e seguidores).

    5. A crítica é à política, de forma generalizada. Significa que há um vácuo para politizar o debate. E a esquerda é melhor nesse jogo.

    6. Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência hoje. Adversário morto é o amedrontado. A mensagem veio do Sul: “Sí, se puede! Yes, we can! Ainda Podemos Brasil!”. Em gauchês: “Não tá morto quem peleia”.

    7. Imprensa escolheu traduzir as manifestações como pedidos de saída de Dilma. A linha ficou revelada no editorial do Estadão.

    8. A oposição esperava muito mais de hoje. Gastaram muita energia e dinheiro e muito tempo de TV. Se está difícil para a situação, está difícil para a oposição também.

    9. O campo político da situação (e a Frente Brasil Popular) agora tem que ter serenidade e ser capaz também de demonstrar a sua força nos atos que convocaram para o dia 18. Que sejam pacíficos também.

    10. Todos nós do campo democrático temos que seguir no rumo da busca de uma saída democrática para a crise, valorizando a luta social.

  • https://www.facebook.com/3597

    https://www.facebook.com/359714560876519/photos/a.389424987905476.1073741828.359714560876519/546582185523088/?type=3&theater

    A Comuna Rubro-Negra repudia a atitude de Claudio Pracownik, vice-presidente de finanças do Flamengo, que sujou o manto sagrado ao utilizá-lo na manifestação golpista deste 13 de março. Como se não bastasse, ele virou merecidamente piada na internet por ser a caricatura do que significam esses atos majoritariamente compostos por brancos de classe alta e média que odeiam as transformações pelas quais passou o país: sua foto com a versão verde-amarela da camisa do Fla puxando o cachorro enquanto a babá negra segue, atrás, carregando o carrinho de bebê que os pais têm preguiça de levar, é a síntese daquilo que condenamos. Em sua página no Facebook, Pracownik ainda começa sua defesa/desabafo com a frase "Sí, pasarán", invertendo o clássico lema antifascista. Asqueroso. Vale lembrar que Claudio Pracownik é banqueiro: seu negócio floresce na esteira de uma política monetária conservadora e, ironia das ironias, o governo Dilma, contra o qual ele protesta, fraquejou na tentativa de reduzir os juros. Desde que a então presidente do clube Patrícia Amorim presenteou o candidato tucano José Serra com a camisa azul e amarela do Flamengo número 45 para apoiar sua campanha que o manto sagrado não sofria uma degradação tão grande.

  • o drone da insuspeita
    o drone da insuspeita fotogarafou tudo e viu os buracos no meio da multidão e desmente a globo ...Sergio Camba adicionou 2 novas fotos.
    7 h ·
    O milagre da multiplicação dos coxinhas:
    Os coxinhas alardearam mais de um milhão de pessoas na paulista, data foda-se chegou a falar em 1.8 milhões.
    A Av. Paulista tem 117 mil m2, para chegar a quantia de 1.8 milhão de manifestantes precisaria de uma aglomeração de mais de 16 pessoas por m2, o que é humanamente impossível, a menos que um coxinha subisse no ombro do outro até formar uma piramide de 3 andares.
    A imagem aérea captada por drone da época dá conta da baixa densidade de pessoas na paulista, em torno de uma pessoa por m2, donde se conclui que tinham em torno de umas cem mil pessoas,talvez um pouco mais. https://www.facebook.com/sergio.camb/posts/1013133258759749  

  • Bresser-Pereira e o raciocínio de um PSDB-ista sem ódio

    Bresser-Pereira: 'Brasil vive uma crise judicial, mundo do nonsense'

    'Se Lula fosse corrupto, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas'

    Jornal do Brasil

    http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/03/11/bresser-pereira-brasil-vive-uma-crise-judicial-mundo-do-nonsense/

    Economista e ex-ministro nos governos de Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou, nesta quinta-feira (10), que o Brasil está não apenas em crise política e econômica, mas também envolto em uma crise judicial, diante dos desdobramentos das investigações do ex-presidente Lula.

    "(O Brasil) Enfrenta agora também uma crise judicial, na medida em que setores do Estado usam de forma abusiva seu poder. O último capítulo desta crise judicial foi, hoje (ontem), o pedido de prisão preventiva do ex-presidente, Lula, pelo caso do triplex do Guarujá. Estamos em pleno mundo do nonsense”, escreveu o ex-ministro.

    Bresser-Pereira: "Os procuradores não têm provas; têm desconfianças"

    Bresser-Pereira disse que os procuradores do Ministério Público de São Paulo que apresentaram denúncia à Justiça e pediram a prisão de Lula não tem provas, mas apenas desconfianças. Ainda segundo o economista, que é também cientista político, “se Lula fosse corrupto, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas".

    “Os procuradores não têm provas; têm desconfianças. Estão persuadidos, que Lula pretendia comprar o apartamento por preço abaixo do valor, porque não pagaria pela reforma realizada pela OAS, que, isto é verdade, queria dar um presente ao ex-presidente. Mas, para os procuradores, não se trata de um presente, mas de uma propina. Que, diferentemente de um presente, supõe o pagamento de vantagens. Mas até agora não houve qualquer informação dos procuradores as respeitos destas supostas vantagens. Sejamos razoáveis. Essas acusações a Lula (o apartamento, o sítio) são uma prova de idoneidade. Se ele fosse corrupto, como se sugere, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas”, argumentou Bresser-Pereira.

     

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